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Crianças de 6 anos seriam "plano B" do Facebook após debandada de adolescentes

Por| Editado por Douglas Ciriaco | 01 de Novembro de 2021 às 17h35

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Diego Passadori/Unsplash
Diego Passadori/Unsplash
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Em meio a uma avalanche de conteúdos negativos, o Facebook tem lutado para desviar das acusações de impacto negativo sobre a mentalidade de adolescentes e ainda lidado com a perda de público dos mais jovens. Segundo um documento vazado da própria companhia publicado pela NBC, desde 2019, o uso do app por adolescentes caiu 13% e esse número poderia chegar a uma queda de mais 45% nos próximos dois anos.

Um memorando interno divulgado pela informante Frances Haugen revelou que a empresa teria chegado a considerar novos produtos direcionados a crianças a partir dos seis anos de idade. Essa seria parte de uma tática da plataforma para tornar a rede mais segura e privada para entregar uma experiência melhor para os jovens, o que implicaria em projetar do zero soluções para os menores de 13 anos — como o Instagram Kids, cujo desenvolvimento acabou suspenso devido à polêmica.

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É claro que tudo parece não passar de uma hipótese, já que a Lei de Proteção à Privacidade Online das Crianças (COPPA) dos Estados Unidos limita bastante a atuação de empresas no direcionamento, coleta e compartilhamento de dados sobre crianças. O Facebook não poderia, por exemplo, fornecer nenhum dado a terceiro sem o consentimento dos pais, outro empecilho que precisaria ser resolvido para o negócio vingar.

Nos últimos meses, vários órgãos controladores, entidades de defesa dos direitos da criança e associações de pais posicionaram-se contra a iniciativa da rede de criar uma plataforma exclusiva para crianças. A ideia seria criar uma ferramenta nos moldes do Messenger Kids para que somente os pequenos possam conversar e jogar com seus amigos, sob total supervisão dos pais.

Segurança preocupante

Existe, porém, o temor de que os mecanismos de segurança sejam falhos e deixem os pequenos mais suscetíveis a ação de pedófilos, criminosos virtuais e empresas de publicidade. Há cerca de dois anos, um bug no app do Messenger for Kids permitiu a criação de chats em grupo com usuários não autorizados pelos pais — levou quase um ano para os desenvolvedores corrigirem a falha e mais um mês para que os pais fossem notificados.

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A rede também enfrenta no Senado dos Estados Unidos uma forte pressão de parlamentares para adoção de medidas mais duras contra a rede, por violação da COPPA e por omissão. Um estudo interno sobre o Instagram revelou que as meninas adolescentes se sentem insatisfeitas com seus corpos e a rede social teria um forte impacto nisso.

Outra pesquisa do próprio Facebook teria revelado que 7% dos adolescentes relataram ter sofrido bullying, sendo 40% desses por meio de mensagens privadas no Instagram. Mesmo com a rede de contatos da criança restrita a seus "amigos", ainda assim há risco de expô-la a situações negativas.

Embora tenha desistido de lançar o Instagram Kids, o chefão da rede, Adam Mosseri, já declarou que ter um sistema desenvolvido sob medida para os menores de 13 anos é uma necessidade. Segundo ele, os jovens mentem a idade e conseguem acesso regular à plataforma dos adultos, algo que poderia ser atenuado com a versão específica para crianças

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Fonte: NBC, Frances Haugen