Vendas de dispositivos vestíveis crescem 24% em relação ao 1º trimestre de 2020
Por Roseli Andrion | Editado por Claudio Yuge | 30 de Julho de 2021 às 16h20
Com 24,39% de crescimento em unidades e 2,18% em receita ano a ano na média, o mercado total de vestíveis teve bom desempenho no primeiro trimestre de 2021 em relação a 2020. Foram vendidas 964.037 unidades de dispositivos vestíveis — 615.721 fitbands e smartwatches e 348.316 fones de ouvido totalmente sem fio com conexão com a internet ou função inteligente. Em receita, eles arrecadaram, juntos, R$ 635.394.650: R$ 414.733.013 vieram de fitbands e smartwatches e R$ 220.661.637 de fones de ouvido sem fio integrados.
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Os dados são do estudo IDC Tracker Brazil Wearables Q12021. As altas foram, respectivamente, de 28% e 19% em relação ao mesmo período de 2020. Os números mostram, entretanto, que mais da metade (397.936) das pulseiras e relógios inteligentes foi adquirida no mercado cinza. Os consumidores de fones de ouvido sem fio integrados recorreram menos ao comércio não oficial: 161.990 das 348.316 unidades comercializadas vêm do grey market.
A representatividade dos dispositivos vestíveis no mercado cinza está próxima do mercado oficial. “Isso é bem preocupante, tanto do ponto de vista da indústria quanto do varejo legal e do usuário. Não se trata apenas de comprar produtos que entraram no país ilegalmente: há muitos itens falsificados e de qualidade duvidosa, que comprometem a credibilidade da tecnologia e a segurança das informações do usuário", diz Renato Murari de Meireles, analista de pesquisa e consultoria em Consumer Devices da IDC Brasil.
Meireles aponta que os números refletem o cenário, marcado pela piora da pandemia, pelo fechamento das lojas e pelo fim do auxílio emergencial. "As vendas no segundo semestre de 2020 foram muito boas e é até natural que haja uma desaceleração”, avalia. Por outro lado, o mercado oficial de fones de ouvido cresceu 64% em relação ao 1º trimestre de 2020 graças aos lançamentos e à continuidade do home office e do ensino remoto.
Queda nos preços
No período, o preço médio dos vestíveis caiu. "Há várias iniciativas dos fabricantes, novos entrantes e maior competitividade. Tudo isso facilita a popularização da categoria e, consequentemente, a queda de preços", explica Meireles. Nos três primeiros meses de 2021, o tíquete médio de fitbands e smartwatches foi de R$ 1.269,37 no mercado oficial e de R$ 347,49 no cinza. Já os fones de ouvido totalmente sem fio tiveram tíquetes de R$ 867,38 e R$ 364,50.
Até 2024, a expectativa da IDC Brasil aponta para crescimento anual de dois dígitos. "A pandemia colocou a saúde e a boa forma na prioridade de muitos consumidores. Isso aumentou a adoção de vestíveis e esse comportamento deve crescer", prevê Meireles.