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Prestes a ser bloqueado nos EUA, TikTok pede ajuda a Facebook e Instagram

Por| 18 de Setembro de 2020 às 21h15

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Nitish Gupta/Pixabay
Nitish Gupta/Pixabay
Tudo sobre TikTok

As negociações estão andando e, em breve, as operações globais do TikTok (com exceção da China) devem ser vendidas para Oracle e investidores americanos, incluindo o Walmart. Com isso, esse grupo deve assumir até 70% da participação societária da plataforma, com a ByteDance, sua atual controladora, ficando com o restante. Mas, enquanto isso não acontece, Donald Trump vai cumprir a ordem executiva que assinou em agosto e deve bloquear o uso do TikTok - e o WeChat - a partir do próximo domingo, 20 de setembro.

De olho nesse prazo, Vanessa Pappas, CEO interina da TikTok está pedindo ao Facebook e Instagram para “aderir publicamente ao nosso desafio e apoiar o nosso litígio". Ou seja, ela está pedindo a união das redes sociais contra a proibição da plataforma chinesa a partir do próximo domingo.

Na manhã desta sexta-feira (18), o Departamento de Comércio dos EUA emitiu um comunicado onde, basicamente, afirma que as pessoas não poderão baixar o TikTok ou o WeChat a partir do dia 20 de setembro. O TikTok continuará a funcionar nos Estados Unidos para pessoas que já têm o aplicativo instalado, mas downloads futuros são proibidos, bem como atualizações.

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O apelo de Pappas veio na forma de uma resposta a um tweet de Adam Mosseri, chefe do Instagram, que disse que “a proibição do TikTok nos Estados Unidos seria muito ruim para o Instagram, Facebook e a internet de forma mais ampla”. A executiva acrescentou que é o momento de “colocar de lado nossa competição e focar em princípios fundamentais como liberdade de expressão e o devido processo legal”.

A mensagem de Pappas chega em um momento em que existem rumores de que o cofundador do Instagram, Kevin Systrom, está em negociações para assumir como CEO da TikTok, no lugar de Kevin Mayer, que ficou pouco mais de três meses no cargo.

Ameaça à segurança nacional

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No início do ano, Donald Trump pediu a proibição do TikTok alegando questões de segurança de dados. Ele acusa a ByteDance de usar a plataforma para enviar dados de cidadãos americanos para o governo chinês. O governo dos EUA exigiu que a ByteDance vendesse suas operações nos Estados Unidos para uma empresa americana até 15 de setembro ou o TikTok seria totalmente banido.

A TikTok também abriu um processo contra o presidente Trump em agosto, argumentando que a sua ordem executiva original não oferece nenhuma evidência de que a rede social de vídeos curtos seja, de fato, uma ameaça à segurança nacional para os Estados Unidos.

Além disso, a TikTok emitiu uma declaração, seguindo a ordem do Departamento de Comércio americano, observando que a empresa já “se comprometeu com níveis sem precedentes de transparência adicional e responsabilidade, muito além do que outros aplicativos estão dispostos a fazer”. O comunicado acrescenta que a TikTok já está planejando trabalhar com um provedor de tecnologia americano, que seria “responsável por manter e operar a rede social TikTok nos EUA, o que incluiria todos os serviços e dados que atendem aos consumidores dos Estados Unidos”.

Negociação em curso

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A Oracle e uma série de investidores americanos, incluindo o Walmart, devem assumir a participação majoritária das operações do TikTok nos EUA. Agora, o negócio aguarda aprovação do presidente Donald Trump - e os envolvidos ainda precisam torcer para que o governo chinês não intervenha.

ByteDance, Oracle e o Departamento do Tesouro dos EUA "concordaram provisoriamente" com os termos da oferta da Oracle pela rede social. O acordo dará aos investidores americanos uma participação majoritária no app. No entanto, até o momento, não está claro quanto a empresa de Larry Ellison ou o Walmart vão pagar por suas respectivas partes.

Analistas apontam que esta é a primeira vez que a ByteDance concorda em abrir mão de sua participação majoritária no TikTok, transferindo-a para investidores americanos. A notícia desses termos revisados ​​chega um dia depois que as autoridades americanas levantaram preocupações sobre a proposta da Oracle e pressionaram os investidores americanos para obter a participação majoritária da TikTok.

Embora os termos do acordo não tenham sido revelados publicamente, o Departamento do Tesouro teria enviado uma série de termos revisados para a Oracle na última quarta-feira (16). Fontes envolvidas nas negociações indicam que o TikTok será dividido em uma nova entidade com sede nos EUA, enquanto representa o negócio global do aplicativo, que hoje conta com mais de 800 milhões de usuários ao redor do mundo.

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Ainda nesta quinta-feira (17), pelos novos termos do acordo, os investidores americanos teriam, pelo menos, 60% das ações da TikTok. A Oracle deve ficar com 20% de participação e os investidores americanos do Walmart e da ByteDance, como os fundos Sequoia Capital e General Atlantic, formarão a maioria societária, que deve ficar com outros 40% a 50%. A ByteDance ficaria com 30% ou 40% restantes. O Walmart, que há algum tempo busca uma forma de ser proprietário da TikTok , também terá um assento no conselho global da TikTok, bem como um especialista em segurança. Este último presidirá um comitê de segurança que supervisionará a proteção dos dados do usuário.

Entre os termos do acordo que vem sendo costurado, está o direito da Oracle em inspecionar o código-fonte do TikTok e incluir várias disposições para garantir a segurança dos dados. Há ainda a exigência de que todos os dados dos usuários dos Estados Unidos permaneçam nos Estados Unidos, hospedados pela Oracle.

Caso os termos da negociação sejam aceitos por Donald Trump, a ByteDance planeja fazer uma oferta pública inicial da TikTok global. No entanto, ainda não ficou claro quais ativos ela possuiria, além daqueles nos Estados Unidos.

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Um IPO da TikTok seria uma das maiores estreias no mercado de ações do setor de tecnologia, visto que o aplicativo foi avaliado recentemente pelos investidores da ByteDance em mais de US$ 50 bilhões. Isso reduziria ainda mais a participação da própria ByteDance na empresa. O pedido de IPO seria na bolsa de valores dos Estados Unidos e poderia acontecer em cerca de um ano.

Fonte: The Verge