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Compra do Twitter por Elon Musk preocupa grupos de direitos humanos

Por| Editado por Douglas Ciriaco | 26 de Abril de 2022 às 12h25

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Alexander Shatov/Unsplash
Alexander Shatov/Unsplash
Elon Musk

A compra do Twitter pelo bilionário dono da Tesla, Elon Musk, agitou o mercado, mas despertou preocupações em grupos de defesa dos direitos humanos. Isso porque tais organizações temem o crescimento do discurso de ódio na plataforma, fruto de uma suposta flexibilização do sistema de moderação de conteúdo promovida pela "era Musk".

O medo dos defensores de direitos humanos é legítimo, pois Musk é um defensor absoluto da "liberdade de expressão", sem nenhum tipo de penalização sobre posts. Na prática, significaria que as pessoas seriam livres para falar sobre o que quiserem, inclusive discriminar pessoas, atacar minorias, espalhar desinformação e incentivar a violência.

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O dono da rede do passarinho, que também é CEO da SpaceX, critica há algum tempo as políticas restritivas sobre determinados assuntos. Para Musk, a total liberdade de expressão é a "base de uma democracia em funcionamento". Ele disse recentemente que a moderação só é eficaz quando "10% da extrema esquerda e da extrema direita se sentem infelizes", em alusão a um suposto favorecimento político-ideológico da plataforma.

Hoje, o Twitter não é somente uma empresa privada: trata-se de um meio de comunicação com responsabilidades perante seus usuários ao redor do mundo. Muita gente usa a rede graças aos mecanismos de segurança e à moderação, pois possibilita um ambiente mais protegido.

Mesmo assim, a rede social fundada por Jack Dorsey ainda é considerada um terreno fértil para trolls, haters e críticos. Esse tipo de cultura negativa afastou muita gente nos últimos anos e poderá ser amplificada sem nenhum tipo de controle.

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Uma terra sem lei

A Anistia Internacional demonstrou preocupação com qualquer possível decisão que o Twitter possa tomar após a aquisição de Musk. A ONG entende que poderia haver um retrocesso na aplicação das políticas e mecanismos projetados para moderar o discurso de ódio online.

"Mudanças em suas políticas, recursos e algoritmos, sejam grandes ou pequenas, podem ter impactos desproporcionais e às vezes devastadores, incluindo violência offline", disse a pesquisadora de direitos digitais da Human Rights Watch, Deborah Brown, à Reuters. Para Brown, a liberdade de expressão não pode ser considerada um direito absoluto, porque isso deixaria usuários vulneráveis e cada vez menos seguros na plataforma.

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Já a American Civil Liberties Union, representada pelo seu diretor-executivo Anthony Romero, disse que o anúncio é um sinal de alerta. "Embora Elon Musk seja um membro de carteirinha da ACLU e um de nossos apoiadores mais importantes, há muito perigo de ter tanto poder nas mãos de qualquer indivíduo", explicou à Reuters.

Seria o fim da rede?

Há quem aposte na decadência da plataforma, como ocorreu com o Tumblr e o Flickr, mas outros creem no uso por conservadores, grupos radicais, militantes políticos e outras categorias repelidas nos últimos anos devido à moderação. Um movimento de migração para o Mastodon parece ter começado nos últimos dias, mas a maior parte da população ainda não conhece essa alternativa.

O Twitter ainda não se manifestou sobre esse tipo de preocupação e provavelmente não o fará. Toda essa situação relacionada com a compra da rede ainda está muito obscura para muita gente, sem saber quais os planos de Elon Musk para o futuro da plataforma.

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Fonte: Reuters