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Mark Zuckerberg admite que poderia ter sido demitido do Facebook em 2006

Por| 01 de Outubro de 2019 às 22h40

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Mark Zuckerberg admite que poderia ter sido demitido do Facebook em 2006
Mark Zuckerberg admite que poderia ter sido demitido do Facebook em 2006
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Nesta terça-feira (1) o vazamento de diversos áudios relativos a uma reunião do CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, com funcionários da companhia, revelaram para o mundo alguns comentários que o bilionário preferiria manter em sigilo, e mostram como o mandatário da rede social enxerga seu próprio negócio.

Um desses momentos é quando Zuckerberg, questionado sobre como encontrar o difícil equilíbrio entre as responsabilidades financeiras e sociais que o Facebook precisa manter, admite que, se não tivesse o controle final sobre qualquer votação na empresa, ele já teria sido demitido do cargo de CEO faz tempo.

Um desses casos lembrados foi quando, em 2006, a Yahoo fez uma oferta para a aquisição da empresa. Na época, os acionistas votaram pela venda, que foi vetada por Zuckerberg, que apostava que a empresa tinha muito mais a ganhar se continuasse crescendo por conta própria. Hoje, é muito fácil perceber como o CEO estava certo, mas se na época ele não tivesse mantido o controle da companhia concentrado em suas mãos, certamente seria demitido pelos acionistas, que venderiam a rede social para o Yahoo.

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Outro trecho onde é possível entender mais sobre o pensamento do CEO do Facebook é quando ele é perguntado sobre o porquê de ter anunciado a Libra com tanta antecedência - a existência da criptomoeda do Facebook foi revelada em junho, e desde então governos do mundo todo têm votado novas regulações para impedir que a empresa, que já controla boa parte da internet, também domine o mercado de transações com moedas virtuais.

Zuckerberg revelou que essa decisão faz parte de uma mudança de abordagem do Facebook, que pretende tomar uma posição mais consultiva nas próximas grandes decisões da empresa, permitindo que se faça uma discussão pública sobre o assunto ao invés de simplesmente anunciar a novidade ao mesmo tempo que lança o produto - algo que a empresa vinha fazendo até então. Isso mostra como o CEO tem noção da importância que o Facebook possui hoje fora do mundo das redes sociais, e sobre como uma mudança grande dessas pode afetar não apenas a empresa, mas o mundo como um todo.

Também é possível perceber que Zuckerberg tem uma noção exata de como a empresa possui uma imagem pública negativa, e que tem até evitado entrar em alguns mercados para que essa “má fama” não faça com que as pessoas enxerguem uma decisão da empresa de modo negativo.

Isso fica claro no trecho em que o CEO é perguntado sobre a compra da CTRL-Labs, uma empresa de bioengenharia de Nova York que tem desenvolvido interfaces de comunicação que permitiriam o ser humano operar um computador apenas pensando no que ele deseja fazer com a máquina.

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Ainda que Zuckerberg se mostre bastante empolgado com as possibilidades que este tipo de interface podem significar para a empresa - principalmente nos desenvolvimentos dela no setor de realidade virtual - ele deixa claro que todos os tipos de interface testadas pelo Facebook serão não-invasivas, e que a empresa não irá trabalhar com nenhum tipo de implante que exija uma cirurgia ou que necessite ser inserido dentro do corpo humano para funcionar.

Essa decisão foi tomada por Zuckerberg não porque ele abomina esse tipo de procedimento, mas porque sabe como a imprensa "cairia matando" se algum dia ele tentasse fazer algo do tipo. Ele afirma que a pressão do Congresso ao anunciar sua própria criptomoeda já foi enorme, e não gostaria nem de imaginar o que teria que suportar caso algum dia anunciasse que o Facebook começaria a implantar chips nos cérebros das pessoas.

Ainda que diversas das declarações reveladas pelas gravações tenham sua dose de crueldade (como, por exemplo, achar que os funcionários que trabalham na moderação de conteúdo “exageram” nas reclamações, quando há estudos extensos mostrando que a tarefa é uma das que mais causam sequelas mentais nos trabalhadores), os áudios mostram uma faceta do empresário bilionário que normalmente não é mostrada ao público — e por isso mesmo se tornam tão interessantes.

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Fonte: VentureBeat