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Review Amazfit GTR 3 Pro | Relógio com bons recursos, mas alguns erros

Por| Editado por Léo Müller | 01 de Dezembro de 2021 às 11h55

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Review Amazfit GTR 3 Pro | Relógio com bons recursos, mas alguns erros
Review Amazfit GTR 3 Pro | Relógio com bons recursos, mas alguns erros
Amazfit GTR 3 Pro

Em meados de outubro, a Amazfit — mais uma das várias subsidiárias das Xiaomi — oficializou sua nova linha de smartwatches e apresentou três modelos ao mercado: o Amazfit GTS 3, Amazfit GTR 3 e a Amazfit GTR 3 Pro. Os três chegaram ao Brasil poucas semanas depois e, agora, preparamos um review completo do modelo mais avançado da nova geração — o Amazfit GTR 3 Pro.

Aqui vamos mostrar os principais aspectos positivos e negativos do relógio inteligente, a fim de levar você a uma decisão se vale a pena ou não desembolsar mais de R$ 1.400 pelo relógio.

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Design e Construção

O Amazfit GTR 3 Pro conta com o design circular do corpo, o que é padrão da linha GTR. Ele tem dois botões físicos no lado direito, que servem para acessar telas específicas do relógio — enquanto o de cima pode acessar todas as funções e aplicativos instalados, o de baixo é dedicado para os modos de rastreamento de atividades físicas.

O wearable tem dimensões de 46 x 46 x 10,7 mm e pesa apenas 32 gramas sem as pulseiras, que podem variar de peso de acordo com o material que é utilizado na fabricação. Por falar nas pulseiras, elas são feitas com largura de 22 mm e, de acordo com a marca, podem ser utilizadas em pulsos com dimensões entre 155 e 218 mm.

A estrutura ao redor do relógio é feita em liga metálica, enquanto as pulseiras são disponibilizadas em duas versões: uma feita em couro marrom e outra — que acompanha o kit que testamos — feita em fluorelastômero na cor preta. Essa edição possui uma textura com pequenos losangos desenhados, e o nome da marca está escrito em uma das alças para prender a pulseira.

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Algo interessante no modelo mais avançado da nova geração é que a tecla física de cima possui uma função giratória, que permite navegar entre uma lista de opções sem precisar tocar na tela.

Entre os dois botões, a marca posicionou um microfone pequeno, que serve para aceitar comandos de voz para a Alexa ou conversar durante ligações telefônicas — desde que pareado a um smartphone.

Na parte de baixo do relógio, encontramos o conector de carregamento e o sensor para monitoramento de saúde, que serve para rastrear o batimento cardíaco, nível de saturação de oxigênio no sangue, estresse, aspectos do sono — como sono REM, profundo, leve ou dificuldades respiratórias —, entre outras funções.

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Ainda na base, a marca posicionou um alto-falante, que fica localizado bem na borda inferior do relógio — uma posição um tanto desvantajosa, já que o movimento do braço pode abafar um pouco o som.

Tela

O Amazfit GTR 3 tem uma tela AMOLED de 1,43 polegada com resolução Ultra HD de 480 x 480 pixels e densidade de 331 ppi. Um dos aspectos positivos do wearable é que ele possui o modo Always On, que deixa alguns itens do painel sempre à mostra, enquanto apaga para deixar sempre o horário e outras informações visíveis.

Essa é uma característica interessante para o relógio, já que algumas vezes, em outros modelos, o simples movimento do pulso não é o suficiente para acender o display — apesar disso não acontecer com o Amazfit GTR 3 Pro e ele ser bem sensível neste sentido.

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De forma nativa, o smartwatch já conta com uma grande variedade de mostradores — ou watchfaces, como também são chamados os "papéis de parede” dos dispositivos. Alguns ainda podem ser customizados para alterar o visual do ponteiro, das marcações ou quais informações devem ficar disponíveis na tela.

Entre as opções, os usuários podem encontrar mostradores com design de relógio analógico, digital ou modelos que combinam os dois. Para quem está insatisfeito com a lista, porém, é possível baixar novas versões na loja inclusa no aplicativo para smartphones.

O painel conta com um modo de brilho automático que capta a luz ambiente para determinar o melhor nível, a fim de deixar todas as funções visíveis mesmo em ambientes mais claros. A tela AMOLED com brilho de até 1.000 nits também trabalha muito bem nesse sentido e permite que tudo fique bem à vista mesmo em dias bem ensolarados.

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Configuração e Desempenho

A empresa não revela qual é o chipset utilizado no Amazfit GTR 3 Pro ou a quantidade de memória RAM, mas, nas configurações do dispositivo, é possível ver que são liberados 2,35 GB de armazenamento interno, que podem ser utilizados para armazenar músicas para reprodução offline ou instalar mais aplicativos.

Em relação às demais especificações, ele conta com um sensor biométrico PPG BioTracker 3.0, responsável por monitorar diversos dados de saúde, como o nível de oxigênio no sangue, frequência cardíaca, nível de estresse e sono.

O relógio conta com o sistema operacional proprietário ZeppOS. Apesar de a interface ser baseada no Android, a quantidade de aplicativos disponíveis não é tão boa quanto em outros modelos.

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Ainda assim, é possível encontrar algumas opções interessantes na App Store integrada ao aplicativo, como um lembrete para tomar água, um assistente para auxiliar durante a gravidez, um guia de escovação de dentes ou um monitor de batimento cardíaco em tempo real.

O relógio também conta com a assistente digital Amazon Alexa integrada, que é útil para dar comandos de voz e realizar algumas tarefas de forma mais rápida. Com ela, por exemplo, eu pude controlar as lâmpadas de casa sem depender do aplicativo no celular ou do Amazon Echo.

Em termos de desempenho, a navegação no relógio é bem fluida. É possível abrir ou sair de aplicativos de forma rápida e com poucos toques. Alternar entre telas também é bastante suave, e o usuário pode definir atalhos para aplicativos no display, para acessá-los de forma mais rápida ao deslizar para os lados.

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O relógio também oferece uma função para realizar ligações direto do pulso, sem precisar pegar o celular. Dessa forma, é possível atender ou realizar chamadas direto pela interface, com auxílio do alto-falante e microfones do próprio dispositivo.

É importante destacar, porém, que essa função depende de uma comunicação direta com o smartphone pareado, já que o Amazfit GTR 3 Pro não conta com suporte para conexão celular direto nele.

Algo que me desagradou um pouco nesse relógio foi seu carregador — assim como na geração passada, o Amazfit GTR 3 Pro conta com um acessório próprio da marca com magnetismo para passar a carga ao dispositivo.

Isso leva a dois problemas. O primeiro é o fato de ele ser um relógio topo de linha de 2021 que ainda não tem suporte para carregamento sem fio, fazendo com que o usuário ainda precise conectá-lo ao acessório padrão.

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O segundo é que o modelo do carregador em si também me deixou um pouco frustrado. Isso porque a fabricante não mostrou uma preocupação em deixá-lo mais preso ao relógio enquanto carrega. A única forma de conexão é o magnetismo que, diga-se de passagem, é bem fraco. Com isso, alguns esbarrões no fio podem fazer com que ele solte do smartwatch.

Acompanhamento Físico

Como dito, o Amazfit GTR 3 Pro conta com o sensor BioTracker 3.0 e é ele o responsável por monitorar diversos aspectos físicos do usuário — não só os dados como batimentos cardíacos ou nível de saturação de oxigênio no sangue, mas também caminhadas e a prática de exercícios físicos em geral.

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E o sensor é bastante competente em ambos os casos — em apenas alguns segundos ele retorna os dados solicitados e tem até um recurso para monitorar várias informações de uma vez. Com isso, com apenas um toque na tela é possível obter resultados de frequência cardíaca, nível de estresse, oxigênio no sangue e taxa de respiração por minuto.

Essas funções já são bem comuns em outros smartwatches, até mesmo modelos mais acessíveis, mas é interessante ver que a Xiaomi mantém os recursos bem funcionais na nova geração.

Já para a prática de atividades físicas, o Amazfit GTR 3 Pro conta com mais de 150 modos de rastreio, que inclui caminhadas, corridas e ciclismo — tanto ao ar livre quanto indoor — além de natação, escalada, ioga ou malhação com equipamentos elíptico ou máquina de remo, por exemplo.

Na maioria desses exercícios, a interface do relógio mostra informações em tempo real como a frequência cardíaca, calorias perdidas ou duração do treino. Em alguns modos específicos, também é possível ver a velocidade média e a velocidade máxima feita.

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Pelo aplicativo, ainda é possível obter dados mais detalhados, como um mapa com o trajeto realizado, o histórico de batimento cardíaco, quanto tempo feito de pausa, quanto tempo percorrido em descidas, subidas ou locais planos ou até mesmo quais efeitos o treino fez.

Outro modo presente no relógio é para a prática de esports. Dessa forma, o usuário pode monitorar dados como nível de estresse, calorias perdidas e o batimento cardíaco durante sessões de jogos virtuais.

Além da prática de atividades físicas, o Amazfit GTR 3 Pro também é capaz de entregar dados sobre o sono do usuário, e aqui é possível ter informações como duração de sono profundo, leve ou REM, além de verificar a qualidade da respiração durante a noite.

Conectividade

A conexão do Amazfit GTR 3 Pro com o celular é feita por meio do aplicativo Zepp, que oferece todo o gerenciamento das funções do vestível, além de poder configurá-lo de um modo mais ágil, já que não está limitado a uma tela pequena.

Após pareado, porém, uma conexão direta com o smartphone não é obrigatória, apesar de melhorar a experiência de uso. De qualquer forma, a maioria das funções do smartwatch — como monitores de atividades físicas ou de saúde — pode ser acessada mesmo se o relógio não estiver ao alcance do celular.

O wearable também pode receber notificações do celular pareado, e é possível ler mensagens do WhatsAppTelegram, Messenger ou outros mensageiros e redes sociais. No entanto, não há uma forma de responder mensagens, mesmo com textos prontos — função que já existe até mesmo em modelos mais simples ou em smartbands.

Bateria e Carregamento

A Amazfit promete até 12 dias de duração da bateria com um uso comum e, segundo a marca, essa duração pode cair para 6 dias com um uso constante ou até 35 horas com o GPS ativado constantemente. Já no modo de economia, a carga pode durar até 30 dias, segundo a divulgação.

No dia-a-dia, porém, essas métricas podem mudar. Na minha experiência, com as funções de monitoramento de batimento cardíaco contínuo ativada e com o modo para identificar a respiração durante o sono ligado, a bateria durou quase 3 dias, com frequência de medição a cada dez minutos.

Mesmo após eu desativar alguns recursos de monitoramento automático, só consegui um máximo de quatro dias de uso longe das tomadas, mas com a função de monitoramento assistido de sono ativado.

Concorrentes Diretos

O Amazfit GTR 3 Pro é concorrente de relógios como o Realme Watch S Pro e Huawei Watch GT 3 — de suas conterrâneas — ou até mesmo do Galaxy Watch 4.

O smartwatch da Samsung, porém, tem uma grande vantagem de ter sido lançado com o sistema operacional Wear OS, o que faz com que ele tenha uma variedade maior de aplicativos disponibilizada oficialmente na Play Store.

Enquanto isso, os modelos chineses, que possuem interface própria, já não têm um leque tão grande de opções.

Todos os modelos listados, porém, oferecem recursos avançados de forma nativa, como monitor de batimentos cardíacos, nível de saturação de oxigênio no sangue, estresse ou até mesmo um acompanhamento de sono.

O Samsung até tem uma edição com suporte a rede móvel, mas aqui vamos nos limitar apenas ao modelo sem essa tecnologia.

Os recursos de acompanhamento de atividades físicas também estão presentes em todos os modelos, então a vantagem do Amazfit GTR 3 Pro é ter mais de 150 modos de rastreamento de atividades físicas.

Em relação ao preço, o modelo da Realme se destaca, já que pode ser encontrado por algo próximo dos R$ 900, enquanto o Galaxy Watch 4 e o Amazfit GTR 3 Pro custam aproximadamente R$ 1.500.

Amazfit GTR 3 Pro — vale a pena mesmo?

O Amazfit GTR 3 Pro entrega um bom conjunto de hardware e tem especificações bem interessantes para seu segmento. A quantidade de modos para monitoramento de atividades físicas é um bom atrativo, assim como as funções de rastreamento do sono.

O relógio tem um bom desempenho e configurações interessantes, com uma navegação suave. Além disso, os modos de acompanhamento físico entregam dados relevantes sobre a saúde do usuário, como nível de saturação de oxigênio no sangue, frequência cardíaca e até informações sobre o sono, como quantidade de horas em sono leve, profundo ou REM.

Também é possível ver informações sobre a qualidade da respiração durante o sono e essas qualidades tornam ele um ótimo concorrente no segmento.

Também é importante lembrar um aspecto negativo do acessório: seu carregador. O fato de a Amazfit insistir nesse modelo de acessório e ainda não investir em um carregamento sem fio deixa o Amazfit GTR 3 Pro bem atrás de outros modelos.

Dessa forma, pela faixa de preço em que ele é encontrado e pelo fato de só poder ser adquirido via importação, é melhor dar mais atenção para modelos nacionais, como o Galaxy Watch 4, que está na mesma faixa de preço, possui garantia local e ainda uma variedade maior de aplicativos disponíveis.

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