O “iPhone pra Sempre” do Itaú vale a pena?
Por Jucyber • Editado por Léo Müller |
O “iPhone pra Sempre” é fruto de uma parceria entre o Banco Itaú e a Apple, garantindo o aluguel ou compra do celular da marca com parcelas fixas maiores e mais baixas. Consequentemente, esse chamariz atrai muitos fãs da Maçã que são correntistas da multinacional.
Entretanto, há quem se pergunte se vale a pena parcelar o iPhone em 21 vezes para ter três opções: devolver, pegar outro mais recente ou pagar o valor residual e permanecer com o produto. Algum tempo após a chegada da linha iPhone 15 no programa, será que faz sentido aderir ao programa de assinatura em 2024? Confira a minha opinião ao longo do texto.
O que é “iPhone pra Sempre”?
O serviço se transformou em um “atalho” para quem quer comprar um aparelho da Maçã e não pode dispor do valor total à vista no momento em que ele é lançado.
Porém, como tudo na vida, há a necessidade de se analisar até que ponto vale a pena usar a alternativa de compra. Afinal, esse serviço traz a vantagem de você adquirir os modelos mais recentes de iPhone, mas você se compromete por 21 meses com o pagamento das parcelas.
Após o pagamento do plano, você tem 3 opções plausíveis: devolver o aparelho e não receber nenhum valor em retorno, já que era um aluguel de longo prazo; pagar o preço residual para manter o aparelho consigo, ou devolver e receber um novo para recomeçar o ciclo de pagamento das parcelas.
Não tem só celular no “iPhone pra Sempre”
É importante destacar que o “iPhone pra Sempre”, inicialmente, só permitia a compra de iPhones. Porém, atualmente, é possível adquirir os fones de ouvido TWS da linha AirPods, e também o serviço de proteção AppleCare
No momento, somente os AirPods de 2ª geração podem ser comprados no serviço. Infelizmente, os AirPods de 3ª geração e o modelo Pro com conexão USB-C não estão disponíveis no aplicativo, algo que limita esta categoria do serviço.
Qual é o preço do iPhone 15 no “iPhone pra Sempre”?
Utilizando o celular mais recente da Apple como exemplo, o iPhone 15, o plano do Itaú tem uma variação de preço conforme o espaço interno do smartphone. O modelo de 128 GB, pode ser comprado em 21 parcelas de R$ 243,30.
Assim, o valor total fica em R$ 5.109,30, preço inferior aos R$ 5.828,55 cobrados pela geração anterior. Isso é uma consequência da queda do Dólar, pois a moeda norte-americana é a responsável pela variação no preço dos iPhones aqui no Brasil.
Entretanto, se você escolher ficar com o iPhone no final do plano, é necessário pagar um preço adicional de R$ 2.189,70. Com isso, o total sobe para R$ 7.299, equiparando-se ao preço cobrado no site oficial da Apple, no modo de compra parcelada. Nas varejistas, comprando a prazo, o aparelho pode ser adquirido por R$ 6.173,51, que demonstra uma economia de 16,5%.
Considerando o valor à vista, que é de R$ 6.569,10, a diferença seria de 11,11%. Porém, no varejo, o preço fica ainda menor. Segundo o site Zoom, o iPhone 15 pode ser comprado à vista por R$ 5.599 em algumas varejistas, demonstrando uma economia próxima aos 15%, em relação ao site oficial da Apple.
Algo que deixou de ser benéfico no programa é a aquisição dos fones AirPods de 2ª geração. No “iPhone pra Sempre”, os acessórios estão custando R$ 1.574,61, sendo acima dos R$ 1.399 da opção comercializada no site da Apple, um gasto superior a 12%.
Vale destacar que há a possibilidade de reduzir o período de pagamento das parcelas, mas é preciso ter consciência de que será um gasto a mais. Porém, pode ser vantajoso para quem deseja evitar as oscilações das taxas de juros do cartão, já que o limite total fica comprometido com o valor referente às 21 parcelas do serviço.
“iPhone pra Sempre” vale a pena em 2024?
Na minha opinião, o serviço “iPhone pra Sempre” não vale a pena. O fato de você se comprometer com um contrato de 21 meses, por causa de um celular, só ajuda a entender o porquê do nome do serviço ter o prefixo “pra sempre”.
Atualmente, milhares de pessoas já aderiram ao programa, e isso demonstra haver um vasto interesse dos brasileiros em comprar o smartphone da gigante de Cupertino. Além disso, o preço baixo da parcela cria um atrativo para o público brasileiro, já habituado a compras divididas em diversos meses.
Por outro lado, a compra do iPhone só é garantida para quem tem conta no Itaú, e já estabeleceu um vínculo positivo com o banco. Isso porque é preciso ter o limite total para a comprar o celular liberado no cartão de crédito.
É notória a intenção do Itaú de manter você em um loop de compra e troca do aparelho por modelos mais recentes, sem nunca cancelar ou pagar o restante para ficar com o produto. O custo real do iPhone no plano é idêntico ao visto na loja oficial da Apple, porém, é bem mais caro do que você poderia comprar no varejo, mesmo parcelando.
Do meu ponto de vista, o “iPhone pra Sempre” só faz sentido para quem deseja comprar diretamente no site da Apple e prefere dividir por mais tempo, em parcelas menores. Mas, ainda assim, o custo precisa ser ponderado, pois o celular adquirido via Itaú é alugado.
Além disso, é preciso ter outro smartphone para comprar o iPhone, porque o programa só está acessível via aplicativo. Então, para quem não tem pressa em pegar o modelo mais recente da marca, faz mais sentido esperar o preço abaixar nos sites de lojas varejistas.
Inclusive, daqui a alguns meses, o iPhone 15 de 128 GB provavelmente custará menos de R$ 5 mil em diversas revendedoras autorizadas pela marca. Então, o preço cheio na varejista ficará menor do que o pagamento parcial no serviço “iPhone pra Sempre”.
Ou seja, você ainda consegue parcelar comprando no varejo, e, quando termina de pagar as parcelas, pode ficar com o celular ou revender para comprar um novo. No plano do Itaú, você teria que pagar mais uma bolada, quase 50% do preço no varejo, para ficar com um dispositivo já usado por quase dois anos, e que desvalorizou consideravelmente.