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Guerra na Ucrânia impulsiona desenvolvimento de robôs assassinos

Por  • Editado por Luciana Zaramela |  • 

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Twenty20photos/Envato Elements
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Na última sexta-feira (24), a Guerra na Ucrânia completou um ano, sem nenhuma perspectiva de paz no curto prazo. Após a invasão russa, a agência para refugiados da ONU (Acnur) contabiliza mais de 7 milhões de refugiados. Além de toda a tragédia humana, o conflito impulsiona o desenvolvimento de robôs assassinos, comandados por Inteligência Artificial (IA), com potencial destruidor incalculável.

"Conforme as baixas aumentam na Ucrânia, cresce a pressão para se obter vantagens decisivas no campo de batalha com armas totalmente autônomas — robôs que podem escolher, caçar e atacar seus alvos por conta própria, sem a necessidade de qualquer supervisão humana", afirma James Dawes, professor da Macalester College, nos Estados Unidos, em artigo para a The Conversation.

Quais armas e robôs são usados na Guerra?

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Hoje, a maioria das armas usadas na Guerra entre a Rússia e a Ucrânia são semi-autônomas. De forma geral, dependem obrigatoriamente de um ser humano — no caso, um soldado — para serem acionadas. Só que uma nova geração de armamentos já começa a ser desenvolvida e, em alguns casos, até testada.

Para Wahid Nawabi, CEO da empresa AeroVironment que produz o drone Switchblade — usado pelas tropas ucranianas na defesa —, os drones da companhia podem ser tornar armas de guerra totalmente autônomas. Em outras palavras, a tecnologia necessária já estaria disponível, mas ainda precisa ser aplicada.

Desenvolvido pela empresa Android Technique em parceria com a Foundation for Advanced Research (FPI), o Marker é um robô assassino ainda em fase experimental. A tecnologia russa se assemelha a um tanque de guerra, mas não é tripulado e conta com armamento de última geração. No futuro, poderá atacar alvos sem nenhum comando humano.

Estes são apenas pequenos indicativos de que a guerra deve envolver cada vez mais robôs inteligentes e, hoje, potências econômicas endossam esta estratégia de defesa (ou ataque). No final de janeiro, o Departamento de Defesa dos EUA publicou uma diretriz que orientava os militares no desenvolvimento de armas autônomas. Medidas ou iniciativas semelhantes já foram anunciadas pela Rússia, China, Coreia do Sul e União Europeia.

Questões éticas da substituição de soldados por robôs

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O uso de robôs assassinos e armas autônomas levanta inúmeras questões éticas, segundo especialistas. Entre as críticas, está o fato de que as decisões de guerra sobre a vida e a morte devem permanecer nas mãos dos seres humanos, não podendo ser terceirizadas pela tecnologia.

Este é o ponto principal de defesa do Comitê Internacional da Cruz Vermelha. Para o grupo, as obrigações legais dos comandantes e operadores militares “não podem ser transferidas para uma máquina, algoritmo ou sistema de armas”. Afinal, se estes robôs atacarem civis inocentes, como crianças e idosos, é sempre necessário que alguém possa ser, no mínimo, responsabilizado. Isso desconsiderando as possíveis panes na tecnologia.

Fonte: The Conversation