Facebook cria Libra Networks, empresa de blockchain e pagamentos
Por Thaís Augusto | 17 de Maio de 2019 às 19h05
O Facebook está expandido seu negócio e investindo no mercado financeiro. A empresa confirmou nesta sexta-feira (17) a criação da Libra Networks, com foco em blockchain e pagamentos.
A Libra também trabalhará com análise de dados e investimentos, de acordo com o registro comercial da empresa em Genebra, na Suíça, onde está localizada. No documento, o Facebook aparece como acionista da companhia.
No início do mês, o Canaltech noticiou que o Facebook estava buscando parcerias para criar um serviço de pagamento baseado em criptomoedas chamado Libra. A empresa havia discutido o assunto com Visa e MasterCard para firmar parcerias e garantir que a moeda fosse aceita como meio de pagamento.
Naquele momento, o Facebook também queria investimentos totais de US$ 1 bilhão para conseguir sustentar o valor da moeda e protegê-la da volatilidade de criptomoedas.
Em 9 de maio, o Comitê Bancário do Senado dos Estados Unidos chegou a enviar uma carta aberta ao CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, perguntando como um novo sistema de pagamento baseado em criptomoedas se relacionava com preocupações legais, regulatórias, de privacidade e de proteção ao consumidor.
O Facebook está no centro de uma polêmica sobre o uso indevido de dados pessoais de usuários. Na semana passada, repercutiu um editorial escrito pelo co-fundador do Facebook, Chris Hughes, defendendo o desmembramento da empresa. A notícia foi recebida com apoio por candidatos democratas à Presidência dos Estados Unidos.
A Libra foi registrada em Genebra em 2 de maio para fornecer serviços financeiros e de tecnologia, além de desenvolver hardware e software relacionados. Até o momento, sabe-se que a Libra se concentrará em "investimentos, pagamentos, financiamento, gerenciamento de identidade, análise, big data, blockchain e outras tecnologias".
O Facebook ainda não comentou publicamente a criação da Libra Networks.
Atualmente, a empresa possui um sistema de pagamento nos Estados Unidos para que usuários possam transferir dinheiro pelo aplicativo de mensagens Messenger. O recurso também existia na Europa, mas foi descontinuado no mês passado. "Tomamos a decisão de concentrar nossos esforços em experiências que as pessoas consideram mais úteis", disse a empresa na época.
Fonte: Reuters