Review MotoBuds 100 | fone de ouvido sem fio campeão de bateria
Por Bruno Bertonzin • Editado por Léo Müller |
Após algum tempo sem focar no mercado de fones de ouvido e acessórios, a Motorola finalmente voltou a dar atenção para este segmento nos últimos anos, e o catálogo da marca já inclui alguns modelos de fones Bluetooth.
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Um deles é o Moto Buds 100, vestível simples que entrega uma boa qualidade sonora a um preço um pouco mais acessível. O modelo é enviado de brinde temporariamente para os compradores do novo flagship da empresa — o Motorola Edge 30 Pro 5G — mas também pode ser adquirido separadamente na loja virtual da marca.
Ele é um wearable básico e não entrega recursos populares, como cancelamento de ruído ou modo transparência. Em vez disso, ele se destaca pela performance de bateria e pela qualidade constante de áudio.
Mas será que ele é uma boa aposta, principalmente se colocado lado a lado com competidores da Xiaomi ou Samsung? Confira essa análise e veja se ele vale a pena.
Design e Construção
O Moto Buds 100 é comercializado nas cores branco ou preto, e a unidade que recebemos para teste é a primeira. O par de fones de ouvido é acompanhado de um estojo para carregamento com um formato quadrado e um pouco avantajado. Não que isso seja ruim, para mim foi uma boa escolha de design adotada pela Motorola.
O case possui encaixe magnético que permite fixar bem os buds para carga. Da mesma forma, a tampa também possui essa característica para facilitar na hora de manusear a caixa ou até mesmo garantir mais segurança e simplicidade para manter os acessórios guardados.
O par de fones, em si, tem um visual intra-auricular bem simples, parecido com o Edifier X3 que testei há algumas semanas. Enquanto a parte com as ponteiras de silicone entram completamente no canal auditivo, a parte externa fica só um pouco para fora, para permitir controles por toques.
No geral, os acessórios são até que confortáveis, mas usá-los por muitas horas pode começar a incomodar um pouco as orelhas. A Motorola não divulgou o peso de cada lado — apenas do estojo, que tem 204 gramas — mas eu achei que são bem leves.
Um ponto positivo é a presença de certificação IPX5, que garante uma maior resistência contra suor e respingos de água. É importante frisar, porém, que isso não protege o acessório contra submersão ou contato mais intenso com líquidos.
Qualidade de som
O Moto Buds 100 não tem um volume tão alto e, em um nível médio, ele entrega um áudio um pouco baixo, sendo preciso apelar um pouco para uma configuração mais próxima do máximo para ouvir bem a música.
Um ponto positivo, porém, é que tanto no médio quanto no máximo, a qualidade sonora é bem parecida. Isso quer dizer que o som não começa a ficar com agudos estridentes ou graves estourados quando está muito alto.
Por falar nas frequências, o Moto Buds 100 não é um fone para os amantes de graves bem destacados. Ele oferece uma sonoridade mais equilibrada com leve destaque para os agudos.
Em Under Pressure — do Queen com David Bowie —, por exemplo, o baixo que marca as passadas em praticamente toda a música fica um pouco perdido e quase não é notado. Em China Girl, do Bowie, porém, ele é mais perceptível, mas não chega a ser algo muito destacado, como acontece em outros fones.
De qualquer forma, eu gostei bastante da sonoridade que ele oferece e, para a sua categoria, está de bom tamanho.
Infelizmente, ele perde um pouco por não oferecer recursos populares em fones de ouvido. Aqui, não temos nada de cancelamento de ruído, modo de transparência ou até mesmo um modo de jogo para amplificar um pouco o som ou mudar a equalização.
Dessa forma, o som que o fone oferece é este e ponto (a menos que use aplicativos específicos para um maior gerenciamento).
Bateria e conectividade
O Moto Buds 100 não exige nenhum aplicativo para conexão e, como se trata de um fone simples, sem recursos como ANC, isso é bom, já que não é necessário uma aplicação para configurar o acessório.
Para conectá-lo ao celular, portanto, basta ir até as configurações do Bluetooth e procurá-lo na lista quando o estojo estiver aberto. Caso não apareça, basta remover os buds da case para que seja possível finalizar o pareamento.
A bateria é o principal destaque do par de fones de ouvido da Motorola. A marca promete até 14 horas de uso, sendo 5 horas da carga dos buds, mais 9 horas do estojo. Nos meus testes, porém, eu consegui uma autonomia muito além disso.
Com nível de volume ajustado na metade e com uma reprodução de músicas com qualidade de streaming alta no Spotify, ele chegou a incríveis 09h57 minutos sem contar a carga do estojo. Como já é comum em dispositivos do tipo, um lado acabou a carga cerca de trinta minutos antes do outro.
Também realizei um teste com volume máximo nas mesmas condições de streaming, e o resultado foi igualmente surpreendente. O fone de ouvido aguentou quase oito horas de reprodução — bem acima das cinco horas prometidas pela Motorola.
Um aspecto negativo é que o carregamento do estojo ainda é micro-USB, enquanto muitas outras empresas já adotam o padrão USB-C.
Controles por toque
Como qualquer outro fone de ouvido Bluetooth, o Moto Buds 100 tem controle de reprodução por toques. Na ausência de recursos e modos avançados, porém, os gestos permitem apenas avançar e retroceder uma música ou pausar e retomar a reprodução.
Confira, abaixo, o que cada função faz:
- Toque simples em qualquer lado: pausa/retoma a mídia
- Toque duplo em qualquer lado: avança para a próxima faixa
- Toque triplo em qualquer lado: retrocede a faixa.
- Manter pressionado qualquer lado por três segundos: aciona o assistente no celular
- Manter pressionado qualquer lado por mais tempo: desliga o fone
Ficha técnica
- Drivers de 5,6 mm;
- Controles de toque;
- Resistência a respingos de água (IPX5);
- Bateria para até 14 horas (estojo + buds);
- Bluetooth com alcance de 10 metros
Acessórios
O kit do Moto Buds 100 é bem básico e acompanha apenas o essencial para o uso dos fones de ouvido. Além dos próprios buds e do estojo, o conjunto também inclui um cabo micro-USB para carregamento — bem curto, diga-se de passagem — dois pares extra de pontas de silicone e um manual de instruções.
Concorrentes Diretos
O Moto Buds 100 enfrenta concorrência de modelos fabricados por marcas já consagradas no mercado, como o Edifier X3 Type C ou o Redmi AirDots 3 da Xiaomi.
Se for para falar de qualidade sonora e recursos, ele está bem equilibrado com o Edifier X3 ou com o Airdots 3. Os três pecam por não oferecer um volume tão alto ou recursos como cancelamento de ruído ativo, mas contam com um bom equilíbrio das frequências.
O fone da Motorola, no entanto, se destaca pela performance da bateria. A marca promete 5 horas de duração dos Buds, mas meus testes permitiram ouvir músicas em um volume médio por quase dez horas. O Edifier X3, por outro lado, ficou entre cinco e seis horas, enquanto o Redmi Airdots 3 ficou por volta de sete a nove horas.
Os fones da Xiaomi e da Edifier, no entanto, se destacam por oferecer o codec aptX da Qualcomm, que oferece uma qualidade sonora melhor.
A faixa de preço deles é bem parecida. O Moto Buds 100 é encontrado nas lojas com valores entre R$ 300 e R$ 400, enquanto o Airdots 3 é vendido de R$ 200 a R$ 300. O Edifier X3 é o mais barato e chega a custar entre R$ 100 e R$ 200.
É importante destacar, porém, que há uma versão com micro USB do fone da Edifier, portanto é preciso se atentar na hora da compra.
MotoBuds 100 é o grande campeão de bateria
O Moto Buds 100 é uma boa opção para quem busca um fone de ouvido bom e barato. Seu maior destaque — e o que o coloca à frente dos rivais — é a bateria.
Segundo a marca, o estojo oferece até 14 horas de reprodução, mas nossos testes mostraram que os buds sozinhos, sem o estojo, podem chegar a 10 horas se ajustados em um volume médio.
A qualidade sonora ainda não é das melhores, e quem tem ouvidos mais exigentes pode não ficar satisfeito, principalmente se busca um fone de ouvido com bastante destaque para os graves.
Quem quer gastar menos, porém, pode apostar em um Edifier X3 Type C ou até mesmo nos populares Redmi Airdots 3. Esses fones também são mais básicos, mas se destacam por oferecer o codec aptX da Qualcomm.
A única perda seria em relação à bateria, já que eles chegam a, no máximo, nove horas de uso. Principalmente se considerarmos que o fone da Motorola ultrapassa facilmente essa marca.