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Crise dos semicondutores escancara que produção está defasada, diz Bosch

Por  • Editado por Jones Oliveira | 

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Divulgação/Bosch Brasil
Divulgação/Bosch Brasil

A Bosch é a maior fornecedora global de peças automotivas e é uma das que mais sofre com a crise dos semicondutores, que assola não apenas o mercado de carros e veículos, mas também de eletrônicos. Segundo a gigante alemã, o cenário atual escancara que o modelo de produção desse componentes já não funciona mais e que a indústria como um todo precisará rever o abastecimento.

Em entrevista à CNBC, Harald Kroeger, membro do conselho de administração da Bosch, explicou que, devido ao aumento da demanda em diferentes setores, como videogames, eletrodomésticos e outros produtos, toda a cadeia de abastecimento de semicondutores foi afetada. Isso sem falar em episódios isolados de falhas em fábricas como a NXP Semiconductors, no Texas; e Renesas, no Japão. 

Kroeger também disse que antes dessa crise, sempre que o fornecimento de semicondutores passava por algum tipo de problema, ele era contornado de maneira mais discreta, já que as fábricas poderiam reduzir um pouco suas operações sem afetar as entregas finais. Mas, com o aumento abrupto de demanda de componentes em decorrência da pandemia da COVID-19 e o avanço tecnológico dos carros, tudo ficou mais complicado. 

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"Todo carro que fica mais tecnológico precisa de mais semicondutores. Os carros elétricos precisam de semicondutores muito poderosos e eficientes para obter mais autonomia de cada quilowatt-hora de bateria", disse Kroeger. A declaração, segundo especialistas, faz sentido. De acordo com François-Xavier Bouvignies, analista do UBS, um motor convencional usa US$ 80 em semicondutores, enquanto um carro elétrico usa US$ 550. 

Bosch se prepara para aumentar produção

Para tentar mudar um pouco esse cenário, a Bosch finalizou a construção de uma fábrica própria de semicondutores na cidade de Dresden, na região da Saxônia, na Alemanha. Com isso, a produção no local, que é um dos polos de fabricação desses componentes na Europa, deve aumentar consideravelmente. Hoje, são 70 mil funcionários, podendo chegar a 100 mil até 2030. 

Fonte: CNBC