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Como a Apple pretende matar o MacBook Air nos próximos anos

Por| 30 de Outubro de 2018 às 21h10

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Como a Apple pretende matar o MacBook Air nos próximos anos
Como a Apple pretende matar o MacBook Air nos próximos anos

Em evento realizado nesta terça (30) na cidade de Nova Iorque, a Apple anunciou uma série de novos produtos, entre eles uma nova versão do MacBook Air, que desde 2015 não recebia nenhuma atualização de hardware.

Mas, ainda que num primeiro momento isso dê a entender que a empresa está satisfeita com seu modelo de negócios, uma análise feita por Kieren McCarthy, do site The Register, alega que é exatamente o contrário disso: a Apple, na verdade, estaria preparando o terreno para "matar" os laptops mais leves, com o Air, fazendo com que os usuários prefiram usar o novo iPad Pro devidamente equipado com teclado para fazer as vezes de um notebook.

Sutileza inexistente

As modificações feitas nos novos modelos de cada dispositivo já dão indícios disso: enquanto o novo MacBook Air está ligeiramente menor, mais fino, e com especificações um pouco melhores do que o modelo de 2015, o novo iPad Pro foi totalmente redesenhado com novos tamanhos, a ausência do botão Home, a troca do conector Lightning por uma porta USB-C, além de um novo Apple Pencil, um novo teclado feito especificamente para ele e a confirmação de que ele terá o melhor processador já fabricado pela Apple até hoje — o A12X.

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E não é só isso: além de não receber grandes melhorias, a nova versão do MacBook Air perdeu algumas entradas importantes para a conexão de periféricos, como a para cartões SD, por exemplo.

Além das diferenças em melhoria do hardware, é possível ver ainda que há algo errado também no preço de ambos os produtos. Enquanto o novo Air é 25% mais caro do que o modelo anterior, e será vendido por a partir de U$ 1.199, o novo iPod Pro, apesar de todas as melhorias que o torna tecnicamente mais potente do que o novo Air, é bem mais barato do que ele, com o modelo com tela de 11 polegadas sendo vendido a partir de U$ 799 e o 12,9 polegadas a partir de U$ 999.

E essa preferência clara pelo iPad continuou durante toda a apresentação, e durante praticamente 90 minutos o CEO da Apple, Tim Cook, se esforçou para convencer que o iPad era a melhor escolha de produto, exibindo gráficos que mostravam que o iPad vendeu mais no último ano do que todos os laptops de todas as grandes marcas do mercado, e como o iPad pode não apenas fazer o mesmo trabalho que um laptop, mas ser ainda melhor do que ele.

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Diversos executivos e desenvolvedores da empresa subiram ao palco para mostrar como o novo iPad poderia ser facilmente conectado a um monitor externo, como ele é o melhor dispositivo para uso de realidade aumentada e como o novo teclado tornava-o basicamente um escritório portátil.

A empresa também se esforçou para mostrar como o novo iPad Pro é superior a diversos laptops do mercado, rodando jogos de última geração e até mesmo apps profissionais pesados, como Photoshop e AutoCAD, sem grandes problemas — isso enquanto Cook falava em alto e bom som que o novo iPad não apenas muda o modo como enxergávamos tablets, mas o próprio modo como veríamos um computador.

O fim dos laptops?

Prestando atenção a esse sinais nada sutis, parece mesmo que a Apple está querendo forçar a barra para que o público desista da ideia de comprar laptops e migre de uma vez para os iPads. Mas por que a empresa gostaria disso, e será que isso iria acontecer em algum momento?

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A não ser que algum executivo da empresa explique exatamente qual é o plano, não há como saber a razão pela qual a companhia quer tanto que o mercado consumidor para laptops “morra”, mas McCarthy acredita que os executivos da Apple imaginaram um futuro em que a empresa fornece estações de trabalho Mac para usuários profissionais que precisem de algo mais potente para seus trabalhos, e todos os outros usuários mais básicos teriam suas necessidades de uso satisfeitas pelo iPad.

A vantagem disso seria ter um controle maior sobre essa base de usuários que é muito maior do que a de profissionais especializados. Ao migrar para o iPad, essas pessoas se tornariam usuárias do iOS, o que aumentaria não só o controle da empresa, mas também seus lucros, já que ao contrário do que ocorre com o MacBook, todos os aplicativos para sistemas iOS precisam obrigatoriamente passar pelas mãos da Apple — afinal, a App Store é o único lugar onde eles podem ser disponibilizados para download.

Mas, ainda que a empresa esteja se esforçando, não será neste ano que ela irá matar o mercado de laptops — e provavelmente isso não vai acontecer tão cedo. Ainda que o iPad Pro esteja se aproximando das funções de um MacBook Air, ele ainda não roda todos os jogos e aplicativos que existem no laptop, e muitos usuários ainda preferem utilizar o trackpad para seus trabalhos de design do que a tela touch.

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Se o iPad continuar recebendo atualizações de hardware nesse mesmo ritmo e a quantidade de programas e aplicações suportados por ele continuar crescendo, é possível que o plano da Apple para acabar com a linha de laptops possa finalmente dar certo. Mas, por enquanto, o Air ainda tem um mercado consumidor muito grande para simplesmente ser deixado de lado.

Fonte: The Register