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Review Redmagic 7 | Celular gamer que vai um pouco além da jogatina

Por  • Editado por Léo Müller | 

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Review Redmagic 7 | Celular gamer que vai um pouco além da jogatina
Review Redmagic 7 | Celular gamer que vai um pouco além da jogatina
Nubia Red Magic 7

O Redmagic 7 é o primeiro celular gamer da Nubia a sair com o Snapdragon 8 Gen 1 de fábrica. Com sistema de resfriamento e gatilhos táteis nativos, o dispositivo é bastante completo.

O smartphone chinês, que teve sua versão global lançada no final de fevereiro com poucas diferenças, é uma opção interessante para quem quer jogar muito. E ainda tem de bônus um bom conjunto de câmeras, que trabalha de maneira bem satisfatória, mesmo que não seja sua principal proposta.

Mas nem tudo é boa notícia no aparelho: a bateria é pequena e não entrega o suficiente para um dia inteiro de partidas no COD Mobile, PUBG ou Free Fire. Mesmo assim, pode ser uma boa opção para quem tem foco no desempenho ágil. Veja a análise completa do Redmagic 7 a seguir.

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Compre o Nubia Redmagic 7

Design e Construção

  • Dimensões: 170,6 x 78,3 x 9,5 mm
  • Peso: 215 gramas

O design do Redmagic 7 segue bem o estilo de celulares gamer, com visual cheio de detalhes. São três LEDs na traseira, que podem ser programados para acender de diversas maneiras diferentes. Duas delas ficam centralizadas, próximas às laterais, enquanto a terceira é a logomarca da empresa.

A traseira do aparelho ainda tem o módulo de câmeras, centralizado e com três lentes na vertical, e a entrada de ar do sistema de resfriamento. A saída fica na lateral direita, onde ainda se encontram o botão de energia, centralizado, e os gatilhos táteis.

Uma segunda entrada de ar do sistema de resfriamento está na lateral esquerda. Ali, você ainda vai encontrar um interruptor para o modo silencioso e os botões de volume. O conector de fone de ouvido está na parte superior, enquanto a gaveta de chips, a porta USB-C e uma das saídas de som estão na parte inferior.

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Na frente, além de uma tela de 6,8 polegadas, você tem bordas pequenas, e nada de recorte para câmera frontal e outros sensores. Tudo está em uma borda bem pequena, com um sensor de selfies muito colado ao topo do aparelho. Isso evita distrações durante a jogatina, ao mesmo tempo em que garante ótimo aproveitamento frontal.

O Redmagic 7 é construído com alumínio de aviação nas laterais e vidro nas partes frontal e traseira. Ele já vem com uma capinha na caixa para proteger de quedas. Não há informações sobre proteção contra água e poeira, mas considerando o sistema de refrigeração, é melhor manter o aparelho longe de líquidos.

Tela

  • Tamanho: 6,8 polegadas, 111,6 cm² de área, ~83,6% de ocupação;
  • Tecnologia do painel: AMOLED;
  • Resolução e proporção: Full HD (1080 x 2400 pixels), 20:9;
  • Densidade aproximada: 387 pixels por polegada;
  • Extras: 165 Hz, Always on Display.
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O display do Redmagic 7 é ideal para os gamers. O tamanho é suficiente para oferecer conforto tanto na pegada quanto na usabilidade. E, para uma tela de menos de 7 polegadas, a resolução Full HD garante densidade de pixels suficiente para evitar serrilhados ou pontos visíveis.

Com uma taxa de quase 84% de ocupação da área frontal, a tela não tem distrações e oferece proporção 20:9, para a qual grande parte dos jogos de Android já estão adaptados. Além disso, a taxa de atualização pode ser configurada para até 165 Hz, com opções de 60 Hz, 90 Hz e 120 Hz.

Claro que a frequência máxima fica acima do que todos os jogos atualmente oferecem, e mesmo os 120 Hz é suportado apenas por alguns poucos títulos, ainda. Mas ter a opção é sempre bom, já que a proposta do aparelho é oferecer boa experiência aos gamer. Se algum jogo suportar tanta atualização de quadros no futuro próximo, o Redmagic 7 estará pronto.

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E não tem nada a reclamar de cores e brilho, também. O painel AMOLED entrega bom contraste, com preto profundo, cores vivas e visibilidade excelente mesmo para ambientes externos, sob a luz do sol.

Configuração e Desempenho

  • Sistema operacional: Android 12 sob Redmagic 5.0;
  • Plataforma: Qualcomm Snapdragon 8 Gen 1 (4 nm);
  • Processador: Octa-core (1x 3,0 GHz Cortex-X2 + 3x 2,4 GHz Cortex-A710 + 4x 1,8 GHz Cortex-A510);
  • GPU: Adreno 730;
  • RAM e armazenamento: 12/128 GB, 16/256 GB, 18/256 GB.

Um celular gamer, geralmente, vai ter o melhor hardware disponível no momento de seu lançamento para atrair o público-alvo. Neste sentido, o Redmagic 7 não deixa nada a desejar, já que não só tem o Snapdragon 8 Gen 1 em seu interior, chip mais poderoso para aparelhos Android, como traz ainda opções com muita memória.

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São apenas três versões do modelo global, com 12 GB, 16 GB ou 18 GB. Eu testei o modelo do meio, mas mesmo o mais em conta já tem memória suficiente para não deixar nenhum usuário na mão.

O aparelho é muito veloz para todas as tarefas a que foi submetido, o que inclui bastante uso da câmera, jogatina e muitos apps abertos ao mesmo tempo. Não senti problemas de engasgos e nem perda de velocidade em nenhum momento.

E há um diferencial importante: o sistema de resfriamento puxa o ar mais frio da parte externa do aparelho por um lado e por trás, ventila o interior, e joga o ar quente pela lateral direita. Isso evita que o celular fique quente demais quando é exigido um esforço muito grande, incluindo jogos e até gravação ou edição de vídeos.

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Claro que não é um sistema perfeito. Se o dia estiver muito quente, o resfriamento não vai ser tão eficaz. Mesmo assim, ele evita superaquecimento e perda de velocidade por um bom tempo. Além de não deixar o aparelho ficar ruim de segurar, já que consegue manter temperaturas aceitáveis.

Você quer resultados de benchmark? Pois eu passei o teste Wild Life, na versão Unlimited, e o smartphone alcançou 10.257 pontos, com 61,4 quadros por segundo. Ficou quase nada acima do que o Galaxy S22 Ultra conseguiu no mesmo teste, e um pouco abaixo do iPhone 13 Pro.

O Redmagic 7 não tem espaço para cartão micro SD. Ou você fica com os 128 GB do modelo mais em conta, ou com 256 GB dos dois mais completos (considerando as versões globais)

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Usabilidade

A interface Redmagic 5.0 é relativamente intuitiva de usar, e achei ela até um pouco melhor que a MIUI 12 neste sentido. O problema é que são muitos ajustes disponíveis, e você pode acabar se perdendo um pouco em tanta tela e item de menu. Além disso, alguns estão sem tradução, e itens em português se misturam com outros em inglês.

Curiosamente, mesmo com tanta personalização, o celular fica devendo recursos mais avançados como recarga sem fio ou modo desktop. Para quem não faz questão de coisas desse tipo, é um aparelho excelente.

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Os gatilhos devem ser ativados a cada jogo, e mapeados para fazer a função do controle desejado. Para isso, basta tocar e arrastar o ‘L’ ou o ‘R’ para o local do atalho a ser utilizado no botão capacitivo.

Para desbloquear o Redmagic 7, você pode usar o leitor de impressão digital sob a tela, que é bastante rápido e preciso. Além disso, tem uma opção de Always on Display para ficar um relógio e carga da bateria sempre na tela.

Câmeras

  • Principal: 64 MP, abertura f/1.8, auto foco;
  • Ultrawide: 8 MP, abertura f/2.0, 120°;
  • Macro: 2 MP, abertura f/2.4;
  • Selfies: 8 MP, abertura f/2.0;
  • Vídeos: 8K a 30 fps (máx., principal), 1080p a 30 fps (máx., frontal).
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O conjunto de câmeras triplo do Redmagic 7 trabalha bem para um celular que tem como principal proposta oferecer boa experiência aos gamers. As fotos têm boa qualidade, registram bem detalhes mais complicados em ambientes bem iluminados e trabalham aceitavelmente até com zoom digital de 5x.

Já a ultrawide dá para o gasto, especialmente em ambientes abertos. São poucos os celulares com boas câmeras de campo aberto, e aqui não é diferente. Mas, considerando que a proposta do aparelho não é entregar câmeras de alta qualidade, as fotos são satisfatórias.

A câmera macro também é bem decente. Mas se destaca por um recurso que outras fabricantes poderiam adotar: uma ajuda para o foco. Aparece uma espécie de lupa na tela, que faz um contorno vermelho, quando o foco está próximo, e verde, quando está certo em uma área da imagem.

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Para usar a macro, você precisa desbloquear o celular, senão o modo ‘Camera-family’, que abriga esta opção, não aparece.

Para encerrar a análise do conjunto fotográfico principal, temos os modos noturno e retrato. O primeiro até ajuda em alguns cenários, mas não é toda foto com pouca luz que melhora com ele. O efeito de desfoque de fundo, por sua vez, está dentro do esperado para um celular potente, mas sem foco em fotografia.

Selfies

Assim como os outros sensores, o frontal também faz registros bem decentes. Ele pode errar o balanço de branco em alguns cenários, mas no geral consegue registrar boas imagens, com bastante detalhe do seu rosto.

Gravação de vídeo

A câmera traseira pode gravar em até 8K a 30 fps, mas fica no Full HD por padrão. Para vídeos de internet, é uma resolução boa, e a estabilização é um dos pontos fortes, além da precisão de cores.

A frontal não é tão estável quanto a principal, mas faz registros em Full HD com tanta qualidade quanto a traseira.

Sistema de Som

O áudio é estéreo e também dá para o gasto, mas tem suas limitações. Por característica de espaço e tamanho dos alto-falantes, o celular prioriza os médios. Isso pode gerar sons abafados, especialmente em músicas com mais destaque em agudos ou graves.

Dá para escutar sons de vídeos, áudios de redes sociais e afins com clareza. Mas para música ou mesmo para um efeito melhor em jogos, é recomendado um fone de ouvido, para o qual você pode aproveitar o conector P2 ou o Bluetooth.

Bateria e Carregamento

  • Capacidade de carga: 4.500 mAh;
  • Recarga: até 65 W com fio.

Com bateria de apenas 4.500 mAh para uma tela grande e um sistema de resfriamento, não dá para esperar tempo de uso muito bom. O Redmagic 7 não chega a decepcionar, mas pode não chegar a um dia inteiro longe da tomada justamente para seu público-alvo: os gamers.

No teste de reprodução de vídeo na Netflix, o dispositivo consumiu 21% da carga em 3 horas com tela em 50% do brilho. Não chega a ser um resultado ruim, mas significa uma estimativa de apenas 14,3 horas para este tipo de uso. Que sequer exige muito do hardware.

Já o teste de uso real, que eu fiz com a taxa de atualização padrão de 90 Hz, o aparelho ficou com 60% da carga em 8 horas de uso, sendo um pouco menos da metade com a tela ativa. É uma média de 5 pontos percentuais de consumo por hora, o que pode ser suficiente para um dia inteiro.

Porém, é bom notar que em jogatina, o consumo médio é maior. Além disso, aumentar a taxa de atualização da tela pode render até 0,5% a mais de consumo por hora. Ou seja, acho difícil quem joga conseguir extrair mais de um dia sem precisar de uma tomada no Redmagic 7.

Ao menos o dispositivo vem com um carregador de 65 W na caixa, que preenche toda a bateria em menos de 1 hora. Dá para aumentar a carga em 60% em apenas 15 minutos na tomada.

Concorrentes Diretos

Existem vários celulares topo de linha no mercado, mas como o foco do Redmagic 7 é no público gamer, vou restringir a lista de concorrentes diretos apenas em modelos da categoria.

Sendo assim, temos no Brasil o ROG Phone 5s, da Asus, que conta com o Snapdragon 888+, chip que antecedeu a plataforma presente no celular da Nubia. A empresa taiwanesa ainda deve lançar seu modelo gamer para 2022, mas por ora o 5s é o que tem disponível, e pode ser encontrado por cerca de R$ 4.400 oficialmente no Brasil.

A alternativa seria buscar outro modelo topo de linha que aguente bem a jogatina, mesmo sem os recursos extras. Aí você pode optar pelo iPhone 13, que fica cerca de R$ 5.600; pelo Galaxy S22, em torno de 5.400; ou o Motorola Edge 30 Pro, que sai aproximadamente R$ 5.900.

Nubia Redmagic 7: vale a pena?

Se você faz questão de comprar um celular gamer de última geração, a aposta no Redmagic 7 pode ser uma boa. O aparelho roda qualquer jogo disponível na Google Play Store sem sofrimento, e consegue manter a temperatura estável de maneira satisfatória.

Os gatilhos táteis são um bom bônus, apesar de ser um recurso comum em aparelhos da categoria. Mas existem modelos que podem vir sem este extra, ou até mesmo sem o resfriamento embutido, como é o caso do ROG Phone 5s. E aí praticamente qualquer bom celular pode se tornar gamer com um bom acessório.

O fato de tirar fotos de boa qualidade na maior parte dos cenários é um ponto positivo inesperado. Eu fiquei realmente impressionado de maneira positiva com algumas fotos que tirei com o Redmagic 7.

E aí temos o maior ponto fraco: a bateria. A carga é curta para garantir jogatina por um dia inteiro, ainda mais considerando o monte de recursos como sistema de resfriamento, LEDs na traseira, tela sempre ativa e por aí vai. Ao menos a recarga é bem rápida, e pode compensar para quem tem tomada sempre disponível.

Outro ponto negativo é a compra apenas por importação. Claro que nem todo mundo se incomoda de comprar de lojas chinesas e aguardar a chegada do aparelho por aqui, mas há outras questões a se levar em conta. A assistência técnica e suporte, por exemplo.

Você pode pagar cerca de R$ 3.500 em um smartphone bastante avançado quanto este, na versão de 12/128 GB. Mas lembre-se de adicionar frete e taxação na conta, que pode levar o valor final a mais de R$ 6.000. E aí fica a seu critério apostar ou não na possibilidade de ser taxado em um valor inferior, que pode acabar compensando.