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Criatividade e jogo de cintura: como a pandemia impactou os digital influencers?

Por| 20 de Agosto de 2020 às 18h45

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Você tem utilizado mais as redes sociais desde que entrou em quarentena por causa do coronavírus? Pois de acordo com uma pesquisa, quase 90% das pessoas aumentaram o uso do celular durante essa fase de isolamento. Trata-se de um estudo realizado pela Squid, uma empresa especializada em marketing de influência, que ouviu mais de 3500 pessoas para entender como são os hábitos adquiridos durante a quarentena e como estão se relacionando com a tecnologia.

Acontece que, desde o surgimento da COVID-19, o mundo enfrenta um grande desafio e, ao mesmo tempo, as pessoas redescobriram formas de se comunicar a distância, as marcas precisaram ampliar sua presença digital e adaptar seus discursos, enquanto os artistas estão cada vez mais presentes em lives e os criadores de conteúdo desempenham, agora, um novo papel no mercado. Foi justamente para entender esse cenário que se desenha que a empresa em questão realizou um estudo com seguidores de criadores de conteúdo para entender o comportamento da audiência dos creators e os impactos do distanciamento social no consumo de bens e conteúdo. Segundo o que aponta essa análise, o uso do celular aumentou em 88,4%, enquanto o uso do computador aumentou 43,6%.

Ao analisar o uso das redes sociais, os destaque ficam entre o Instagram e o YouTube, com respectivamente 90% e 70% das respostas. Entre as atividades estão acompanhar lives (50%), acompanhar notícias do Brasil e do mundo (43,9%) e interagindo mais em publicações de familiares e amigos. O LinkedIn foi a rede que as pessoas menos acessaram durante a quarentena, com 3,9%.

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De acordo com Isabela Ventura, CEO da Squid, o distanciamento social acelerou transformações que já vinham acontecendo. A executiva refere-se a mudanças permanentes na forma de se trabalhar, consumir e se relacionar. "As pessoas redescobriram formas de se comunicar a distância, videochamadas nunca foram tão utilizadas e as marcas precisam ampliar sua presença digital e adaptar os discursos", afirma.

Ao analisar a percepção da audiência sobre o que as marcas deveriam fazer no período da quarentena, a empresa em questão concluiu que a grande maioria (mais de 67%) acha que as marcas deveriam continuar com a publicidade, porém pensando em novas abordagens. "Isso mostra que o público espera que as marcas busquem novas formas de abordagem que faça sentido para o momento que estamos vivendo", aponta Isabela. Além disso, mais respondentes acham que as marcas devem aumentar a publicidade do que parar completamente com a veiculação de mídia (5% contra 3%).

"Mais do que nunca, as marcas devem buscar gerar valor para a sua comunidade para continuarem relevantes para seus consumidores e acompanharem as mudanças e um momento de disrupção na forma de se produzir e consumir conteúdo", diz a executiva. "Temos acompanhado algumas marcas que já entenderam essa importância e estão guiando essa mudança", conclui Ventura.

O impacto da quarentena

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Em entrevista ao Canaltech, Isabela Ventura afirma que essas transformações poderão impactar diretamente a forma de se fazer marketing daqui para frente, uma vez que a mídia tradicional exerce o seu papel entregando notícias de forma massiva e com isso, surge a necessidade de interagir com outros tipos de conteúdos. É exatamente aí que entram os influenciadores. As pessoas buscam neles outras fontes de informação, com uma comunicação mais leve, autêntica, descontraída, horizontal e humana.

"Mais do que nunca, as marcas devem buscar gerar valor para a sua comunidade para continuarem relevantes para seus consumidores e acompanharem as mudanças em um momento de disrupção na forma de se produzir e consumir conteúdo nunca foi tão importante", aponta a executiva. Isabela ainda ressalta que agora, com a pandemia, percebe uma novidade: a perfeição dos feeds. Viagens internacionais agora dão lugar para as casas, para uma vida mais real, algo que simplesmente coloca para os creators um novo desafio e uma oportunidade de conexão ainda maior por meio da vulnerabilidade e humanização de seus conteúdos.

Questionada sobre a melhor maneira de um influencer contornar essa situação e gerar ainda mais conteúdo e como se adaptar, Isabela conta que o que tem notado é como muitos influenciadores conseguiram se adaptar à nova rotina. "Até mesmo quem cria conteúdo indoor soube como utilizar a criatividade e autenticidade para manter o público engajado. O interessante é ver como estão se ajustando, mas sem perder sua essência. As lives, por exemplo, tem sido um recurso muito utilizado. Em uma outra pesquisa que fizemos com mais de 1.300 influenciadores, percebemos que o número de criadores de conteúdo que diziam fazer de 1 a 2 lives por semana antes da quarentena passou de 12.6% para 44.8% durante esse período de distanciamento social", conta a CEO da Squid.

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Isabela conta que muitas pessoas estão aproveitando esse momento para diminuir as barreiras criadas pelo distanciamento social e para criar conteúdos que, de alguma maneira, impactam positivamente sua rede. "Sejam essas pessoas personal trainers, instrutores de yoga, psicólogos ou até mesmo alguém que tenha um hobby e entenda que ensinar e compartilhar sua experiência pode transformar a rotina de alguém a desenvolver novas habilidades e até mesmo iniciar uma carreira como influenciador. Hoje há muitos cases de sucesso para buscar inspiração, mas o diferencial de ser creator é a autenticidade", ressalta.

Marketing de influência

Uma questão que fica no ar, em meio a esse assunto, é de que maneira a quarentena afetou/tem afetado as marcas e o marketing em geral. Isabela aponta que uma dessas grandes mudanças foi a forma de criar e entregar o conteúdo. "A superprodução faz algum sentido nesse momento, visto a necessidade de distanciamento e isolamento?", questiona a CEO. Outra mudança apontada pela especialista foi um maior estímulo à cooperação, à troca, à doação, tendo em mente que empresas empenhadas em doar e contribuir, algo que bateu na sociedade como um todo e as marcas, que estão inseridas nesse contexto, voltaram a se enxergar como parte do coletivo.

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De acordo com a pesquisa Marketing de Influência em tempos de Pandemia de COVID-19, realizada pela plataforma digital especializada em cultura da internet, YOUPIX, e a agência de criação de conteúdo BRUNCH, cerca de 77% das 164 marcas entrevistadas acreditam que influenciadores e criadores podem ser aliados nesse momento. A pesquisa foi e envolveu entrevistas com 554 criadores de conteúdo, e essa estratégia de comunicação é uma alternativa para que as empresas façam ações mais direcionadas e economizem o orçamento de grandes campanhas publicitárias.

Outras agências especializadas já vêm registrando crescimento na procura das marcas por ações digitais. “Pelos nossos índices, acreditamos que após esse período de quarentena, teremos uma procura ainda maior por esses profissionais capazes não apenas de divulgar produtos e serviços, mas principalmente de engajar seus seguidores nas redes sociais”, explica Cleber Ribeiro, diretor da agência curitibana de modelos e influencers, Royal Models.

Ribeiro ressalta que esse é um mercado que está em extrema ascensão e que neste período esses profissionais serão ainda mais solicitados. Também destaca que será necessário filtrar a escolha dos profissionais e apostar em produtores de conteúdo qualificados. “Como em toda profissão, a preparação é o pilar de um profissional competente”, afirma Ribeiro. Ele explica que a preparação é necessária para que esses creators tornem-se profissionais capazes de entrar no mundo da moda enfrentando os desafios de um mercado que exige diversidade, naturalidade e conhecimento. A previsão é que tanto marca quanto consumidores apressem a retomada de compras, eventos e campanhas com força total.

O empresário e diretor da Royal Models ainda aponta que o mercado da moda e da publicidade são áreas em constante crescimento, e que mais do que nunca, as demandas do mercado vão além da questão estética e dos padrões convencionais. "Hoje esses mercados exigem atitude, conteúdo, diferenciais, posicionamento, personalidade", diz.

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O Canaltech também conversou com o modelo e Influenciador digital Jeff Pieczkoski, que acumula 115 mil seguidores em sua conta do Instagram. Admitindo o impacto da quarentena em sua criação de conteúdo, Jeff conta: "Alguns dos lugares onde eu gravo vídeos estão fechados. Outros, que uso para ambientar as fotos, como os parques, também se encontram fechados, e o jeito foi adequar. Em virtude da quarentena, acabei permanecendo muito tempo em casa adaptei meu conteúdo para formatos internos, com vídeos e fotos dentro de casa". O digital influencer ainda acrescenta: "Esse momento também me permitiu estar mais perto da família, pois antes eu tinha os dias mais corridos e quase não os via".