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Veja os grandes destaques das HQs da Marvel e DC em outubro

Por| 07 de Novembro de 2021 às 11h00

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Marvel
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O que aconteceu de mais relevante no mercado de quadrinhos norte-americano no mês que passou? A resposta está aqui, com uma lista resumida das principais edições lançadas em outubro, especialmente da Marvel Comics e DC Comics.

Vale lembrar que, a cada semana, o mercado gringo recebe muitas edições, então, as “escolhidas” abaixo contam com um resumo rápido e alguns comentários. Várias dessas novidades chegarão ao Brasil muito em breve; e o objetivo aqui é também chamar atenção para coisas que têm grandes chances de influenciar as adaptações para TV e cinema. Você sempre pode acompanhar os lançamentos lá fora por meio do site Comic List.

Então, vamos lá, lembrando que este conteúdo traz uma boa dose de spoilers! Fique avisado.

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DC Comics

O que você faz quando está sem ideias no mercado editorial norte-americano? Bem, ou você coloca os super-heróis enfrentando zumbis, ou põe vampiros pelas páginas das revistas. O final de ano costuma ser “entressafra” de sagas e eventos nos Estados Unidos, e, normalmente, é a época em que as maiores companhias entregam arcos “filler”, ou seja, para preencher espaço até o início da próxima temporada.

É isso o que acontece com DC vs Vampires, a saga em 12 partes que se passa em uma realidade alternativa em que o personagem conhecido como I, Vampire tenta alertar a Liga da Justiça sobre uma conspiração vampírica que está a caminho. Com a injeção do sangue dos hematófagos, os conhecidos vilões e heróis da DC Comics aos poucos se tornam vampiros.

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Embore haja zero de criatividade na proposta, o roteiro de James Tynion IV & Matthew Rosenberg é “correto”, oferecendo uma boa interação e diálogos com diversão. A arte tem seus momentos sombrios, mas evoca o tom cartunesco das animações da DC, com direito à participação dos Supergêmeos, do saudoso desenho animado Superamigos. Pode ser uma boa para quem quer “limpar o paladar” de tanta treta na continuidade do Multiverso DC, o que vimos com Infinite Frontier, com uma trama fechada e sem amarras com outros títulos.

Batman #114-115

Gotham City tem se tornado a cidade ciberpunk com ares de distopia que vimos em Future State no começo do ano, e Bruce Wayne, agora sem os recursos de sua fortuna, vê o Batman cada vez mais marginalizado. Os tons de cinza da capital gótica da DC de outrora se tornaram muito mais futuristas e coloridos, em um ambiente opressor, em que a polícia, de saco cheio de tantos vilões, tem adotado a política de “tolerância zero”.

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Além de reposicionar o Homem-Morcego e trazer o seu “sucessor” em outro título, a revista mensal tem a clara intenção de também renovar a ótima galeria de vilões com versões revitalizadas, como a do Espantalho; e novas carinhas, a exemplo de Miracle Molly e Clownhunter. Embora meio arrastado e muitas vezes enfadonho, o arco Fear State, é importante para a transição do que era e do que será Gotham City.

Nubia and the Amazons #1

Com Diane Prince se tornando uma entidade de escala cósmica no panteão da DC Comics, seu lugar vem sendo preenchido por duas novas personagens: Yara Flor, a brasileira que é protagonista do título Wonder Girl; e Nubia, que estreia sua própria revista como a nova Mulher-Maravilha de Themyscira. Vale destacar que nessa renovação há uma clara intenção de apoiar as tramas em mais diversidade e no empoderamento feminino.

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DC Horror Presents - Soul Plumber #1

Depois de assistir a um seminário realizado em uma sala de conferências de um hotel por um grupo misterioso chamado Soul Plumbers, Edgar Wiggins, ex-aluno do seminário em desgraça, descobre o que ele pensa ser o segredo para libertar almas das escravidão de Satanás. Mas depois de roubar as plantas e construir a máquina sozinho, com tudo o que ele pode pagar de seu salário como frentista, Edgar sente falta do demônio e, em vez disso, invoca um alienígena interdimensional com terríveis consequências para toda a humanidade.

Essa é a premissa que une terror com ficção científica na nova linha para adultos da DC Comics, que já tinha lançado anteriormente DC Horror Presents - The Conjuring: The Lover, minissérie que tem conexão com a série de filmes Invocação do Mal. Vale destacar a arte de John McCrea, que fez sucesso com Hitman, e, aqui, apresenta um estilo diferente, que lembra publicações alternativas e ganha vida com as cores de Mike Spicer.

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Justice League - Last Ride #6

A DC costuma sempre manter uma saga mais “clássica” para os leitores veteranos em minisséries como essa durante o ano. Na última edição, vemos uma verdadeira salada de propriedades, algo que a editora consegue fazer bem: aqui tem Darkseid como Lanterna Verde, Ciborgue Superman misturado com Brainiac e por aí vai. Até divertido, mas não recomendo se você estiver com paciência nos limites ultimamente.

Superman and the Authority #4

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Uma das coisas mais interessantes que a DC vem fazendo nessa nova fase é amadurecer o Superman e torná-lo um personagem mais palpável para o público. Kal-El está envelhecendo bem, assumindo um papel maior no universo, como um protetor da liberdade. E, nesta minissérie, vemos uma faceta ainda mais curiosa do Homem de Aço.

Clark Kent deixa o bom-mocismo de lado e aprende a jogar mais nas tonalidades de cinza do que no preto e branco. Além disso, é um Superman mais poderoso e próximo do que vimos em Reino do Amanhã. Ele já não precisa mais tanto do Sol para manter seus poderes e a Kryptonita não o afeta tanto como antes. E Clark também está mais esperto e severo com os vilões: aqui, você até o vê arrancando a cabeça de um oponente, algo que normalmente você não presenciaria nas revistas tradicionais.

Task Force Z #1

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Aqui está mais um legítimo filho do “efeito Esquadrão Suicida”. O título tem exatamente a mesma proposta, a de reunir vilões em uma superequipe para encarar missões que exigem “antiheróis que pensem como bandidos”. Jason Todd lidera um grupo que tem também Bane e o Homem-Morcego, no estilo de filme de ação como nos moldes do próprio Esquadrão Suicida do James Gunn.

Superman - Son of Kal-El #4

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O novo Superman da Terra, Jonathan Kent, vem para ser a voz do personagem que representa a esperança para uma nova geração de leitores. Aqui vemos mais do desenvolvimento de Jon, com a interação de seu namorado, Jay, e seus avôs Jonathan e Marth Kent.

Este é um Homem de Aço mais falível e mundano, que está impondo seu modo de ser, errando e acertando, enquanto tenta manter o nível de proteção mais próximo da população nas ruas — algo que está nas raízes do personagem, que, inicialmente, na Era de Ouro dos Quadrinhos, preocupava-se mais com os problemas do dia a dia.

Marvel Comics

Assim como na concorrente DC Comics, a Marvel passa por um momento de entressafra até os próximos grandes eventos. O que de mais importante aconteceu em outubro foi o final de Immortal Hulk, no número 50, que trouxe uma grande revelação e também restabeleceu todos os personagens de apoio e o próprio Bruce Banner.

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Immortal Hulk termina com as mesmas esquisitices do horror cósmico que fez parte de toda a sua trajetória, com muita bizarrice nos desenhos do brasileiro Joe Bennet — que, depois de ter mostrado um comportamento próximo da extrema-direita, foi demitido da Marvel e não deve repetir a parceria que tinha com Al Ewing.

Na trama, ficamos sabendo que o One Below All, a entidade que controla o “inferno-limbo” acessado pela Porta Verde (um portal para criaturas imortais geradas pela radiação gama), é, na verdade também o One Above All (o mais próximo que a Marvel Comics tem de Deus). Ou seja, Deus é também o Diabo, e a destruição do Hulk aconteceu justamente para reconstruí-lo, já que, na visão desse ser, o Gigante Esmeralda é uma força da natureza que existe para contrabalancear as coisas e manter o equilíbrio do Universo.

Hulk perdoa Banner e, no final, vemos o cientista mais confiante e, aparentemente, de bem com o monstro interior. Esse é um status interessante para a nova fase, já que, assim, teremos a mente brilhante de Banner trabalhando com o Hulk — e suas diversas facetas — a seu dispor, no controle das transformações.

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Captain Marvel #33

Todo mundo sabe que The Marvels, o subtítulo do próximo filme da Capitã Marvel, faz referência às outras duas heroínas que também dividem “Marvel” no nome, Monica Rambeau e Kamala Khan. Já antecipando o longa, a Marvel Comics trata de desenvolver melhor a interação com essas personagens nas páginas das revistas — até porque, embora Khan tenha adotado o nome de Ms. Marvel em homenagem à Carol Danvers, ambas nunca tiveram muitas aventuras juntas.

Dark Ages #2

É interessante ver a Marvel Comics adotando uma proposta parecida com a rival DC Comics, a de explorar diferentes versões de seus personagens em sagas “filler” ambientadas em realidades paralelas. Aqui vemos a humanidade sem tecnologia, obrigando os heróis a viver em um ambiente retrofuturista steampunk. O vilão é Apocalipse, e é interessante vermos o Homem de Ferro à vapor e Homem-Aranha cheio de traquitanas, ao lado de sua filha.

Amazing Spider-Man #75-76-77

Por falar em Homem-Aranha, aqui vemos Peter Parker divindo espaço com Ben Reilly — sim, o famigerado clone. Peter tem sofrido muito ultimamente, nas mãos de vilões que fora impiedosos com ele nos últimos meses. E, depois do arco com duas versões do Sexteto Sinistro, o Amigo da Vizinhança entra em coma, e precisa ser substituído em Manhattan.

É uma troca parecida com a do Homem-Aranha Superior, já que Reilly tem uma abordagem, digamos, mais proativa agressiva. O que se destaca nesse novo arco são os traços e a narrativa de Patrick Gleason, que impregam um ar muito mais dramático e belo design de personagens. Uma boa, pois não dá mais para aguentar os bonecos do Mark Bagley, que já era ruim na época nos anos 1990 e seu trabalho continua datado na pior década para os heróis nos quadrinhos.

Eternals - Celestia #1

Assim como o Marvel Studios vem utilizado os Eternos para pavimentar as bases do Universo Marvel nos cinemas, o mesmo tem sido feito nos quadrinhos. E, agora, as revistas também compartilham de coisas em comum com o filme, como, por exemplo, o fato de alguns personagens terem o mesmo visual e comportamento — Ajak não era uma mulher, agora, está mais próximo do que vimos com Salma Hayek nas telonas.

Nessa história vemos uma das primeiras cidades dos Eternos, da época em que os Celestiais tinham largado por aqui 100 Eternos e 100 Deviantes para habitar a Terra, há milhares de anos. É curioso ver também maior desenvolvimento sobre os Celestiais e a participação dos Vingadores Pré-Históricos.

The Darkhorld - Iron Man #1

A Marvel Comics vem tentando trazer de volta seu lado mais misterioso e sombrio, com histórias que misturam suspense e ficção científica. Na Casa das Ideias, a ciência anda muito próximo da magia, e é justamente esse mix que vemos aqui. Como o Marvel Studios deve ampliar esse cantinho nos cinemas, com o Doutor Estranho e a Feiticeira Escarlate, era de se esperar que a editora revisitasse essa faceta para “reparar arestas” e dar mais estofo para essa ambientação.

Darkhold é o livro proibido que dá acesso a encantos poderosos e perigosos, e, aqui, vemos Tony Stark usando diferentes abordagens na construção de sua armadura. Seus projetos resultam em algo diferente, de uma forma que Stark não consegue mais viver fora de seu traje, pois sua pele começa a cair. É meio nojento, mas curioso.

Thor # 18

Danny Cates vem revisitando várias fases do Thor para reposicionar algumas ideias para uma audiência mais exigente. Por exemplo, embora fosse fofo e engraçada a versão do Sapo Thor no passado, como você explicaria atualmente que existe mesmo um personagem assim para a alguém? Pois bem, o roteirista revisita a magia e fantasia da Marvel Comics para explorar essa criatura.

Depois que se tornou rei de Asgard, Odinson vem tendo uma crise de identidade, deixando bem claro que ele ainda não estava preparado para assumir o trono — algo que afeta diretamente sua relação com o antes fiel Mjolnir. Assim, ele busca o Sapo Thor para buscar respostas (!). É, é mais ou menos isso aí, mas é bem mais legal do que essa descrição ilustra.

X-Men - The Trial of Magneto #3

A trama da minissérie, que aborda o Magneto assumindo a culpa pelo assassinato de Wanda Maximoff, começou bem, mas agora virou um rocambole digno de novela das nove — mas com poderes. Enquanto o X-Factor investiga se Magnus realmente matou a Feiticeira Escarlate, vemos a própria Wanda voltar dos mortos, mas, aparentemente, em uma versão mais “clássica”.

Como se não bastasse, isso tudo acontece justamente no meio da treta entre os Vingadores e Magneto, enquanto a X-Force também aparecer para meter o bedelho. Ou seja, você termina a edição igual começa, não entendendo nada.

Até o próximo mês!

Obviamente, não dá para comentar tudo o que saiu no mercado norte-americano nas quatro semanas anteriores, mas essas publicações são as que mais fizeram barulho em agosto e prometem ter relevância nas editoras (e em suas outras mídias) nos próximos meses.

Continuem lendo as matérias de quadrinhos e toda a cultura pop aqui do Canaltech. A coluna no primeiro domingo de novembro. E quem quiser me acompanhar no Twitter e saber dos conteúdos relacionados que saem durante o período, é só me seguir no @clangcomix. Até logo!