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Saiba quem é Shang-Chi nas HQs e como deve ser sua adaptação na Marvel Studios

Por| Editado por Luciana Zaramela | 25 de Abril de 2021 às 11h00

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Nesta semana a Marvel Studios liberou o primeiro trailer da estreia de um de seus principais heróis asiáticos nas telonas. Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis já está finalizado há algum tempo e deve abrir mais um cantinho da Marvel Comics nas telonas, com uma mistura de artes marciais, misticismo e, claro, muito heroísmo e humor, na melhor tradição das produções da Casa das Ideias. Mas quem é esse personagem, que sempre ficou em segundo plano e agora ganha tanta atenção? Qual é sua origem e poderes e como sua presença deve impactar o Universo Cinematográfico Marvel (MCU, na sigla em inglês).

Shang-Chi sempre foi mais conhecido entre os brasileiros como Mestre do Kung Fu, especialmente no começo dos anos 1980, quando suas aventuras começaram a chegar ao Brasil. O personagem foi criado pela Marvel Comics no auge da febre dos filmes e séries de artes marciais em Hollywood, no início dos anos 1970 — nesta época, o seriado Kung Fu, de David Carradine, era sucesso absoluto. Como dá para notar em suas primeiras histórias, ele é altamente influenciado pela figura do Bruce Lee.

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O Mestre do Kung Fu estreou na revista Special Marvel Edition #15, de dezembro de 1973, pelas mãos de Jim Starlin (o mesmo que criou Thanos) e Steve Englehart. Nesse período, a Marvel Comics vinha tentando fazer uma ponte entre os quadrinhos e o sucesso dos seriados televisivos, já que os aparelhos de TV se tornavam mais populares e acessíveis em todo o mundo. Para a criação de Shang-Chi, a Casa das Ideias até mesmo conseguiu os direitos da figura do Doutor Fu Manchu, popular nas novelas literárias do escritor inglês Sax Rohmer.

Mas, com o tempo, assim como tudo na Marvel Comics, Shang-Chi e os elementos em torno de sua ambientação foram mudando, para que ele se tornasse uma figura mais atuante em núcleos de super-heróis, a exemplo do Homem-Aranha e dos Vingadores.

Origem e poderes de Shang-Chi

O Mestre do Kung Fu (vou usar esse nome, porque é um jeitinho brasileiro carinhoso de chamar o personagem) nasceu um ano antes que o Punho de Ferro, outra grande referência marvete na época. Shang-Chi, que significa “o surgimento e o avanço de um espírito”, era filho do mentor criminoso Fu Manchu e foi criado na província chinesa de Honan. Ele foi treinado desde criança para ser uma máquina letal de combate, como uma ferramenta para o império criminoso de seu pai.

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Já mais velho, ao assassinar um velho indefeso, Shang-Chi teve uma epifania e começou a ver seu pai com outros olhos, assim como o mundo exterior ao de seu crescimento. Foi quando ele se libertou das amarras de seu criador e percebeu que, na verdade, ele não estava trabalhando do lado dos “mocinhos”. E aí começa sua luta para inicialmente fugir e depois combater o seu próprio progenitor.

Em seus primeiros anos de publicação e durante os anos 1980, as aventuras de Shang-Chi eram muito mais “pé no chão” e envolviam espionagem, especialmente quando ele atuava ao lado do Serviço Secreto britânico. Ele não tinha superpoderes, mas sempre conseguia se defender e derrubar grandes adversários, aparentemente intransponíveis, incluindo seres como Wolverine. Com o tempo, os escritores foram adicionando mais elementos ao Mestre do Kung Fu, até que ele foi se tornando mais "contemporâneo" e integrado aos super-heróis, já depois dos anos 1990.

O Shang-Chi “moderno”

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A partir dos anos 1990, a Marvel Comics começou a incorporar melhor o personagem ao seu cânone. Shang-Chi passou a se tornar especialista em todos os tipos de artes de marciais, incluindo o uso de vários modelos de armas; e ajudou o Homem-Aranha a desenvolver seu próprio estilo de luta, o “Caminho da Aranha”. Ele também teve um encontro com o Homem-Coisa, que destacou o lado místico e espiritual de suas histórias.

Em seguida, já a partir dos anos 2000, Shang-Chi passou a ter alguns poderes controlando o chi. Dessa forma ele passou a ter uma percepção mais apurada sobre elementos naturais e energias de todos os seres vivos. Foi assim, por exemplo, que certa vez ele chegou a furar uma barreira telepática criada por Jean Grey. E em seguida ele experimentou vários superpoderes.

Shang-Chi já teve os poderes do Homem-Aranha, chegou a ter uma manopla especial para lutas desenvolvido por Tony Stark e usou as partículas Pym para se tornar gigante. E, após a exposição a radiação cósmica, passou a ter a capacidade de criar cópias ilimitadas de si mesmo. Aliás, essa é uma habilidade que ele mantém até os dias de hoje. E, nas mais recentes Guerras Secretas, de 2011, ele também desenvolveu técnicas que o permitem ficar intangível e transformar oponentes em pedra.

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Com seu arsenal “otimizado” ao longo dos anos, ele participou de várias histórias com os Vingadores, Homem-Aranha e os heróis de rua da Marvel — especialmente os que são ligados a artes marciais, a exemplo do Punho de Ferro e Demolidor. Mais recentemente, Shang-Chi chegou a participar de um grupo formado somente pelos heróis asiáticos da Marvel e, com a chegada de seu filme, passou a ter um novo título próprio da Marvel, desde o ano passado.

Como será o Shang-Chi da Marvel Studios?

Não é segredo para ninguém que o mercado chinês é importantíssimo para a bilheteria e a audiência da Marvel Studios. Já havia planos para um filme do Mestre do Kung Fu em 2006 e, desde o início, o MCU vem acrescentando mais personagens asiáticos às suas produções, justamente para ter mais identificação nos cinemas orientais. Some a isso a expansão da diversidade e de representatividade promovida pela companhia ao longo dos últimos 15 anos.

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Lá atrás, no início das publicações de Shang-Chi, a Marvel já tinha perdido os direitos de uso da figura do Fu Manchu, então, a origem do personagem foi alterada, com o nome de seu pai sendo alterado para Zheng Zu. E mudança semelhante vai acontecer em Shang-Chi e a Lenda dos Dez Aneis, que deve introduzir o verdadeiro Mandarim como seu pai, assim como a lenda dos aneis energéticos e o icônico dragão Fing Fang Foom, à mitologia do personagem nos cinemas.

Com uma equipe de produção, direção e atores formada por chineses, a ideia da Marvel é trazer aquela autêntica aura dos filmes de kung fu dos anos 1970 — já bastante homenageados por Quentin Tarantino no passado, por exemplo — para seu MCU, mas de uma forma revigorada, claro. Além disso, o filme deve fazer justiça ao personagem Mandarim, mal representado em Homem de Ferro 3. E, claro, a ideia da Marvel Studios é fazer o que vem dando certo nos últimos anos: promover a mistura de gêneros para criar o seu próprio.

Shang-Chi e a Lenda dos Dez Aneis deve, por exemplo, explorar algo que ficou mal explicado na série Punho de Ferro: a origem mística dos poderes e das entidades da mitologia asiática no MCU. Então, além de ser o primeiro título com um protagonista oriental, a Marvel terá a chance de ampliar um cantinho que deve trazer muitos frutos no futuro, incluindo uma possível interação com os heróis de rua que estavam na Netflix.

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O filme tem direção de Daniel Cretton, com Simu Liu no papel de Shang-Chi e Tony Chiu-Wai Leung interpretando o Mandarim. Devido à pandemia do novo coronavírus (SARS-CoV-2), o longa teve sua data alterada algumas vezes no ano passado e agora passou do dia 7 de maio para 3 de setembro deste ano.