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Afinal, por que os super-heróis usam capas?

Por| Editado por Claudio Yuge | 13 de Outubro de 2021 às 22h40

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Reprodução/Fwoosh
Reprodução/Fwoosh

Muito além da Marvel ou DC, capas são sinônimos de super-heróis. Por mais de 80 anos, desde que o mundo foi introduzido ao Superman em Action Comics #1, esses acessórios fazem parte da imagem de heróis para toda população. A popularidade é tanta que, em todo esse tempo, nenhum personagem que foi introduzido fazendo uso do acessório conseguiu emplacar um redesign sem a vestimenta. 

Porém, ao mesmo tempo que é impossível imaginar um Superman ou um Batman sem a capa, heróis introduzidos dos anos 60 em frente, em especial da chamada “era Marvel” dos quadrinhos, onde a editora criou um panteão novo composto por ícones como Homem-Aranha e Quarteto Fantástico, o acessório não estava mais presente no design dos personagens. Mas qual a razão para isso?

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A explicação, na verdade, é bem simples. Todos os heróis são produtos de seu tempo. O Superman, criado em 1938, tinha como inspiração visual os homens-fortes de espetáculos de circo dos anos 1920 e 1930, que, muitas vezes, usavam capas para destacar a largura de seus ombros e aumentar sua visibilidade em um picadeiro lotado. 

Mas não foram somente artistas de circo o motivo por trás do uso desses acessórios. Uma outra razão era uma limitação das técnicas de impressão de revistas da época, que impediam os artistas de usarem traços mais complexos para representar movimentos. A capa do Último Filho de Krypton, então, era um indicador visual perfeito para mostrar que o herói estava voando, por exemplo. 

A Teatralidade

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Com o passar do tempo, os artistas de quadrinhos iriam começar a usar as capas de super-heróis para além da indicação de movimentos dos personagens. 

Como exemplo, usemos a capa do Batman. Hoje em dia sinônimo da parte mais sombria do design do herói, ela, na verdade, só começou a ser usada dessa forma sobre o traço de Neal Adams, quando o artista junto do roteirista Denny O’Neil renovou o Cavaleiro das Trevas, o afastando da visão mais alegre vista na série de TV protagonizada por Adam West. 

Adams usou a capa do Batman como um recurso para justificar o medo que o vigilante causava nos bandidos, e com o passar dos anos isso se tornou uma das características icônicas do personagem. 

Ao mesmo tempo, vilões como Magneto e o Dr. Destino, da Marvel, criados por Jack Kirby, tinham a capa em seus visuais como um indicador de suas ambições, e as usavam em seus confrontos contra seus adversários como uma marca de teatralidade.

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Se olharmos para a história da humanidade, a maioria das pessoas retratadas com capas pertenciam a setores aristocráticos da sociedade, tendo dinheiro, poder e fama. O uso do acessório no design de um personagem como Magneto, portanto, indica que ele busca essas características, além de deixar, durante os embates com seus adversários, um claro destaque na figura do vilão contra o simples terno do Professor Xavier, por exemplo. 

Essa mesma teatralidade também está presente em heróis místicos, como o Doutor Estranho, que, a partir de seu manto, além de ganhar a habilidade de voar, ganha em sua silhueta um tom de mistério que combina com os mitos normalmente associados com magos. 

Fora de moda?

Conforme os anos foram passando, as editoras e os autores de quadrinhos começaram a querer histórias com um pé mais forte na realidade, e muitos conceitos que faziam parte da mídia desde seu começo, como as capas, não se encaixariam bem com essa nova abordagem.

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Quem assistiu o filme Os Incríveis, da Disney-Pixar, conhece a cena onde a estilista de super-heróis explica a razão de não colocar mais capas em suas criações — o perigo iminente que um pedaço de malha solto pode apresentar para os combatentes do crime. Embora, na animação, seja um momento engraçado, ele não deixa de refletir as mudanças que a ficção em quadrinhos enfrentou durante suas mais de oito décadas de existência. 

Mas enquanto é difícil encontrar um personagem criado nos últimos anos com capa, ao mesmo tempo, bastiões como Batman, Superman, Thor continuam ostentando o acessório, ainda o mantendo como sinônimo do heroísmo dos quadrinhos no imaginário de adultos e crianças.

Fonte: ScreenRant