Pele artificial do Facebook promete deixar mãos robóticas mais "sensíveis"
Por Gustavo Minari • Editado por Douglas Ciriaco |
Pesquisadores da Universidade Carnegie Mellon e do Meta/Facebook AI, ambos nos EUA, desenvolveram uma pele artificial capaz da aumentar a sensação de toque em dispositivos robóticos e roupas inteligentes. A ReSkin utiliza aprendizagem de máquina e inteligência artificial (IA) para aprimorar o sentido do tato nas máquinas.
- Pele artificial consegue emular a maneira com que humanos sentem os objetos
- Pele artificial é capaz de ficar com hematomas como se fosse de verdade
- Circuito eletrônico flexível pode revolucionar a criação de peles artificiais
O material possui de 2 a 3 milímetros de espessura e pode ser usado em mais de 50 mil repetições, fornecendo resultados em alta resolução para detectar escorregões, arremessos e pegadas. Essa capacidade melhora a sensibilidade para manipular objetos pequenos e macios, evitando que eles sejam esmagados por mãos robóticas.
“O ReSkin custa menos de US$ 600 (cerca de R$ 3.300 na contação atual) para 100 unidades, e ainda menos se for adquirida em quantidades maiores. Outra vantagem é que quando a pele artificial se desgasta, ela pode ser facilmente substituída e removida por uma nova”, explica o gerente de pesquisa do Meta AI, Abhinav Gupta.
ReSkin
A ReSkin é um elastômero deformável com partículas magnéticas incorporadas que se contraem conforme o sinal recebido. Essa mudança na forma pode ser medida com magnetômetros, fornecendo informações precisas como a localização do contato e a quantidade de força aplicada em um objeto.
Esse sistema consegue detectar sinais táteis mais sensíveis em três eixos espaciais de alta frequência, possibilitando manipulações mais rápidas sem a necessidade de conexões elétricas e fios entre o material macio da pele e a placa eletrônica, que precisa estar apenas próxima da ReSkin.
“Com essa configuração, é possível utilizar sensores autocalibráveis que se mantêm consistentes mesmo após a pele artificial ser substituída. Isso torna a troca de componentes desgastados tão fácil e rápida quanto retirar ou colocar um adesivo”, acrescenta a pós-doutoranda em robótica no Meta AI Tess Hellebrekers.
Aprendizagem de máquina
Em vez de coletar dados de calibração para cada novo sensor, os pesquisadores utilizaram um sistema de aprendizagem de máquina para ajustar os dispositivos automaticamente. Ao contrário dos sensores táteis que usam câmeras — que exigem uma distância mínima entre a superfície e as lentes — a ReSkin pode ser incorporada como uma camada de “pele” sobre as mãos e braços robóticos.
Com duas capas magnéticas e placas de circuitos flexíveis instaladas em garras paralelas, os sensores de aprendizagem de máquina conseguem avaliar a resposta da força necessária, “sentindo” o feedback para controlar a pressão. Isso faz com que a interação com os objetos seja muito mais eficiente e precisa, com resultados parecidos com o tato humano.
“O sentido do toque é mais um passo para juntar inteligência artificial e robótica com sensações de como é ser humano. Queremos que a IA compreenda a riqueza do ambiente ao seu redor, e o tato realmente ajuda você a sentir o mundo de uma forma muito mais verdadeira”, encerra Abhinav Gupta.
Fonte: Carnegie Mellon University