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Review Apple AirPods Max | Caro e longe de ser perfeito

Por| Editado por Léo Müller | 06 de Janeiro de 2022 às 09h25

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Review Apple AirPods Max | Caro e longe de ser perfeito
Review Apple AirPods Max | Caro e longe de ser perfeito

O Apple AirPods Max é o headphone da Apple com cancelamento de ruído que tem um preço sugerido de R$ 6.899. O que ele oferece de especial para custar tão caro? Eu o testei por algumas semanas e conto tudo neste review.

Antes de começarmos, aviso sempre que, caso você se interesse pelo Apple AirPods Max ao final desta análise, deixarei links de compra confiáveis para você adquiri-lo. Vamos nessa?

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Construção e design

Logo na primeira utilização foi possível perceber que a Apple não economizou em nada no projeto do AirPods Max. Ele é extremamente elegante — mais parecendo uma peça de luxo que um fone — e não possui nem o logo da Maça estampado.

As conchas do headphone são de alumínio, característica incomum entre modelos similares, enquanto a haste ajustável é feita de aço inoxidável, mesmo material usado nas laterais do iPhone 13 Pro.

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De fato, estamos falando de materiais de altíssima qualidade, mas senti que, com isso, o AirPods Max ficou pesado. Não é nada muito grave, entretanto, já que a alça de silicone e tecido é confortável e ajustável, porém ele é bem mais pesado que o Sony WH-1000XM4, por exemplo.

Por exemplo, se você for usá-lo por longos períodos, como em uma viagem mais demorada, pode ser que seu peso maior incomode. Nos meus testes, não consegui usá-lo por um dia inteiro de trabalho sem querer tirá-lo para "descansar as orelhas".

  • Dimensões: 187,3 x 168,6 x 83,4 mm;
  • Peso (incluindo almofadas): 384,8 gramas.
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Outro detalhe que não me agradou muito no AirPods Max foi o tecido das conchas, similar ao usado na parte superior da alça. Após alguns minutos usando ele, minhas orelhas já começaram a esquentar — e não estavam falando mal de mim.

Agora, falando sobre o tecido da alça. É incomum vermos um fone de ouvido apostando nesse tipo de material e, na prática, deixou o AirPods Max com um visual único.

Entretanto, além da sensação de elegância, também senti uma certa fragilidade, como se qualquer queda ou objeto pontiagudo fosse danificá-lo rapidamente. Na minha opinião, não acredito que alguém gostaria de usar um produto tão caro com medo de quebrá-lo com muita facilidade.

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Além disso, vale destacar que a sujeira pode ficar bastante visível nesse tipo de material, principalmente no modelo branco — que, por sinal, foi o qual usamos para os testes. Ele ainda pode ser encontrado em cinza-espacial, rosa, verde e azul-céu, todos mais bonitos que o prateado, na minha opinião.

Por fim, não temos nenhuma certificação contra água ou poeira, ou seja, ele também não é indicado para atividades físicas.

Botões e conexões

O AirPods Max tem dois botões físicos, ambos na concha direita. Um deles serve apenas para ativar e desativar o cancelamento de ruído, enquanto o outro é o Digital Crown (“Coroa Digital” em português), o mesmo do Apple Watch.

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Pressionando a Coroa Digital apenas uma vez, é possível pausar ou reproduzir uma música. Um toque duplo, por sua vez, avança uma faixa, enquanto um triplo clique retrocede. Já se mantiver o botão pressionado, a Siri é acionada, embora você também consiga chamá-la a todo momento apenas com um “E aí, Siri”.

Levando o minimalismo a sério demais, a Apple também não incluiu um simples botão para desligar o AirPods Max manualmente. Na verdade, o headphone não desliga nunca, apenas hiberna, com a ajuda da Smart Case.

O acessório possui ímãs em seu interior que “detecta” a entrada do AirPods Max, fazendo com que ele entre no modo repouso. Entretanto, é só isso que ele faz, já que mal protege o headphone e tampouco possui uma bateria interna.

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A ausência de um estojo de proteção contribui para a sensação de fragilidade que tive com o AirPods Max, pois ele é um produto muito caro e estará sempre desprotegido, seja guardado na mochila, na bolsa ou em cima da mesa.

Conectividade

O AirPods Max é um headphone com Bluetooth 5.0, portanto você pode conectá-lo a smartphones, notebooks e computadores. Obviamente, para se ter todos os recursos do fone, é imprescindível a conexão com dispositivos Apple. Nos meus testes, o pareei a um iPhone 11.

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Como já era de se esperar, a integração do AirPods Max com o iPhone é excelente. Basta retirar o headphone da Smart Case para ser reconhecido pelo smartphone e pronto, só colocar no ouvido.

Todas as funcionalidades do fone, como a Detecção Automática de Cabeça, que transfere automaticamente o áudio dos dispositivos conectados ao AirPods Max quando for colocado na cabeça, estão presentes.

Eu também usei o AirPods Max com um celular Android e tive uma boa experiência, porém perdi alguns recursos muito importantes, como atualização de software, áudio espacial, a detecção automática mencionada acima, e o indicador de bateria.

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No mais, ainda temos o conector Lightning, o mesmo usado nos iPhones, o que não chega a ser um ponto muito negativo porque provavelmente quem vai atrás do AirPods Max tem um iPhone.

O que eu considero um problema é o fato do headphone não trazer uma entrada P2 e praticamente obrigar o usuário a comprar um cabo P2 especial — que tem ponta Lightning — por míseros R$ 399.

Qualidade de som e microfone

Julgando somente pela qualidade sonora, eu poderia dizer tranquilamente que teria o AirPods Max sem pensar duas vezes. O que mais me chamou atenção nele foi a naturalidade dos graves e o brilho em basicamente todos os ritmos.

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Em “Oxytocin”, da Billie Eilish, mais voltada para graves e médio-graves, o headphone apresentou tons baixos tão encorpados que fizeram as conchas literalmente tremerem no volume máximo. Confesso que nunca presenciei um efeito similar em outros fones do tipo, mas me agradou bastante.

Além disso, foi incrível como o AirPods Max se manteve fiel aos detalhes das canções mesmo no volume máximo, separando muito bem o vocal dos demais instrumentos. “Uncorfotable”, da banda Halestorm, que é um rock de muitas camadas, representou muito bem essa pouca distorção.

Quem curte pop também deve gostar muito do AirPods Max. “Up”, da rapper Cardi B, tem graves na medida, médios e agudos extremamente bem definidos.

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Em músicas mais voltadas para médios e agudos, como “Reapers”, da banda Muse, o AirPods Max também surpreendeu com instrumentos bem separados e definidos. Só achei que o grave do baixo ficou um pouco mais tímido quando poderia ser mais presente, porém não foi um problema muito grande.

Embora eu tenha gostado bastante do som do AirPods Max, ele não entrega nada muito diferente do Sony WH-1000XM4, o qual também possui um som de altíssima qualidade e é referência quando o assunto é headphone Bluetooth.

Com relação ao microfone, não há muito o que dizer. Por não ser cabeado, há uma supressão natural na captação do áudio, porém nada muito agressivo. Você vai conseguir fazer uma ligação com qualidade, mas não espere nada além disso.

Cancelamento de ruído e modo ambiente

Contando com oito microfones embutidos para fazer a identificação e a neutralização dos ruídos, a tecnologia de cancelamento de ruído do AirPods Max é excelente — arrisco dizer que foi a melhor que já usei.

Infelizmente, não pude testá-lo durante uma viagem de ônibus, que tem barulhos muito constantes, mas numa avenida movimentada da zona norte de São Paulo o headphone se saiu muito bem, isolando sons de veículos quase por completo.

O fone também consegue neutralizar algumas conversas no ambiente, porém elas não somem completamente. Em casa, no entanto, a sensação é de estar num vácuo, pois ele abafa muito bem qualquer ruído, desde que não seja muito agudo.

Outro recurso que me impressionou foi o modo ambiente. Ele faz basicamente o inverso do cancelamento de ruído, para você conseguir ouvir mais o que está ao seu redor.

Nesse modo, os oito microfones conseguem transmitir sons do ambiente e vozes com muita nitidez e nada soa artificial, como acontece no concorrente da Sony — eu até me senti como se estivesse usando algum aparelho para auditivo para ouvir melhor de tão bom.

Bateria e carregamento

A Apple promete 20 horas de uso com apenas uma recarga tanto com os modos de cancelamento de ruído e ambiente ativados, quanto com o áudio espacial ligado.

Nos meus testes, consegui passar cerca de uma semana com AirPods Max usando-o moderadamente, com três horas diárias.

A Smart Case, nesse caso, ajudou um pouco na autonomia porque é ela quem deixa o AirPods Max no modo repouso, já que ele não desliga. Talvez se a Apple tivesse colocado um botão de energia o headphone durasse mais tempo longe da tomada.

Por falar em tomada, o headphone da Maçã não vem com carregador na caixa, apenas o cabo Lightning com ponta USB-C. Uma recarga de cinco minutos permite cerca de uma hora de meia de áudio.

Concorrentes diretos

O AirPods Max é um headphone Bluetooth premium com muitos atrativos para quem é usuário da Apple. Seu preço sugerido de R$ 6.899, no entanto, pode ser um empecilho para muitos consumidores.

Portanto, se você não se importar em abdicar da ótima integração o iPhone, posso citar como ótimas alternativas ao AirPods Max, como o Sony WH-1000XM4 e o Sennheiser PXC 550-II.

O modelo da Sony é referência quando o assunto é fone de ouvido over-ear — aqueles que ficam sob as orelhas. Ele não perde em quase nada para o AirPods Max em qualidade sonora, além de oferecer um cancelamento de ruído excelente.

A bateria dele também é melhor, cerca de 30 horas, contra apenas 20 horas do headphone da Apple. E o preço é mais convidativo, podendo custar R$ 2.300 em alguns varejistas nacionais.

Já o headphone da Sennheiser se destaca pela alta fidelidade sonora, além da boa integração com outros assistentes pessoais, bateria de longa duração e confortabilidade em longos períodos.

Seu preço também é outro atrativo considerando o do AirPods Max: cerca de R$ 2.200, duas vezes menor que o rival da Apple.

Vale a pena comprar o AirPods Max?

Não. É muito difícil recomendar o AirPods Max mesmo para quem é fã da Apple. O headphone tem uma boa construção, porém seu projeto de design é problemático e um pouco desconfortável em longos períodos.

Ele também deixa muito a desejar em características que poderiam justificar seu preço de quase R$ 7.000. Não tem proteção contra respingos d'água e ainda passa uma sensação de fragilidade por conta do tecido na parte superior da alça e da falta de uma case de proteção.

A ausência de um botão de energia e a inutilidade da Smart Case também são inaceitáveis para um headphone tão caro. Ele não desliga nunca, fazendo com que a bateria dele não seja das melhores do segmento.

Para não dizer que não gostei de nenhum ponto do AirPods Max, o som é excelente para os meus ouvidos, e os modos de cancelamento de ruído e transparência são uns dos melhores que já usei.

Mas é claro que só isso não é o suficiente para justificar seu alto preço, mesmo para os padrões premium. Os modelos concorrentes entregam bem mais conforto, qualidade sonora similar e cancelamento de ruído custando bem menos.

E aí, após ler o que achei do AirPods Max, ainda pensa em comprá-lo? Então fique atento no Canaltech Ofertas, que aparece sempre algumas promoções do produto!