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Instagram testa novas ferramentas para barrar menores de 18 anos

Por  • Editado por  Douglas Ciriaco  | 

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Julia M. Cameron/Pexels
Julia M. Cameron/Pexels
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O Instagram começou a conduzir experimentos para identificar a idade do usuário e assim evitar acesso a conteúdos indevidos nos Estados Unidos. A rede social testa três sistemas diferentes: selfies em vídeo, fornecimento de documento de identificação e garantia de outros usuários adultos.

O objetivo é garantir que menores de 18 anos acessem os serviços com as limitações criadas para protegê-los, bem como barrar os menores de 13 anos que não poderiam se inscrever no serviço. Hoje, pessoas entre 13 e 17 anos têm recursos exclusivos, como o perfil automaticamente privado, para evitar abuso, bullying, exploração sexual e outras práticas nocivas.

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Esse sistema em teste visa dois usos básicos:

  • adultos que se registraram como adolescentes por engano e tentam inserir a idade correta;
  • adolescentes que tentam contornar as restrições mudando a data de nascimento.

Quando descobrem as limitações do perfil, muita gente troca a idade para burlar o sistema. Isso não deve ser um problema tão grande se uma pessoa com 17 anos trocar para 18, mas pode ter efeitos mais devastadores com um pré-adolescente de 11 anos.

Por enquanto, não há previsão de quando os três sistemas de identificação chegarão ao Brasil. É provável que leve alguns meses, após receber o feedback dos norte-americanos.

Método de comprovação da idade

A partir de agora, quando alguém alterar sua idade de adolescente para maior de 18 anos nos EUA, o Instagram solicitará a confirmação por uma das opções mencionadas acima. Poderá ser exigido algum tipo de identificação, como passaporte, RG ou carteira de motorista. O documento ficará armazenado nos servidores por 30 dias antes da exclusão definitiva.

Quem não tiver um documento de identificação em mãos poderá escolher o método de selfie de vídeo para comprovar a idade. O Instagram fez uma parceria com uma startup especializada em identificar pessoas — chamada Yoti, com sede em Londres — para garantir a correta checagem. Essa foi uma solução encontrada para inserir um sistema eficaz, já que o anterior foi enganado por uma boneca Barbie.

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A selfie de vídeo será compartilhada pela Meta com a Yoti, que verificará a idade com uma IA treinada para diferenciar os menores de 18 anos. Após o processo, ambas as empresas prometem excluir os dados. A própria criadora da tecnologia diz conseguir estimar a idade, mas sem identificá-la com precisão, portanto ainda poderá haver falhas no futuro.

Comprovação social

O terceiro método é o mais complexo e envolve um conceito chamado Social Vouching (Comprovante Social, em tradução livre). O Instagram vai exigir que três amigos com 18 anos ou mais atestem a sua idade. O voucher será enviado para uma lista de seis pessoas aleatórias e sem grau de parentesco.

Os selecionados terão três dias para responder ao pedido, caso contrário a solicitação será cancelada. As pessoas que responderem por você terão cinco opções para identificar a faixa etária:

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  1. Menos de 13 anos;
  2. Entre 13 e 17 anos;
  3. 18 a 20 anos;
  4. 21 anos ou mais; ou
  5. Não tenho certeza.

Se as três pessoas selecionadas não escolherem a mesma faixa etária, a verificação falhará. O Insta garante que as informações fornecidas serão privadas, logo ninguém saberá quem mentiu ou falou a verdade sobre a idade do "candidato" a ingressar na rede. Lojas de aplicativos e dispositivos também devem realizar essas verificações para os adolescentes terem uma experiência segura em todos os apps e serviços.

Sistema ineficaz de comprovação

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A rede social não possui um método eficiente para identificar a idade dos usuários e conta apenas com a autodeclaração, sem nenhum tipo de comprovação. Há um certo apoio dos algoritmos para mapear atitudes suspeitas, como identificar mensagens de aniversário que mencionem idades, mas é algo ainda impreciso para barrar pessoas ou impedir o acesso a determinadas ferramentas.

Recentemente, a rede social começou a pedir que todas as contas cadastradas insiram a data de nascimento. A medida causou um certo problema em contas empresariais, porque os donos acharam se tratar da data de fundação da companhia — o que fez com que muitos perfis fossem bloqueados por terem menos de 12 anos.

A Meta acrescentou que o experimento não é definitivo e ainda deve aprimorar continuamente a IA para detectar quem ainda conseguir mentir sobre a idade. Menores de 18 anos não podem receber mensagens diretas de adultos desconhecidos nem visualizar anúncios direcionados com base nas atividades.

No ano passado, o Wall Street Journal publicou documentos internos do Instagram com supostas alegações sobre o impacto na saúde mental dos mais jovens. O fato desencadeou uma onda de pressão sobre a Meta, que age com mais afinco desde então para evitar mais problemas. A gigante das mídias sociais chegou a desistir de um aplicativo voltado para crianças após a repercussão negativa.