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Análise | Lenovo Legion Y530 com GeForce GTX 1060 entrega desempenho de sobra

Por| 31 de Julho de 2019 às 21h00

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Sergio Oliveira
Sergio Oliveira

O segmento de computadores gamers é a nova coqueluche das fabricantes de PCs para aumentar seus números de vendas e garantir resultados financeiros mais polpudos. E isso tem uma explicação bem simples: o público gamer é exigente e sempre está em busca de equipamentos de última geração, que chegam às prateleiras custando cifras bem acima daqueles que usamos no dia a dia e no escritório.

Por isso é cada vez mais comum vermos marcas tradicionais apostando nesse setor, muitas vezes criando até mesmo braços independentes para se especializar no assunto. É o que vem fazendo a tradicional Lenovo, maior fabricante de computadores pessoais do mundo, que hoje conta com a marca Legion de notebooks gamers e duas linhas distintas: a Y530, de entrada, e a Y720, intermediária.

Falando especificamente da linha Y530, ela conta com dois modelos distintos à venda no Brasil. São eles:

  • Legion Y530 81GT: GeForce GTX 1050 com 4 GB de memória GDDR5, Intel Core i5-8300H, 8 GB de RAM e 1 TB de HDD (5400 RPM)
  • Legion Y530 81M: GeForce GTX 1060 com 6 GB de memória GDDR5, Intel Core i7-8750H, 16 GB de RAM, 1 TB de HDD (7200 RPM) e 128 GB de SSD PCIe
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Recentemente o Canaltech teve a oportunidade de analisar o modelo mais básico desses dois, destacando o desempenho acima da média em tarefas do dia a dia e criticando a performance apenas aceitável na execução de jogos mais recentes. Também pegou mal o preço cobrado pelo aparelho, bem acima do de propostas semelhantes disponíveis no mercado.

Agora, entretanto, é hora de dar uma olhada na versão mais robusta desta linha de entrada e conferir se a adição de uma GeForce GTX 1060 e um Core i7-8750H realmente faz diferença e vale a pena perante os quase R$ 2 mil a mais que é preciso desembolsar pela máquina.

Design

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Estaticamente falando, este modelo mais robusto do Legion Y530 não difere em nada de sua contraparte mais básica. Por fora, eles são idênticos, sem qualquer traço que os distinga um do outro.

Isso significa que temos em mãos um notebook de visual muito curioso e que em nada lembra um produto voltado para o público gamer. Em vez dos LEDs piscando e toda sorte de recurso para chamar a atenção do usuário, o que temos é um equipamento que lembra bastante qualquer outro da linha ThinkPad ou até mesmo aquelas workstations corporativas.

Se por um lado o visual quadradão e com linhas bastante conservadoras não passa aquela ideia de "requinte" que todo produto gamer tenta, ele dá uma sensação de robustez e maior durabilidade ao computador da Lenovo. Mas não se engane: apesar disso, o chassi é todo fabricado em plástico — de um tipo bem duro, é verdade —, contando com pintura fosca e apoio para os punhos levemente emborrachado. De detalhe mesmo só duas coisas chamam a atenção: a tampa, que vem com uma textura de sulco e o símbolo iluminado "Legion", e o teclado retroiluminado, com três tons distintos de branco.

Também se repetem neste modelo com GTX 1060 e Core i7 as características boas e ruins que observamos na análise do modelo mais básico. O display, de 15 polegadas, é uma grata surpresa no Legion Y530: ele vem montado numa estrutura praticamente sem bordas, o que ajuda a reduzir as proporções do notebook — ele tem o tamanho de um de 14 polegadas que não se preocupa tanto com esse tipo de coisa. O lado negativo disso é que a Lenovo teve de sacrificar a posição onde a webcam fica instalada: em vez de vir na parte superior, ela foi colocada na parte inferior, junto da logomarca "Legion". Por conta disso, o acessório é praticamente inútil, não conseguindo capturar o rosto do usuário, mas sim a barriga e, no máximo, o peito e o queixo.

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Voltando a falar de coisa boa, o teclado é outro ponto forte do Y530. Ao contrário do que vemos na maioria dos notebooks da atualidade (não apenas os gamers), as teclas do Legion são grandes e bem distribuídas, aproveitando tão bem o espaço que o teclado numérico não conflita com as teclas de seta, de ENTER nem de acentuação. Graças a isso, ele é confortável e serve tanto para jogar quanto para longas jornadas de trabalho, não deixando a desejar em nenhum aspecto.

Talvez um efeito colateral desse teclado bem planejado, o Legion Y530 sofre com um touchpad pequenino. Para piorar a situação, os dois botões que o acompanham são duros e barulhentos, o que acaba comprometendo a produtividade de quem também vai usar o notebook para tarefas do dia-a-dia e impede qualquer tentativa de jogar usando o touchpad. Para corrigir esse problema bastaria abdicar dos botões físicos e apostar numa área de toque maior e mais macia, com os cliques direito e esquerdo embutidos sob a estrutura do componente.

Observando o que resta no exterior deste Legion Y530 com GTX 1060 e Core i7-8750H, percebemos que nada muda em matéria de conectividade. Do lado esquerdo do notebook temos apenas uma entrada USB 3.1 e um jack de áudio e microfone; do direito, mais uma entrada USB 3.1. E onde estão o restante das entradas? Na parte de trás. Sim, a Lenovo foi conservadora até nesse aspecto e levou a maioria das portas deste notebook gamer para a traseira. Ali temos uma porta USB-C, outra mini DisplayPort, mais uma USB 3.1, uma saída HDMI, uma entrada Ethernet Gigabyte 100/1000, entrada para alimentação e trava de segurança Kensington. Essa é uma escolha vai agradar uma parte dos usuários e desagradar outra: os que defendem a ideia alegam que assim fica melhor de organizar os cabos, sem tê-los passando de um lado para o outro; já os que torcem o nariz dizem que é incômodo plugar qualquer coisa depois que as portas laterais estão todas preenchidas, exigindo baixar a tampa para ver exatamente onde aquele cabo deve ir.

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Apesar dessa escolha controversa, outra chama bastante atenção: a Lenovo decidiu colocar um "rabinho" no Legion Y530. Se você observar bem, a carcaça do notebook não acaba na dobradiça da tela, estendendo-se por mais alguns centímetros. Esse espaço a mais foi utilizado pela fabricante justamente para instalar as ventoinhas, de maneira a garantir uma maior circulação do ar e, consequentemente, maior eficiência do sistema de arrefecimento como um todo.

Virando o notebook de ponta cabeça, observamos na parte inferior que a Lenovo não facilitou a vida de quem planeja atualizar o sistema de armazenamento nem a memória RAM. Atualmente, muitos equipamentos vêm com aberturas que facilitam o acesso a disco rígido, SSD e pentes de memória, exigindo, no máximo, a remoção de um parafuso. Isso não acontece no Legion Y530, que conta com 11 parafusos fixando a tampa inferior ao restante da carcaça. Se o seu objetivo for atualizar a memória RAM, ainda há um outro obstáculo no caminho: os pentes são protegidos por uma armação de metal que exige remoção meticulosa. Trabalhoso, né?

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Especificações

Pronto, já demos uma olhada na parte externa desta versão do Legion Y530 e vimos que ele não apresenta qualquer diferença em relação a seu irmão mais modesto. Contudo, como a ficha técnica que abriu esta análise entregou, as coisas são bem diferentes na parte de dentro.

Vamos começar falando do componente mais importante em um notebook gamer: a GPU. No modelo anterior, este foi um item bastante criticado, sobretudo por não estar alinhado com o restante do conjunto. Tudo bem, tínhamos em mãos uma máquina de entrada, feita para atender um público que não tem tanto cacife assim para investir num equipamento tão robusto. Mesmo assim, a sensação foi de que a Lenovo se preocupou apenas em manter o equipamento dentro de um teto orçamentário, não importando se isso comprometeria o desempenho dele ou não. Felizmente, neste novo modelo esse tipo de problema não acontece e as escolhas da Lenovo realmente condizem com a proposta de um notebook gamer intermediário.

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Aqui, uma fraca GeForce GTX 1050 sai de cena e dá espaço a uma GeForce GTX 1060. Anunciada em agosto de 2016, essa GPU chegou ao mercado para equipar laptops de topo de linha naquela época. Hoje, ela ainda se apresenta como uma opção forte, muito competente e com um custo-benefício muito, mas muito interessante. Ao todo, são 6 GB de memória GDDR5 e 1280 unidades de shader, a mesma quantidade da versão que equipa desktops. A velocidade, entretanto, é um pouquinho menor que a contraparte que vai instalada em um gabinete, chegando a até 1607 MHz contra 1708 MHz. Mesmo assim, essa placa de vídeo oferece suporte a HDR e empurra até 8 Gbps — 1 Gbps a mais que a GTX 1050 que equipa o Y530 basicão.

O chipset desta versão do Legion Y530 também recebeu um tapa significativo. A Lenovo deixou de lado um Intel Core i5-8300H competente, mas que não casava com a GTX 1050 no modelo anterior, e instalou um Core i7-8750H, que se dá muito, mas muito bem com a GTX 1060. Aqui, temos um componente que conta com seis núcleos físicos de processamento capazes de simular até 12 cores lógicos com o Hyper-Threading ativado. O clock base é de 2,2 GHz, mas este Core i7 pode alcançar até 4,1 GHz com um overclock bem feito.

Graças a isso, o chipset apresenta desempenho 50% superior em relação a modelos high-end de quatro núcleos da geração Kaby Lake, como o i7-7820HQ. Dentro de sua família, o Core i7-8750H usado pela Lenovo fica entre o topo de linha i7-8850H e o Core i7-8559U, considerado um high-end de entrada da geração Coffee Lake.

Completando a tríade dos componentes mais importantes, vamos falar de memória RAM. Nesta versão atualizada, o Legion Y530 vem equipado com 16 GB de RAM distribuídos em dois pentes Ramaxel de 8 GB DDR4 rodando a 2.666 MHz. Apesar da marca não soar familiar a ninguém, ela é a segunda maior fabricante de memórias RAM do mundo e, pelo menos no equipamento que o Canaltech recebeu, utiliza chips da Micron. E olha, essa quantidade de memória RAM deu e sobrou em todos os testes realizados por aqui, independentemente de estarmos rodando trocentos programas ao mesmo tempo ou um jogo mais pesado.

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Falando sobre os demais componentes, esta máquina vem com um display Full HD IPS antirreflexo de 15,6 polegadas fabricado pela Boehydis e que entrega os mesmos 141 ppi do display da AU Optronics do modelo mais basicão. Outra semelhança é que não há qualquer requifife nem perfumaria aqui, com a tela entregando o básico, com bom contraste e brilho de até 266 nits.

Os alto-falantes são certificados pela Harman Kardon, mas não espere por qualquer milagre só por conta disso. Eles são bem básicos, têm uma assinatura sonora que favorece levemente os graves e preenchem bem ambientes pequenos e silenciosos. Embora não sirvam para jogos competitivos nem FPS, são uma opção a ser considerada em jogos mais casuais que não exigem precisão sonora, livrando os ouvidos do headset por alguns instantes.

Uma bateria de três células, 57 Wh e capacidade de 4850 mAh é a responsável por alimentar o equipamento quando ele não está conectado à tomada. Já em matéria de conectividade sem fio temos aqui suporte ao padrão Wi-Fi 802.11 ac e Bluetooth 4.2.

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Finalmente, o armazenamento recebeu uma atualização mais do que bem-vinda. Antes tínhamos um disco rígido Western Digital de 1 TB e 5.400 RPM que não só era lento como comprometia o funcionamento do sistema como um todo. Neste novo Legion Y530 isso não acontece mais: ele conta com um SSD básico de 128 GB fabricado pela Union Memory e um disco rígido Seagate Barracuda Pro de 1 TB e 7.200 RPM. E olha, só essa mudança causa um impacto extremamente positivo e importante no desempenho do conjunto.

Falando nisso...

Desempenho

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Como você deve ter percebido, esta versão do Legion Y530 traz componentes muito mais bem pensados e mais alinhados com a proposta do equipamento como um todo. Diferentemente do primeiro modelo da linha que analisamos aqui no Canaltech, que mais parecia um Ultrabook capaz de rodar jogos, este novo modelo com GeForce GTX 1060, Core i7-8750H, 16 GB de RAM e armazenamento híbrido é verdadeiramente um notebook gamer — e dos mais competentes em sua categoria.

Essa sensação é notada desde o primeiro boot do equipamento, que carrega o Windows 10 e fica pronto para uso em menos de 25 segundos. Mas isso é o mínimo, e submetemos o equipamento da Lenovo ao teste de fogo utilizando alguns softwares de benchmark renomados do mercado e alguns dos principais jogos lançados de 2016 para cá.

No primeiro deles, usamos o 3DMark Fire Strike para medir com precisão como a GPU trabalha em conjunto com a CPU executando testes de cálculo de física, processamento de partículas e, claro, renderização de gráficos. Ao todo, o conjunto marcou 10.182 pontos no benchmark, um resultado surpreendente sobretudo se levarmos em consideração que estamos falando de um equipamento de, no máximo, nível intermediário. Para efeito de comparação, esse valor é quase o dobro da pontuação obtida pela versão mais básica do Legion Y530, uma prova mais que suficiente de que a revisão das especificações fez muitíssimo bem ao notebook gamer da Lenovo.

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Ainda é possível comparar os dois modelos em dois outros critérios: a taxa máxima de quadros por segundo no Fire Strike e no Sky Diver, um teste mais brando voltado especificamente para notebooks gamers de entrada. No Fire Strike, o modelo mais básico alcançou uma taxa máxima de apenas 37 FPS, enquanto este daqui registrou 64 FPS. No Sky Diver essa diferença se repetiu: 247 FPS contra 288 FPS.

Ao menos em números, não há dúvidas de que o Legion Y530 com GTX 1060 e Core i7-8750H funciona na mais perfeita harmonia e consegue lidar com tudo que lhe é solicitado. Mas e num cenário mais realista, rodando um jogo de verdade? Como ele se sai? Para tirar a prova dos noves, executamos alguns testes de gameplay com alguns dos jogos mais recentes e exigentes do mercado. Quando o título possuía um teste de desempenho próprio, a medição foi feita por ele mesmo; quando não, foi utilizado o software da própria Nvidia para exibir a taxa de quadros por segundo ao longo de cerca de 30 minutos de gameplay, sempre observando a taxa média, os picos e as quedas.

O primeiro jogo que testamos foi Gears of War 4, título do Microsoft Studios lançado ainda em 2016, mesmo ano que a GeForce GTX 1060 chegou ao mercado. Naquela época, então, GoW 4 era considerado um jogo muito pesado e que exigia um equipamento topo de linha para rodar — justamente o perfil atendido pela GPU. E olha, ela dá conta do recado.

O primeiro teste foi executado com as configurações recomendadas pelo próprio jogo e baseadas nas especificações de hardware do Legion Y530. Os ajustes, então, foram definidos automaticamente para qualidade Alta, com tela cheia em 1920 x 1080 pixels e detalhes variando entre Ultra e Alta. Nessas condições, o benchmark disponibilizado pelo próprio jogo apontou que o notebook da Lenovo conseguiu rodar o título a uma taxa média de 60 FPS. Em jogo, não percebemos nenhum travamento grave, apenas pequenos trechos com uma levíssima queda de quadros, mas que não comprometeu de nenhuma maneira a experiência. Partículas de fogo e neblina, dois itens dos mais trabalhosos de se renderizar, não apresentaram qualquer problema.

No segundo teste, ajustamos manualmente as configurações de Gears of War 4 para o Ultra para vermos até que ponto o Legion Y530 segurava a onda. Surpreendentemente, a taxa de quadros se manteve estável em 60 FPS, embora a GPU tenha se mantido muito mais ocupada para garantir isso. Isso significa que nas configurações recomendadas a GPU tinha uma "folga" para lidar com alguns imprevistos, enquanto agora essa "folga" foi toda consumida e realocada para o processamento gráfico — ou seja, se alguma coisa sair do previsto, o jogo pode travar.

Partindo para um jogo mais recente, também executamos o teste de benchmark que vem com Forza Horizon 4. Tal qual Gears 4, ele também identifica automaticamente as melhores configurações de vídeo com base no hardware do usuário — para o Legion Y530, elas ficaram em Alta. A diferença é que o jogo de corrida em mundo aberto da Playground Games tem um recurso chamado otimização dinâmica. Quando ele está ativado, o game verifica a todo instante se o hardware está dando conta de tudo o que está acontecendo e, caso haja algum problema ou falte fôlego ao equipamento, realiza o ajuste automaticamente para compensar a queda de desempenho. Em todos os nossos testes, independentemente de essa funcionalidade estar ativada ou não, Forza Horizon 4 rodou muito bem e se manteve acima de 60 FPS — para falar a verdade, a média foi de 102,3 quadros por segundo, o que já garante uma excelente experiência em um jogo desse gênero.

Mesmo alternando paras as configurações Ultra, Forza Horizon 4 teve um desempenho acima da média no notebook gamer da Lenovo, cravando uma média de 78,6 FPS e nenhum engasgo comprometedor — tudo rodou lisinho e dentro dos conformes.

Se as coisas parecem fáceis demais até aqui, o próximo jogo da lista é Assassin's Creed Odyssey*, que sempre dá uma canseira nos notebooks que testamos no Canaltech. E olha, desta vez não foi diferente, não. O título de mundo aberto da Ubisoft exigiu bastante do Legion Y530 e mesmo na qualidade gráfica Muito Alta, definida automaticamente pelo jogo, a máquina deu uma titubeada.

Sem qualquer limitação de FPS, com VSync desabilitado e a qualidade adaptativa (equivalente à otimização dinâmica de Horizon 4) desligada, o jogo cravou uma média de 50 FPS, atingindo pico de 108 FPS e mínima de 12 FPS. Como é possível ver no gráfico do teste de benchmark, rolaram pelo menos oito momentos de queda acentuada de frame — todos quando a câmera abria mais e mostrava mais do mundo aberto do game. Apesar disso, Assassin's Creed Odyssey teve um bom desempenho na máquina; e mesmo para quem não estiver satisfeito, ainda há opção de reduzir um pouco as configurações para obter mais desempenho, ou até mesmo ativar a qualidade adaptativa

No segundo teste, definimos manualmente a qualidade gráfica para Altíssima para ver o quanto o Legion Y530 segurava o tranco. Obviamente a expectativa é de que ele se sairia pior — o que de fato aconteceu —, mas surpreendeu o fato de mesmo assim ainda ter superado o desempenho do Legion Y530 básico rodando na qualidade baixa.

Para fechar os testes com jogos, analisamos como o Legion Y530 lida com Resident Evil 2* e o badaladíssimo Fortnite.

Assim como todos os outros jogos, o título de survivor horror da Capcom definiu as configurações ideais automaticamente com base nas especificações do hardware: tela cheia em 1920 x 1080 pixels, qualidade de imagem 100%, taxa de quadros variável, texturas e filtros de textura altos, sombras médias, iluminação de partículas alta e todos os opcionais ativados. Na prática, isso se traduziu em um jogo rodando liso, sem qualquer travamento e a uma média de 60 FPS. Embora não seja a experiência com a qualidade mais elevada, ela chega muito próxima disso e satisfaz a esmagadora maioria dos jogadores.

Forçando um pouco mais o notebook da Lenovo e colocando Resident Evil 2 para rodar com as configurações máximas, o equipamento deu engasgadas de leve, sobretudo em momentos que exigiam maior processamento de partículas e com muitos inimigos em tela — nesse cenário, a taxa de quadros por segundo chegou a cair para 30 e o game apresentou dessincronização entre áudio e vídeo após um travamento.

Finalmente, o game sensação do gênero Battle Royale definiu que o Legion Y530 seguraria a onda rodando com todas as configurações no Ultra — e realmente segurou. Com as definições setadas desta forma e o V-Sync desabilitado, Fortnite rodou a 60 FPS cravados, não apresentando nenhum momento de queda de frame, nem qualquer travamento, numa experiência acima da média para quem está em busca apenas de diversão.

Quem preza por mais desempenho, mais quadros por segundo sendo exibidos na tela e visa o cenário competitivo, talvez queira reduzir a qualidade gráfica para favorecer isso. Nesse caso, reduzindo todas as definições gráficas para o mínimo possível, Fortnite rodou a até 240 FPS em tela cheia com 1920 x 1080 pixels de resolução no Legion Y530.

Depois de todo esse tour pelos jogos, dá para cravar que o Legion Y530 entrega muito bem aquilo que promete, passando a sensação de que é verdadeiramente um equipamento voltado para jogos e não um Ultrabook capaz de rodar um jogo aqui e outro acolá. Em todos os testes as configurações recomendadas foram acima da média, e mesmo nos jogos que não se saíram tão bem, ainda existia uma certa "folga" para fazer ajustes até obter uma experiência balanceada e de qualidade.

Além disso, é importante destacar aqui a diferença que faz um equipamento desses vir com pelo menos um sistema híbrido de armazenamento. Essa foi uma questão que rendeu muitas críticas ao Legion Y530 de entrada, que vinha com apenas um disco rígido de 5.400 RPM que acabava com qualquer esboço da máquina de ser rápida. Ao adotar um SSD, mesmo que apenas de 128 GB, este Legion Y530 já ganha bastante em velocidade e agrada aqueles que não aguentam ficar esperando por minutos até verem seu equipamento pronto para usar. E mesmo que os jogos e programas acabem sendo instalados no disco rígido mecânico, este difere do outro por operar a 7.200 RPM, que entrega uma velocidade muito mais aceitável que o modelo anterior.

Bateria e arrefecimento

Já sabemos como o Legion Y530 se comporta em seu habitat natural, mas como ele se sai quando está fora da tomada executando tarefas do dia a dia? Esse é um problema inerente à maioria dos notebooks gamers que chegam ao mercado e praticamente todo mundo reclama da pouca autonomia da bateria deles.

Porém, contrariando o senso comum, o equipamento da fabricante chinesa conta com uma bateria interessante e que oferece mais tempo longe da tomada até mesmo que seu irmão mais simples com Core i5. Em formato de "L", ela vem com 4.850 mAh de capacidade. Em nossos testes com o PCMark 8 no modo Office - Bateria, que simula a execução de tarefas cotidianas como navegar por alguns sites, digitar textos no Word e trabalhos simples com imagens, o componente de três células e 57 Wh segurou o notebook ligado por 5h41m antes de pedir arrego.

Como o teste foi executado com o modo de energia equilibrado e brilho do display em 50%, é possível estender ainda mais essa autonomia em situações específicas. Então, mesmo que você esteja comprando este notebook da Lenovo para jogar, pode ficar tranquilo que ele também poderá atendê-lo em cenários de viagem, falta de energia e qualquer outra quando não haja uma tomada fácil e disponível.

Outra característica que já havíamos elogiado nesta linha de notebooks se repete aqui neste modelo: o arrefecimento. A escolha da Lenovo de trabalhar com mais espaço dentro da carcaça para fazer o ar circular de maneira mais eficiente foi decisiva para manter esse equipamento operando numa boa.

Veja bem: temos aqui um notebook que apresenta praticamente o dobro do desempenho em relação ao seu irmão mais básico, que conta com componentes mais "parrudos" e o mesmíssimo sistema de arrefecimento com duas ventoinhas puxando ar de fora para jogá-lo dentro do sistema. Se você fizer as contas, deve chegar à conclusão que isso pode implicar num grande aumento de temperatura, certo? Errado! Todo esse ganho em desempenho só fez a temperatura da CPU aumentar de 88ºC para 91ºC, um valor inferior até mesmo a outros notebooks mais "modestos", por assim dizer, que já testamos por aqui.

A mesma proporção pôde ser observada na temperatura máxima em que a Nvidia GeForce GTX 1060 operou durante nossos testes de stress utilizando o BurnIn Test. No modelo mais básico, a GTX 1050 alcançou temperatura máxima de 67ºC, enquanto a GTX 1060 chegou a 70ºC. Apesar desse aumento, é coerente afirmar que ele está dentro de uma margem de segurança confortável e bem distante do valor que obtivemos testando um notebook da Acer, que bateu os 76ºC.

Vale a pena?

Chegou o momento de responder à pergunta que todo mundo veio aqui fazendo: vale a pena comprar este Lenovo Legion Y530 com GeForce GTX 1060 e Core i7-8750H?

Depois de dias testando o Legion Y530 a sensação que tivemos é de que a Lenovo não economizou na atualização dos componentes deste novo modelo e fez ele ser o notebook gamer que seu irmão mais básico não conseguiu ser. Aqui, a escolha das peças foi muito mais coerente e alinhada com a proposta do equipamento. Todas elas "conversam" muito bem entre si e o resultado disso é uma máquina coerente, que funciona sem gargalos e sem pedir arrego.

Em matéria de jogos, até mesmo os lançamentos mais recentes foram rodados com certa folga pelo notebook da chinesa, dando espaço para o usuário fazer ajustes para mais e para menos até encontrar a qualidade ideal. No dia a dia, ele também mostrou que trouxe muito mais que apenas o visual da linha ThinkPad, podendo ser usado no dia-a-dia como ferramenta de trabalho, segurando bem o tranco até mesmo longe da tomada. Em ambos os cenários o Legion Y530 não deixou a desejar em absolutamente nada, agradando em todos os aspectos.

O lado negativo é que isso vem a um custo. O Legion Y530 de entrada já não é um equipamento barato, e esse problema se torna ainda mais evidente neste modelo aqui. Por mais que tentemos destacar a competência da GPU, o fato de o chipset ser relativamente recente, de oitava geração, a enorme quantidade de memória RAM e o armazenamento híbrido, a etiqueta de R$ 7.100 na loja oficial da Lenovo pode acabar espantando quem tem um orçamento mais limitado.

Por outro lado, se dinheiro não for exatamente um problema e você conseguir absorver o impacto desse investimento, então pode ficar sossegado. Se você não é daqueles gamers que quer tudo de ponta e rodar tudo no máximo o tempo todo, então este notebook te dará uns bons três anos de sossego rodando tanto jogos de catálogo quanto lançamentos — embora em configurações mais modestas, mas sem engasgar. E se servir de acalento, é bom saber que ele apresenta o melhor custo-benefício do segmento intermediário, saindo mais em conta que o Dell G7 15, que conta com as mesmas especificações, mas com etiqueta de R$ 7.768.

*A análise do Lenovo Legion Y530 contou com a colaboração da Capcom, que nos forneceu uma cópia de Resident Evil 2 para PC, e da Nuuvem, maior loja de jogos digitais da América Latina, que nos enviou uma cópia de Assassin's Creed Odyssey para testarmos no PC. O game está à venda na plataforma.