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Oracle e investidores dos EUA devem assumir participação majoritária do TikTok

Por| 17 de Setembro de 2020 às 21h30

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Kon Karampelas/Unsplash
Kon Karampelas/Unsplash
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E eis que o enrosco pode estar chegando ao fim. A Oracle e uma série de investidores americanos, incluindo o Walmart, devem assumir a participação majoritária das operações do TikTok nos EUA. Agora, o negócio aguarda aprovação do presidente Donald Trump - e os envolvidos ainda precisam torcer para que o governo chinês não intervenha (saiba mais abaixo).

ByteDance (controladora do TikTok, Oracle e o Departamento do Tesouro dos EUA "concordaram provisoriamente" com os termos da oferta da Oracle pela rede social. O acordo dará aos investidores americanos uma participação majoritária no app. No entanto, até o momento, não está claro quanto a empresa de Larry Ellison ou o Walmart vão pagar por suas respectivas partes.

Analistas apontam que esta é a primeira vez que a ByteDance concorda em abrir mão de sua participação majoritária no TikTok, transferindo-a para investidores americanos. A notícia desses termos revisados ​​chega um dia depois que as autoridades americanas levantaram preocupações sobre a proposta da Oracle e pressionaram os investidores americanos para obter a participação majoritária da TikTok.

Embora os termos do acordo não tenham sido revelados publicamente, o Departamento do Tesouro teria enviado série de termos revisado para a Oracle na última quarta-feira (16). Fontes envolvidas nas negociações indicam que o TikTok será dividido em uma nova entidade com sede nos EUA, enquanto representa o negócio global do aplicativo, que hoje conta com mais de 800 milhões de usuários ao redor do mundo.

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Ainda nesta quinta-feira, pelos novos termos do acordo, os investidores americanos teriam, pelo menos, 60% das ações da TikTok. A Oracle deve ficar com 20% de participação e os investidores americanos do Walmart e da ByteDance, como os fundos Sequoia Capital e General Atlantic, formarão a maioria societária, que deve ficar com outros 40% a 50%. A ByteDance ficaria com 30% ou 40% restantes. O Walmart, que há algum tempo busca uma forma de ser proprietário da TikTok , também terá um assento no conselho global da TikTok, bem como um especialista em segurança. Este último presidirá um comitê de segurança que supervisionará a proteção dos dados do usuário.

Outro ponto acordado entre o governo americano, os investidores e a Oracle é que a empresa terá um CEO americano no país, - o cargo ficou vago depois que Kevin Mayer se demitiu, apenas três meses após assumir o cargo. Vindo da Disney (onde comandava a plataforma de streaming Disney+) Mayer teria saído depois que as negociações indicaram que a TikTok não seria dividida em sua própria empresa.

ByteDance e Oracle apresentaram sua oferta ao governo dos EUA no início desta semana, em um acordo projetado para eliminar as antigas preocupações sobre os riscos de segurança nacional da TikTok para os usuários americanos. Como o negócio foi revisado esta semana pelo Comitê de Investimento Estrangeiro dos EUA (CFIUS, na sigla em inglês), funcionários do governo se esforçaram para resolver questões de última hora sobre o acesso da China aos usuários do TikTok e seus dados.

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Agora que a CFIUS parece ter aprovado a licitação, o negócio proposto precisará ser aprovado pelo presidente Donald Trump. O governo chinês também terá que assinar antes que o negócio seja finalizado.

IPO 

Caso os termos da negociação sejam aceitos por Donald Trump, a ByteDance planeja fazer uma oferta pública inicial da TikTok global. No entanto, ainda não ficou claro quais ativos ela possuiria ,além daqueles nos Estados Unidos.

Um IPO da TikTok seria uma das maiores estreias no mercado de ações do setor de tecnologia, visto que o aplicativo foi avaliado recentemente pelos investidores da ByteDance em mais de US$ 50 bilhões. Isso reduziria ainda mais a participação da própria ByteDance na empresa. O pedido de IPO seria na bolsa de valores dos Estados Unidos e poderia acontecer em cerca de um ano.

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Entre os termos do acordo que vem sendo costurado, está o direito da Oracle em inspecionar o código-fonte do TikTok e incluir várias disposições para garantir a segurança dos dados. Há ainda a exigência de que todos os dados dos usuários dos Estados Unidos permaneçam nos Estados Unidos, hospedados pela Oracle.

O chefe de gabinete da Casa Branca, Mark Meadows, disse nesta quinta-feira que o governo ainda está analisando os detalhes do acordo e se ele atende aos limites de segurança nacional. Meadows disse que se a TikTok permanecer predominantemente controlada por chineses sob o acordo da Oracle, isso não atenderia aos objetivos do presidente Donald Trump.

China amolecendo?

A China disse também nesta quinta-feira que precisaria aprovar o acordo proposto pelo ByteDance com a Casa Branca. Isso indica um arrefecimento de sua posição, já que até a semana passada, o governo do país asiático estava mais disposto a endurecer o jogo com os americanos.

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Nas últimas semanas, ela atualizou as regras de controle de exportação das tecnologias desenvolvidas no país. Com isso, as autoridades chinesas incluíram o algoritmo de recomendação do TikTok - tecnologia essencial da plataforma - em uma lista que exige autorização do governo local para ser transferida a um comprador estrangeiro. E considerando que autoridades de Pequim já disseram que a ByteDance não deve ser coagida pelos Estados Unidos a um acordo, era bastante razoável prever que ela travaria essa venda até onde lhe for conveniente ou até mesmo impedi-la. Segundo fontes envolvidas no tema, as autoridades públicas chinesas preferiam ainda encerrar a plataforma em território norte-americano do que ser coagida a vendê-la.

Até a semana passada, os compradores em potencial da TikTok estavam discutindo com a ByteDance quatro maneiras de estruturar a aquisição do app. Em um deles, a controladora do app poderia avançar com a venda com os ativos da plataforma nos EUA sem a aprovação do ministério do comércio da China, mas incluir sem algoritmos-chave, como os de recomendação.

Feito nesse formato, a operação de venda não precisaria passar pelo governo chinês, já que apenas os algoritmos em questão fazem parte da lista de tecnologias que precisam da aprovação das autoridades da China.

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Microsoft fora

Tida como a principal candidata a comprar TikTok até pouco tempo, a Microsoft anunciou sua desistência do negócio no último domingo (13). Segundo pessoas envolvidas nas negociações, o principal motivo que fez com que Yiming Zhang, CEO da ByteDance, desistisse de vender as operações do TikTok nos Estados Unidos para a criadora do Windows foi a pressão de seus principais investidores nos EUA, no caso a Sequoia e a General Atlantic.

Os fundos de investimentos se mostraram preocupados em vender as operações norte-americanas do TikTok por menos do que elas valem. Com isso, elas pressionaram Zhang a optar por vender apenas uma participação da plataforma para a Oracle, em vez de fazer isso em sua totalidade, que é o que vem ocorrendo.

Fontes envolvidas nas negociações informaram a Reuters que os executivos da Microsoft ficaram frustrados ao longo da semana passada, quando a ByteDance deixou de responder à oferta de mais de US$ 20 bilhões da empresa pelas operações da TikTok nos Estados Unidos. A proposta também previra pagamentos extras com base no desempenho da plataforma.

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Ainda de acordo com as pessoas ouvidas pela Reuters, a oferta ficou aquém das expectativas dos investidores da ByteDance. Ao discutir sua oferta com o governo Trump e legisladores dos EUA, a Microsoft irritou Zhang, porque se referiu ao TikTok como um risco de segurança que poderia corrigir. A companhia chinesa já havia afirmado que a sua plataforma de vídeos curtos não apresenta esse risco.

Nestas negociações, a ByteDance também fez outras concessões para sensibilizar Trump. De acordo com as fontes ouvidas pela Reuters, a empresa se propôs a criar 25 mil empregos nos EUA a partir da TikTok. Atualmente, a filial no país tem pouco mais de mil funcionários atualmente.

Com informações de Reuters, Bloomberg e Business Insider