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Review Moto E22 | Barato, mas falta otimização

Por| Editado por Léo Müller | 17 de Novembro de 2022 às 17h11

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Review Moto E22 | Barato, mas falta otimização
Review Moto E22 | Barato, mas falta otimização

Ultimamente, os fabricantes de celulares têm lançado diversos novos modelos de entrada no mercado nacional. Um dos exemplos mais recentes é o Moto E22, da Motorola, um celular bem barato, com design elegante e recursos que chamam a atenção, como leitor de impressões digitais e Dolby Atmos.

O aparelho tem construção simples, mas visual inspirado em modelos mais avançados da mesma marca, numa tentativa de atrair fãs da Motorola que pretendem comprar um celular mais barato. Imitar um visual mais premium, aliás, não foi a única estratégia para atrair os consumidores. O Moto E22 traz recursos que são raramente vistos em celulares de entrada, como taxa de atualização de 90 Hz, tela IPS e som estéreo.

Eu testei o aparelho por alguns dias e digo se essas funcionalidades tornam o Moto E22 um celular relevante para sua faixa de preço. Se você quiser saber se vale a pena comprar o aparelho, leia o texto até o fim.

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Design e Construção

Como já foi mencionado, o Moto E22 tem visual inspirado em modelos mais avançados da própria Motorola. A diferença é que ele tem chassi feito totalmente em plástico. Não há vidro na traseira do aparelho, e sua moldura também não é feita de metal. Adicionalmente, o celular não conta com nenhum tipo de proteção contra poeira, água ou riscos.

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  • Dimensões: 163,5 x 74,6 x 7,99 mm;
  • Peso: 172 gramas.

O visual do Moto E22 é bem bonito e elegante. Na parte de trás, temos um módulo de câmeras que parece maior que o necessário, pois são apenas dois sensores e mais o flash LED. A logo da Motorola está tradicionalmente localizada na parte traseira do aparelho, mas sem funcionar como leitor de impressões digitais, uma vez que este recurso está integrado ao botão power.

Por ser um aparelho de entrada, o Moto E22 tem bordas um pouco mais largas que modelos mais avançados, principalmente na parte inferior da tela. O entalhe no formato de gota serve de abrigo para a câmera frontal.

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Na parte de cima do aparelho, fica a saída P2 para fones de ouvido. Na borda direita, temos os botões de volume e o botão de energia. Do outro lado, fica a gaveta para os dois chips e o cartão microSD. Já na parte de baixo, há o alto-falante principal, o conector USB-C e um microfone.

Eu achei o celular escorregadio, já que a moldura em plástico não ajuda na aderência, mesmo que o aparelho não tenha bordas arredondadas.

Tela

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O Moto E22 tem tela de boa qualidade, com cores vivas e bons ângulos de visão, assim como níveis de contraste bastante aceitáveis. A resolução HD+ é suficiente para um aparelho desta categoria, mas o brilho é muito baixo. Em locais iluminados, frequentemente, precisamos colocar o brilho da tela no máximo, mesmo que não estejamos sob a luz do sol.

  • Tamanho: 6,5 polegadas;
  • Tecnologia do painel: IPS LCD;
  • Resolução e proporção: HD+ (720 x 1600 pixels);
  • Densidade aproximada: 270 pixels por polegada;
  • Taxa de atualização: até 90 Hz.

Em dias ensolarados, enxergar a tela do celular é uma missão bastante complicada. Já em ambientes internos, com luz moderada, a tela do do E22 serve muito bem a usuários que vão focar em filmes e séries.

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Configuração e Desempenho

As especificações do Moto E22 deixam claro que se trata de um celular de entrada. Aliás, o aparelho conta com duas variantes, uma com 4/64 GB e outra com 2/32 GB (RAM e armazenamento, respectivamente). A variante mais simples sai de fábrica rodando o Android Go 12, que é uma versão mais enxuta do sistema operacional da Google.

  • Sistema operacional: Android 12;
  • Plataforma: MediaTek Helio G37 (12 nm);
  • Processador: octa-core (4x 2,3 GHz Cortex-A53 + 4x 1,8 GHz Cortex-A53);
  • GPU: PowerVR GE8320;
  • RAM e armazenamento: 4/64 GB.
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Eu testei a variante menos fraca, que roda a versão convencional do Android 12 por baixo da interface personalizada da Motorola. É a mesma interface que a fabricante utiliza em modelos de celulares mais avançados, porém com algumas limitações de customização.

Infelizmente, essas limitações de software não são suficientes para que o Moto E22 entregue o desempenho que poderia. Não que o celular seja ruim, mas, claramente, falta otimização, pois seu processador está longe de ser bom, o que força que a fabricante dê atenção especial ao software. Mas isso não acontece.

O Moto E22 tem tela com taxa de atualização de 90 Hz, um recurso que melhora a fluidez das animações durante a abertura, fechamento e alternância de aplicativos. Contudo, a funcionalidade deixa a desejar, pois o aparelho apresenta atrasos e micro travamentos durante a execução de alguns apps. Podemos perceber nitidamente que a rolagem do feed das redes sociais é bem prejudicada.

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O celular também não é indicado para jogos, a não ser aqueles mais básicos. Eu consegui rodar bem o Subway Surfers, mas o Asphalt 9, mesmo com qualidade gráfica baixa, demora muito a carregar, e pode apresentar micro travamentos.

O Moto E22 não rodou os testes de benchmark (Wild Life Unlimited e Wild Life Extreme Unlimited) que utilizamos em nossas análises, por questões de incompatibilidade. Felizmente, o aparelho foi capaz de rodar o benchmark do Geekbench, atingindo 172 pontos em single-core, e 970 pontos em multi-core. Dessa forma, os usuários podem comparar a pontuação do smartphone com os aparelhos que possuem em casa. No mais, depois que determinado app já está aberto, o celular responde relativamente bem.

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O Moto E22 não possui NFC. Já os recursos para desbloqueio de tela, como o leitor de impressões digitais e o reconhecimento facial, funcionam com desempenho aceitável.

Câmeras

Em questão de vídeos e fotografias, o Moto E22 faz o básico, como já era de se esperar. Para tirar fotos decentes, é necessário que o ambiente esteja bem iluminado. À noite, as capturas ficam com bastante granulação, e sofrem com a perda de nitidez e detalhes.

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  • Principal: 16 MP, abertura f/2.2, ângulo de 80º;
  • Profundidade: 2 MP, abertura f/2.4, ângulo de 80º;
  • Selfies: 5 MP, abertura f/2.4, ângulo de 78º;
  • Vídeos: 1080p a 30 fps (máximo).

Ainda assim, o celular será útil para usuários básicos, que fazem capturas ocasionais ou precisam digitalizar documentos de vez em quando. O sensor de profundidade pouco adiciona ao conjunto de lentes, uma vez que o recurso de retrato pode ser reproduzido via software. A estabilização e o zoom são somente digitais. Este último, com aproximação de 4x.

Sobre a câmera frontal, o desempenho é inferior ao da traseira, e só tem apenas 5 MP de resolução, o que reduz as chances de se obter uma imagem nítida, caso a foto precise ser ampliada.

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Sistema de som

O Moto E22 tem áudio estéreo, o que não é muito comum para um celular de entrada. O volume é bom, e o som não distorce a níveis alarmantes, servindo bem a quem vai assistir vídeos.

  • Som estéreo: dois alto-falantes;
  • Recurso extra: Dolby Atmos.

O destaque fica por conta do recurso Dolby Atmos, que, obviamente, só poderá ser aproveitado se você tiver um sistema de caixas de som – ou fones de ouvido – de boa qualidade. Os fones que acompanham o celular são muito simples, e nem encaixam nas minhas orelhas, pois não possuem pontas de silicone.

Bateria e Carregamento

Em questão de bateria, o Moto E22 decepciona ao trazer uma capacidade inferior à de muitos aparelhos do segmento de entrada. Outro ponto que não contribui para uma boa autonomia é o fato de o aparelho usar um chip de 12 nm, um processo de fabricação antigo, que reduz a eficiência energética do chip.

  • Capacidade: 4.020 mAh;
  • Carregamento: 10 W.

Em nossos testes de consumo, após três horas de execução de vídeos na Netflix, com o volume em 50% e o brilho no automático, restava 75% de carga. Isso dá uma autonomia estimada de 12 horas de reprodução de vídeos via streaming (usando a Netflix).

Já após o teste de uso real, com a execução de redes sociais, vídeos, mensageiros e jogos, nas mesmas condições do teste anterior, e por um período de mais ou menos 6 horas, sobrou apenas 61% de carga no celular. Com esse tipo de uso, a estimativa é de que a bateria do aparelho dure apenas 15 horas e 15 minutos. Isso significa que o Moto E22 não dá conta de passar um dia inteiro fora da tomada se o usuário o usar com muita frequência e conectado à internet.

O carregamento tem potência de 10 W. Sendo assim, para carregar a bateria do celular completamente, será necessário pouco mais de 2 horas e meia.

Concorrentes diretos

Um celular de entrada que bate de frente com o Moto E22 é o galaxy a03, da Samsung. Aqui, vale ressaltar que o aparelho da Sammy traz algumas baixas, como o conector micro USB, carregamento mais lento, tela TFT e a falta do leitor de impressões digitais.

Por outro lado, o Galaxy A03 possui desempenho geral superior ao do celular baratinho da Motorola. O processador e a placa de vídeo do A03 são melhores, e o sistema operacional parece mais otimizado para o aparelho. Outro ponto positivo é que o A03 tem melhor autonomia de bateria.

Vale a pena comprar o Moto E22?

O Moto E22 é um celular de entrada que tem um valor bem condizente com sua categoria. E apesar de ser um aparelho de entrada, ele traz alguns recursos modernos, como leitor de impressões digitais, conector USB-C, tecla com atualização de 90 Hz e som com Dolby Atmos.

O problema é que seu desempenho deixa um pouco a desejar por conta do chip muito ultrapassado e falta de otimização de software. Mesmo quando a atualização de 90 Hz é utilizada, o baixo desempenho do aparelho impacta negativamente na fluidez das animações. Algumas vezes, os toques na tela são registrados com atraso.

Por isso, se você faz questão de comprar um celular barato, mas que oferece desempenho geral mais satisfatório, considere a compra de um Galaxy A03, que possui valor bem semelhante ao do Moto E22. Neste caso, você terá que abrir mão de algumas funcionalidades mais avançadas, que só estão presentes no smartphone da Motorola.