Hulk anda tão sem noção que acaba de se tornar uma dimensão portátil
Por Claudio Yuge |
Quando o escritor Phillip Kennedy Johnson disse antes de iniciar seu trabalho como escritor titular da série mensal do Hulk que sua fase voltaria a explorar as raízes de terror do Gigante Esmeralda, “uma continuação do Hulk Imortal de Al Ewing e Ed Benes”, ele realmente estava falando sério. Além de esquisitices e do horror físico em comum, agora o Golias Verde entra em um momento sem noção com os mesmos contornos absurdos daquele período, tornando-se uma dimensão portátil.
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Atenção para spoilers de The Incredible Hulk #14!
Na atual fase, Hulk e seu cabelinho de peruca implorando por um corte e uma surra de Monange, vem atravessando os pântanos da Louisiana dilacerando monstros nojentos e horripilantes. Só que nas últimas edições essa narrativa principal foi deixada de lado para a trama destacar o fundo do poço da relação entre Bruce Banner e seu alter-ego.
Em The Incredible Hulk #14, lançado recentemente, Bruce Banner acaba atropelado e morto por um caminhão enquanto pegava carona para Las Vegas. Após sua aparente morte, a alma do cientista é transportada para um mundo infernal. Ele aparece dentro de uma gaiola pendurada a uma versão gigante de seu alter-ego monstruoso. Claro que Johnson tinha que acrescentar mais um carimbó de esquisitice, então, ele colocou uma versão mórbida de Rick Jones ao seu lado.
Ao falar com Jones, Banner descobre que não está no inferno e nem morto. Em vez disso, sua psique ficou presa em uma "dimensão de bolso" dentro da mente compartilhada dele e de Hulk, um lugar imaginário na cabeça do cientista maluco que se chama "The Hulkscape". Neste “mundo”, o Gigante Esmeralda é onipotente e obriga seu rival interior a se deparar com todos os tipos de demônios macabros criados para torturá-lo, a exemplo do chato do Rick Jones.
Por que Hulk está tão pistola com o Banner?
Vale lembrar que, embora essa “dimensão de bolso” seja explicada de uma maneira diferente, é um conceito que tem aparecido com frequência ultimamente, mas com caracterizações distintas. Na fase anterior, foi Banner quem aprisionou a psique de Hulk, só que em um canto compartilhado de sua mente.
Também conhecida como “Starship Hulk”, em que Banner alimentava a raiva do Hulk com inimigos ilusórios em uma câmara de tortura e usava essa energia para combater os inimigos, “pilotando” a mente do Gigante Esmeralda enquanto ele descia a porrada na geral.
Essa nova dimensão de bolso infernal lembra mais o inferno visto na fase Hulk Imortal, em que ele encontra a alma de Banner é roubada de seu corpo e levada para o Below-Place, onde seu corpo metafísico foi torcido e esticado em uma máquina de carne perpetuamente giratória criada pelo One Below All.
Esse vai-e-volta entre ambos tem deteriorado cada vez mais a relação entre ambos, que não conseguem mais se acertar para fazer algo construtivo em conjunto ou pelo menos cortês. E a maior razão de Hulk estar atualmente com um sentimento de completo desprezo e ódio, de maneira que nunca esteve, é pelo fato de Banner ter “curado” Betty Ross quando ela se transformou também em uma criatura, a Harpia.
Como Harpia, Betty passou um tempo se rejeitando até que, finalmente, encontrou paz no amor com o Hulk, e não Banner. Ambos começaram a aceitar suas deformações físicas e problemas mentais e emocionais juntos. Aí vem o cientista e “cura” a moça, mesmo à revelia, retornando-a ao estado humano novamente — é claro que o Gigante Esmeralda não gostou disso, e o que já estava azedo agora começou a ficar pútrido.