Review Redmi Pad | Um bom tablet custo-benefício
Por Ramalho Lima (Maldditu Xavier) • Editado por Léo Müller |
O mercado nacional de tablets ficou muito restrito a marcas como Apple e Samsung. Isso reduziu a disponibilidade de modelos voltados para o custo-benefício que podem ser úteis a usuários com perfis mais exigentes. Essa é a proposta do Redmi Tab, um tablet que tenta oferecer a melhor relação de custo-benefício, trazendo boas especificações, mas mantendo o preço acessível.
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Tablets são equipamentos versáteis, muito mais leves que notebooks convencionais. Por isso, eles são utilizados por todo tipo de usuário, desde estudantes até profissionais que precisam de uma tela espaçosa para realizar trabalhos e videoconferências eventuais, mas não querem investir em um segundo computador.
O Redmi Pad é comercializado em três variantes. Eu passei alguns dias com o modelo de 4 GB de RAM e dou todos os detalhes sobre seus recursos. Quer saber se vale a pena comprar o Redmi Tab? Então, confira minha análise completa sobre o tablet mais barato da Xiaomi.
Design e Construção
O Redmi Pad tem um visual sóbrio e simples, mas elegante. Seu chassi é todo feito em alumínio, desde a moldura até sua traseira com textura opaca, que ajuda a reduzir as marcas de digitais. Eu gostei muito da cor grafite do modelo que testei. A única ressalva é em relação ao módulo da câmera, que achei grande demais.
- Dimensões: 25,05 x 15,81 x 0,71 cm (A x L x P);
- Peso: 445 gramas.
Como tem somente um sensor, não seria necessário o módulo da câmera ser tão grande. Acredito que a Xiaomi quisesse apenas deixar a traseira do aparelho um pouco mais chamativa. O problema é que essa quantidade de vidro atrás do dispositivo impacta negativamente em sua durabilidade.
Segurando o Redmi Pad na vertical, temos apenas o botão de volume, o slot para cartões microSD e dois microfones em sua lateral direita. Em cima, temos o botão de energia e duas saídas de som. Embaixo, temos mais dois alto-falantes e a porta USB-C, para dados e carregamento.
A borda em volta da tela tem largura boa o suficiente para você manusear o aparelho sem ficar dando toques acidentais. A câmera frontal fica alojada na borda direita, o que significa que o tablet será usado na horizontal durante suas videoconferências.
Tela
O Redmi Tab tem tela com ótima qualidade de imagem, já que o painel é um IPS LCD com resolução 2K, que consegue entregar cores vivas, bom ângulo de visão e níveis de contraste bastante aceitáveis.
- Tamanho da tela: 10,61 polegadas;
- Tipo de painel: IPS LCD;
- Resolução: 2K (1200 x 2000 pixels);
- Brilho: 400 nits;
- Atualização: 60 ou 90 Hz.
A resolução de 2K é a maior responsável pela nitidez da tela, que é muito boa para o consumo de filmes e séries, e também é muito confortável para a leitura de páginas web e documentos de texto.
A tela do Redmi Pad também tem um recurso bem legal, que aumenta a fluidez das animações, que é a taxa de atualização de 90 Hz. O problema é que eu não consegui perceber diferença entre essa taxa e valor padrão, que é 60 Hz. Dito isso, deixar no valor padrão pode ser mais útil, já que consome menos bateria.
Para quem vai focar no consumo de vídeos via streaming e não quer investir caro em um notebook com painel IPS, o Redmi Pad surge como uma excelente opção de tela de boa qualidade, e custando bem menos.
Configuração e Desempenho
O Redmi Pad é disponibilizado em três variantes: 3 GB + 64 GB, 4 GB + 128 GB e 6 GB + 128 GB. Embora eu só tenha testado a versão com 4 GB, não recomendo tablet ou notebook com quantidade de memória RAM inferior. Devemos levar em consideração que o Android é um sistema complexo, e que os aplicativos estão se tornando cada vez mais pesados.
- Processador: MediaTek Helio G99 (2x 2,2 GHz Cortex-A76 + 6x 2,0 GHz Cortex-A55 + GPU Mali-G57 MC2);
- Memória RAM: 4 GB;
- Armazenamento: 128 GB (aceita cartões microSD de até 1 TB);
- Conectividade: Wi-Fi 802.11 a/b/g/n/ac (dual-band) e Bluetooth 5.2.
O modelo do Redmi Pad que testei entrega um desempenho bastante aceitável, e é capaz de lidar tranquilamente com tarefas do dia a dia, navegação na web e apps de redes sociais. Eu também consegui jogar Asphalt 9 nele sem nenhum travamento ou lentidão, o que significa que o tablet pode atender praticamente todo tipo de usuário, desde que ele não seja focado em tarefas muito pesadas, como edição de vídeos.
O armazenamento de 128 GB também é suficiente para quem vai guardar fotos e documentos na memória interna do tablet. Caso prefira instalar vários aplicativos, você ainda pode recorrer a um cartão microSD para salvar seus arquivos pessoais.
O processador octa-core Helio G99 é mais recente e ligeiramente mais econômico que o Helio G90T, encontrado em outros tablets da mesma categoria e com preço similar. Mesmo em tarefas em que o G99 não seja tão mais rápido que o G90T, ele consegue entregar performance semelhante, mas consumindo menos energia.
Usabilidade
Em questão de usabilidade, os aparelhos da Xiaomi precisam evoluir muito. O sistema é cheio de bloatware, aplicativos que não são úteis para a maioria dos usuários. Para se ter ideia, todos os apps da Google estão presentes no aparelho, além, é claro, de muita tranqueira da própria Xiaomi. Há apps duplicados, como o navegador da MIUI e o Chrome, o que é bem desnecessário.
- Sistema operacional: Android 12;
- Interface: MIUI 13.1.2.
Fora todos os apps que a Xiaomi faz questão de incluir em seus aparelhos, a MIUI parece pouco prática e extremamente intrusiva, ao insistir em recomendar os recursos da própria interface. O sistema de notificações também não é dos melhores.
É claro que eu conheço muita gente que já se acostumou com os aparelhos da Xiaomi e não reclama do sistema. No entanto, há elementos básicos que precisam ser revistos. Os gestos, por exemplo, não são os usados por padrão no Android, e tampouco são melhores. Eles mais atrapalham do que ajudam.
Infelizmente, para poupar tempo e trabalho, os fabricantes decidem usar a mesma interface gráfica, incluindo seu pacote de software, tanto em aparelhos mais robustos quanto nos mais modestos.
Pontos negativos à parte, o sistema pode ser configurado para usar os botões virtuais de navegação (bem melhor que os gestos). Além do mais, a MIUI não pesa sobre o Android, nem compromete o desempenho do dispositivo.
Câmeras
Como era de se esperar, o Redmi Pad tem câmeras bem básicas, considerando que se trata de um tablet, ainda mais voltado para o custo-benefício. Eu tirei algumas fotos só para dar uma ideia do que se esperar desses sensores, mas eles são apenas um quebra galho para a digitalização de documentos.
- Sensor traseiro: 8 MP, f/2.0, (wide), AF e vídeos em 1080p@30fps;
- Sensor frontal: 8 MP, f/2.3, 105° (ultrawide) e vídeos em 1080p@30fps.
A boa notícia é que o sensor frontal do Redmi Pad parece ser melhor que o traseiro, o que, convenhamos, é muito mais útil para quem faz videoconferências. Já a notícia ruim é que os recursos de HDR, inteligência artificial e modo noturno parecem não ajudar em absolutamente nada. Ainda assim, estudantes e profissionais podem tirar proveito da câmera frontal em suas chamadas de vídeo sem maiores dificuldades.
Ambos os sensores têm 8 MP e gravam vídeos em 1080p a 30 quadros por segundo.
Sistema de som
Devido a limitações físicas, dispositivos móveis não costumam impressionar no som. E isso se repete no Redmi Pad. O tablet tem áudio compatível com Dolby Atmos e conta com quatro alto-falantes. Você até pode ficar deslumbrado a princípio, mas eu devo dizer que o som do equipamento é apenas decente.
- Áudio: estéreo com quatro alto-falantes;
- Potência: não informada;
- Tecnologias suportadas: Dolby Atmos.
O som do Red Pad é alto e não distorce, sendo um bom quebra-galho durante a execução de filmes e séries. Dá para ouvir músicas também, caso você não tenha caixas de som externas ou fones de ouvido.
Ter quatro alto-falantes ajuda na hora da jogatina, pois mesmo que suas mãos abafem os falantes de baixo, o som ainda pode sair livremente pelos de cima.
Bateria e carregamento
O Redmi Pad tem uma bateria espaçosa, com 8.000 mAh. O processador de 6 nanômetros também ajuda a consumir pouco. O resultado é uma autonomia de bateria acima da média para esta categoria de tablets.
- Capacidade: 8.000 mAh;
- Carregamento: 18 W.
Em nossos testes, após três horas de execução contínua da Netflix com o brilho automático e o volume em 50%, o aparelho ainda tinha 89% de carga. Isso dá uma autonomia estimada de mais de 27 horas durante a reprodução de vídeos via streaming.
No teste de consumo em uso real, que dura aproximadamente seis horas (redes sociais, vídeos, mensageiros e jogos), o dispositivo também se saiu bem, com uma carga restante de 75%. Logo, o tablet consegue oferecer autonomia para um dia inteiro de uso, mesmo com o Wi-Fi ligado. Lembrando que antes de cada um desses dois testes a bateria foi carregada até chegar em 100%.
O carregamento tem potência de 18 W, o que não é tão rápido, mas também não chega a atrapalhar a experiência de uso do aparelho.
Concorrentes diretos
Um tablet encontrado facilmente no mercado nacional traz uma configuração parecida com a do Redmi Pad, que é o Lenovo P11 Plus.
O Lenovo P11 Plus usa o chip Helio G90T, tem 4 GB de memória RAM e 64 GB de armazenamento. A tela e o sistema de som são praticamente idênticos aos encontrados no tablet da Xiaomi. O ponto negativo fica por conta da memória interna, que é apenas a metade.
No entanto, o Lenovo P11 Plus conta com uma variante que suporta conexão 4G. Se você precisa de conectividade independentemente de estar em áreas com redes Wi-Fi, deve considerar a compra de um modelo com 4G.
Vale a pena comprar o Redmi Pad?
O Redmi Pad cumpre muito bem seu papel de tablet intermediário, considerando que ele também tem uma variante com 6 GB de memória RAM. Mesmo a versão com 4 GB de RAM ainda consegue oferecer ótimo desempenho para tarefas do dia a dia, como redes sociais, navegação na internet e até mesmo jogos.
A tela e o sistema de som do tablet não decepcionam, e atendem muito bem aos fãs de filmes e séries via streaming. A câmera frontal também consegue fazer bem o seu papel, sendo até melhor que a webcam de alguns notebooks que testei.
Minhas únicas ressalvas são em relação à variante de 3 GB (não vale a pena pela diferença de preço) e sobre o fato de o tablet não ter conexão 4G, o que pode atrapalhar muitos usuários que precisam estar conectados à internet o tempo todo.
Se você não quer importar um tablet, o Lenovo P11 Plus pode ser facilmente encontrado em lojas nacionais. Além disso, ele possui uma variante que suporta conexão 4G, embora tenha apenas 64 GB de armazenamento e autonomia de bateria inferior à do Redmi Pad.