Review Honor X8 | O famoso celular bom, bonito e barato
Por Diego Sousa • Editado por Léo Müller |
O Honor X8 não é vendido oficialmente no Brasil, mas ele visa ser uma alternativa para quem quer importar um celular bonito, com especificações intermediárias e um preço mais em conta, na faixa dos R$ 1.100. Será que ele cumpre o prometido? A Honor nos enviou uma unidade do smartphone para testes e eu conto tudo nos próximos parágrafos!
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Construção e design
A Honor normalmente tem boas decisões de design, e o X8 não foge à regra. Ele é muito bonito, principalmente na cor prata que traz um módulo de câmeras espelhado, uma tampa traseira fosca que reflete à luz do Sol e uma moldura que imita aço escovado.
No entanto, não se engane pela aparência: estamos falando de uma construção predominantemente de plástico que, na mão, parece mais simples do que realmente é. Mesmo assim, a pegada é boa, sobretudo por não aparentar ser tão grande e desconfortável — apesar de ter uma tela de 6,7 polegadas.
E é interessante essa sensação porque, embora tenha uma tela relativamente grande, suas bordas são tão finas que, ao olharmos de frente, até dá para confundi-lo com um celular premium — é a primeira vez que vejo esse cuidado em uma categoria mais simples.
Além disso, mostrando que é possível fazer um celular fino sem retirar componentes, o X8 tem entrada para fones de ouvido, no padrão 3,5 mm — e o acessório vem na caixa, o que é interessante.
O leitor de digitais fica escondido no botão de energia, tendo boa precisão e agilidade. Achei, no entanto, o sensor mais sensível que o normal, algo um pouco inconveniente porque tentava ler minha digital a todo momento.
Tela e áudio
A tela do Honor X8 não é tão excitante quanto o design, mas consegue superar o intermediário básico Galaxy A23 — para citar um modelo mais conhecido pelos brasileiros. Ele tem 6,7 polegadas com bordas bem finas, dando uma maior imersão em qualquer conteúdo multimídia.
A resolução Full HD em cima do painel IPS LCD passa uma boa impressão, com boa definição, cores agradáveis e ótimos ângulos de visão. O brilho máximo não é tão forte, limitação dos painéis LCD, mas, surpreendentemente, não notei muito vazamento de luz ao redor da câmera frontal.
O X8 traz, ainda, taxa de atualização de 90 Hz, cada vez mais comum entre os celulares mais simples. O recurso dá mais fluidez na interface, mas não tira muito proveito dos jogos devido à limitação do hardware.
No som, o único alto-falante é extremamente básico e só serve para “quebrar um galho”. Caso queira assistir a algum filme ou série pelo celular, é altamente recomendável utilizar um fone de ouvido.
Desempenho e usabilidade
Ultimamente, testei alguns celulares com Snapdragon 680 4G e, apesar de ser um chipset que não aguenta muito bem a maioria dos jogos, percebi que ele tem um desempenho agradável em tarefas mais básicas.
Durante o tempo em que testei o Honor X8, tive uma boa experiência consumindo redes sociais, YouTube, Twitch e mensageiros instantâneos. Os 6 GB de RAM foram suficientes para manter os aplicativos na memória, dando para alternar entre eles sem longos carregamentos e reinicializações.
Caso queira arriscar, dá para jogar um Free Fire com gráficos reduzidos sem grandes problemas. Sonic Forces também tem atuação muito boa nas configurações mais baixas.
Curiosamente, apesar de estarmos falando de um celular mais simples, os 128 GB de memória interna não podem ser expandidos via microSD. Sei que, atualmente, a entrada para cartão de memória não é muito requisitado, mas poderia ser um diferencial por aqui.
Outro ponto negativo é que o Honor X8 ainda está preso no Android 11, ou seja, não traz toda personalização que estamos acostumados a ver nos modelos mais atuais com Android 12. Além disso, não há nenhuma previsão de atualização por parte da Honor.
A interface Magic UI 4.2 não é a pior que já utilizei entre as fabricantes chinesas. Tem os principais recursos de gestos, tela, segurança e personalização presentes no Android 11. Uma surpresa positiva foi a ótima tradução para o nosso idioma, mesmo sem atuação oficial por aqui.
Câmera
- Principal: 64 MP, f/1.8, PDAF;
- Ultrawide: 5 MP, f/2.2;
- Macro: 2 MP, f/2.4
- Profundidade: 2 MP, f/2.4
- Selfies: 16 MP, abertura f/2.5;
- Vídeos: 1080p a 30 fps (máx., principal).
As quatro câmeras do Honor X8 me lembraram os conjuntos dos smartphones baratos lançados entre 2020 e 2021, em que só uma câmera prestava, de fato.
Já começo afirmando que os sensores macro e profundidade não servem para nada além de completar o módulo. Desconsidero, também, a câmera ultrawide de 5 MP por a definição ser precária, e as cores são bastante lavadas.
A principal de 64 MP é a “melhorzinha” de todas as câmeras, mas ainda possui alguns probleminhas no alcance dinâmico. Em condições normais de iluminação, há definição e cores agradáveis, mas os verdes aparecem normalmente estourados, e o desfoque de fundo não é nada natural.
O modo noturno do Honor X8 também é bem básico e o pós-processamento não relativiza os ruídos ao aumentar a nitidez e o brilho.
Bateria e carregamento
O Honor 8X tem bateria de 4.000 mAh, atualmente considerado abaixo da média mesmo para um celular intermediário básico. Apesar disso, o Snapdragon 680 4G trabalhou muito bem para manter o smartphone “acordado” por bastante tempo.
Em um dos dias de testes, com brilho em 50% e conectado ao Wi-Fi, consumi duas horas de muito TikTok, Instagram, YouTube e Twitch, e o Honor X8 gastou apenas 14% de carga, o que considero um bom número.
No nosso cenário padrão de streaming, com três horas de duração e nas mesmas condições acima, o smartphone consumiu 17%, mesma média alcançada pelo Galaxy A23 no mesmo teste.
No carregamento, a Honor promete uma velocidade de 22,5 W, conseguindo sair de 0% a 100% em pouco mais de uma hora e 15 minutos.
Concorrentes diretos
Como eu comentei, o Honor X8 não é vendido oficialmente no Brasil, mas você consegue encontrá-lo na gringa para importação por preços na faixa de R$ 1.100, o que considero bom para o conjunto oferecido.
Aqui no Brasil, o aparelho da Honor tem alguns concorrentes de peso, como o Galaxy A23, que analisei para o Canaltech há alguns meses. Ele tem o mesmo chipset Snapdragon 680 4G com as mesmas virtudes e defeitos, além de um conjunto fotográfico mais básico.
Para mim, no entanto, a única vantagem do A23 é a sua disponibilidade no Brasil, pois pode ser encontrado por aqui já com Android 12 e garantia nacional. Por isso, seu preço também é ligeiramente maior, cerca de R$ 1.350 em alguns varejistas nacionais.
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O Honor X3, por outro lado, está preso no Android 11 e não é vendido oficialmente por aqui, mas ganha na qualidade de tela, design e construção. Ah, e ele é um pouco mais barato que o rival, caso você tenha sorte e não seja taxado pela alfândega.
Conclusão
O Honor X8 é um celular bem interessante se considerarmos o seu preço. Gostei bastante do design com bordas finas, da tela IPS LCD com boa definição, do desempenho sem engasgos e da bateria. Na faixa de R$ 1.100, foi um dos melhores smartphones que já testei.
Uma pena que a Honor parece ter o esquecido "na fila do pão", pois um celular lançado em 2022 preso no Android 11, e sem previsão de atualização, não faz muito sentido.
No entanto, caso você queira apostar em um celular importado que seja bom e barato, o Honor X8 é uma opção bem interessante. Ele certamente seria um modelo bem competitivo no Brasil se chegasse com o preço certo.