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Review Moto E7 Power | Para quem busca o simples

Por| Editado por Léo Müller | 01 de Março de 2022 às 09h54

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Review Moto E7 Power | Para quem busca o simples
Review Moto E7 Power | Para quem busca o simples

No começo de 2021 a Motorola lançou o Moto E7 Power e, ao lado do E7i Power, ele foi o último modelo apresentado antes de a marca reformular as linhas G e E para terem vários lançamentos anuais com numeração de dois dígitos.

Como padrão na série, ele chegou ao mercado com a proposta de atingir um público menos exigente. Para isso, ele entrega um hardware mais simples e a promessa de uma bateria de longa duração, já que carrega o “sobrenome” Power.

Mas, com outros concorrentes no segmento básico disponíveis no mercado, será que vale a pena comprar um Moto E7 Power ou compensa mais dar atenção às alternativas? Confira essa análise completa e veja se o smartphone básico da Motorola pode te atender.

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Design e Construção

O Moto E7 Power apresenta um design bem simples que já deixa clara a sua proposta — ser um celular de entrada voltado para um público sem muitas exigências. Ele possui acabamento em plástico com sensor de impressões digitais localizado na traseira.

O módulo de câmeras também é bem discreto e não possui nada daquele visual extravagante que estamos acostumados. Em vez disso, a dupla de câmeras e o flash LED são alinhados verticalmente dentro de um bloco no canto superior esquerdo.

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O celular apresenta, ainda na parte traseira, sua única unidade do alto-falante. Isso pode atrapalhar um pouco na hora de reproduzir músicas se você gosta de deixar o dispositivo com a tela virada para cima sob uma mesa, apesar de a protuberância do módulo de câmeras evitar que a saída fique completamente em contato com a superfície.

Na frente, a câmera de selfies fica posicionada em um entalhe em forma de gota, e as bordas avantajadas — especialmente a inferior — diminuem um pouco o aproveitamento do painel.

Em relação à ergonomia, ele não chega a estar entre os mais pesados, mas também não é leve, com 199 gramas. O celular tem dimensões de 165,1 x 75,9 x 9,2 mm, e a traseira de plástico é um pouco escorregadia, o que torna essencial o uso de uma capa protetora.

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Tela

O smartphone conta com uma tela de 6,5 polegadas e tem resolução baixa de 720 x 1600 pixels, assim como sua taxa de atualização de apenas 60 Hz. Essas são configurações “comuns” para o segmento do Moto E7 Power.

A tela é uma IPS LCD que não consegue ser muito eficiente em ambientes externos. O uso sob Sol muito forte não é tão agradável, já que o brilho máximo de 380 nits do display não é muito alto.

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A resolução baixa não é muito útil para assistir a filmes ou jogar pelo celular. Portanto, se você for muito exigente com isso, é preciso procurar um modelo algumas categorias acima do Moto E7 Power.

Configuração e Desempenho

O Moto E7 Power é equipado com o chip MediaTek Helio G25, que roda com frequência máxima de 2,0 GHz em quatro núcleos e tem outros quatro de 1,5 GHz. Na prática, isso representa um desempenho baixo.

No meu uso, notei muitos engasgos em jogos ou até mesmo em redes sociais. Comecei com Call of Duty: Mobile e a experiência foi bem desagradável, mesmo com todas as configurações gráficas no mínimo.

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O aparelho também sofreu bastante com travamentos até para rodar jogos simples, como os clássicos games de sinuca. Realmente não é um celular para se jogar qualquer tipo de game.

Em redes sociais e aplicativos mais comuns, entretanto, não foi muito diferente. Ele apresentou bastante lentidão até mesmo para rolar o feed do Twitter. Isso deve acontecer tanto pela taxa de atualização baixa quanto pelo desempenho fraco do processador.

Por ter apenas 2 GB de memória RAM com 32 GB de armazenamento interno, o celular não foi capaz de participar dos nossos testes de desempenho padrão completos. No app 3D Mark, só foi possível realizar a análise Sling Shot Unlimited, na qual ele marcou apenas 814 pontos.

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Como efeito de comparação, esse número é inferior até mesmo aos resultados de Moto G6 e Galaxy A6 Plus de 2018, além de ficar abaixo do que apresentou o Galaxy A02s, lançado pela Samsung no final de 2020.

Já no app Geekbench 5, o Moto E7 Power marcou 133 pontos na análise single-core e 482 pontos na multi-core.

O armazenamento de 32 GB também é insuficiente, principalmente se considerarmos que boa parte disso é reservada para o sistema operacional. Desse modo, sobra bem pouco para o usuário guardar arquivos de mídia ou instalar aplicativos.

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Usabilidade

O dispositivo chega com o Android 10 instalado de fábrica e ainda não há uma atualização para o Android 11 disponível. Isso não chega a ser uma surpresa, já que a política de atualizações da Motorola não envolve o update regular de seus aparelhos de entrada.

Também é importante destacar que, caso a empresa decida beneficiá-lo com uma nova versão do sistema operacional, é bem provável que seja apenas com o Android 11 e nada mais.

Em relação à interface em si, não há diferenças em relação a outros dispositivos da marca. Então, se você já está acostumado com um Moto, já sabe o que esperar: visual limpo, sem grandes modificações, poucos aplicativos pré-instalados de fábrica e um design bem similar ao Android “Puro”.

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O aparelho carrega, ainda, alguns recursos interessantes da Motorola, como os movimentos com a mão para acender a lanterna. No entanto, ele não tem o tradicional recurso para abrir a câmera ao mexer o pulso. Para acessar o app com atalhos, é preciso apertar duas vezes a tecla Power.

Para finalizar, ele tem um botão para acesso dedicado ao Google Assistente, como acontece em outros modelos da marca. Ele fica posicionado no topo da lateral direita, acima dos botões de controle do volume.

Câmera

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O Moto E7 Power possui três câmeras em sua composição: duas traseiras e uma frontal. A dupla de lentes na parte de trás do aparelho inclui um sensor principal de 13 MP com abertura f/2.0 auxiliado por um macro de 2 MP f/2.4.

Por se tratar de um celular simples, suas configurações são bem básicas. Portanto, nada de modo noturno com ele. Ainda assim, é possível obter fotos no modo retrato, profissional e panorama. Por ser uma câmera básica, porém, vai ser difícil registrar boas fotografias, e ele é mais indicado para tirar algumas imagens ocasionais.

Câmera principal (13 MP)

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As imagens obtidas com o Moto E7 Power não são tão boas, principalmente se você quer capturar bastante detalhes. Com bastante luz natural — em dias ensolarados, por exemplo — é possível ter imagens aceitáveis. Elas não chegam a ser boas, mas dá para registrar os momentos sem sofrer com resolução muito baixa.

Em ambientes fechados, porém, a nitidez é um pouco menor e o resultado pode não ser tão agradável, mas nada que fuja do padrão para a categoria.

Macro (2 MP)

Como tem uma resolução consideravelmente menor, a lente macro do Moto E7 Power não entrega tanta nitidez e as imagens ficam bem granuladas, principalmente em ambientes internos.

No entanto, ela é bem eficiente para atingir o seu propósito, que é o de capturar mais detalhes em imagens muito aproximadas.

Câmera frontal (5 MP)

A câmera frontal do Moto E7 Power entrega resultados ainda menos nítidos. Dentro de casa, a captação de luz é muito baixa, e isso faz com que as fotos fiquem com bem pouca qualidade. Fora de casa, com bastante luz natural, porém, há muito mais detalhes nas fotografias, apesar de elas ainda serem de um nível básico.

O aparelho ainda oferece um modo de “embelezamento”, mas isso só faz deixar a foto muito artificial ao tentar “remover” sinais no rosto, como marcas na pele ou espinhas.

Modo retrato

A câmera também inclui um modo retrato, que aplica um efeito bokeh — ou desfocado — ao fundo. Como não há uma câmera dedicada para isso, porém, o software não age com muita precisão para realizar o recorte. Isso acontece tanto com a câmera traseira quanto com a frontal.

Sistema de Som

Apesar do alto-falante mono, o Moto E7 Power consegue reproduzir músicas em um volume até que alto. Não chega a ser no nível de modelos com configuração estéreo, mas é muito bom para um produto que tem apenas uma saída de áudio.

A qualidade sonora, porém, não é muito boa quando o celular está no volume máximo. As frequências ficam um pouco perdidas, mas nada que atrapalhe tanto a experiência.

Um aspecto negativo é a posição do alto-falante, que fica na traseira do telefone. Apesar de não ficar completamente abafado, o som perde um pouco da qualidade quando está em cima de uma mesa com a tela para cima.

Por outro lado, esse arranjo é bom para quando o usuário assiste algum filme e segura o aparelho nas mãos. Dessa forma não corre o risco de a saída de áudio ser tampada com os dedos.

Uma vantagem é que ele conta com um conector dedicado para fones de ouvido com plugue de 3,5 mm. Dessa forma, é possível ouvir músicas com mais qualidade para não depender do sistema de som do próprio aparelho.

Bateria e Carregamento

A bateria do Moto E7 Power é de 5.000 mAh, o que está na média para os padrões atuais, apesar de ser um modelo lançado no começo do ano passado. No entanto, o aparelho consegue lidar bem com essa capacidade.

Para o teste padrão de bateria, reproduzi três horas de conteúdos na Netflix com brilho do celular ajustado na metade. Neste cenário, o consumo foi de 12%, o que mostra uma boa performance do celular. Com isso, a estimativa é que ele possa chegar a 25 horas de reprodução na plataforma de streaming.

No dia-a-dia, o desempenho é igualmente bom. Com um uso moderado — que inclui a utilização de aplicativos de redes sociais e jogos mais simples ocasionalmente — e com rede móvel desativada, o dispositivo pode ultrapassar um dia longe das tomadas e ainda sobrar um pouco de bateria.

O carregamento não é dos mais potentes, mas está dentro da média em modelos do tipo. A Motorola inclui um acessório com potência de 10 W no kit e, com ele, pude completar a bateria do Moto E7 Power de 5 a 100% em duas horas.

Concorrentes Diretos

Quem pensa em comprar um celular no nível do Moto E7 Power também pode ter se deparado com alternativas da Samsung ou da Xiaomi. Isso porque o Galaxy A02s e o Redmi 9A, lançados em 2020, possuem algumas especificações equivalentes.

Para começar, tanto o Redmi quanto o Motorola são equipados com o chip MediaTek Helio G25, ao passo que o Galaxy oferece o Snapdragon 450.

Essas plataformas são bem equivalentes, mas o chip da Qualcomm oferece uma performance melhor da CPU e da GPU, enquanto o modelo da MediaTek tem um melhor gerenciamento de energia.

O modelo sul-coreano também se destaca por oferecer um pouco mais de memória RAM — são 3 GB contra 2 GB do Redmi 9A e do E7 Power. Já em relação ao armazenamento interno, os três empatam com 32 GB.

A Samsung também é mais generosa com suas câmeras, já que oferece um conjunto triplo na traseira, com configurações de 13 MP + 2 MP + 2 MP, enquanto o Moto E7 Power fica um pouco para trás com uma dupla de 13 MP + 2 MP e o Redmi 9A leva a pior com apenas um sensor de 13 MP. Para selfies, os três oferecem um sensor de 5 MP.

Na tela, todos eles contam com displays LCD — o Motorola e o Xiaomi com o tradicional IPS, enquanto a Samsung chega com a tecnologia PLS TFT, que é bem similar à utilizada nos outros dois celulares.

Até o tamanho do painel e a resolução são bem parecidas: são 6,5 polegadas com 720 x 1600 pixels no Moto E7 Power, 6,53 polegadas e 720 x 1600 pixels no Redmi 9A e 720 x 1560 pixels com 6,5 polegadas no Samsung.

A bateria é a mesma nos três aparelhos: são 5.000 mAh. No entanto, o chip mais econômico no Motorola e Redmi pode fazer com que eles aguentem mais tempo longe das tomadas do que o Galaxy A02s.

Em relação ao preço, o Moto E7 Power e o Redmi 9A são mais parecidos e ambos são encontrados em uma faixa entre R$ 600 e 800. Já o Galaxy A02s é um pouco mais caro e fica entre R$ 900 e 1000.

Conclusão | Poucos atrativos para quem busca o simples

O Moto E7 Power é uma boa opção para quem busca um celular barato, já que ele pode ser encontrado pelo menos R$ 200 mais barato que a alternativa da Samsung, e oferece um conjunto mais encorpado de câmeras do que o Redmi 9A.

A performance da bateria também é um ponto positivo do aparelho, mas nada que o faça se destacar entre os concorrentes aqui descritos. O mesmo pode ser dito sobre a tela, já que todos eles contam com um painel LCD com basicamente as mesmas especificações.

O desempenho é um pouco fraco. Ele engasga até mesmo para deslizar o feed de redes sociais, mas isso é padrão para celulares dessa categoria. O Redmi 9A, por exemplo, que usa o mesmo chipset, também apresentou esse tipo de dificuldade em nossos testes.

No entanto, quem procura mais versatilidade na câmera pode apostar em um Galaxy A02s, que entrega uma lente a mais — uma de profundidade — para capturar fotos melhores com fundo desfocado.