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Trabalho remoto segue em alta mesmo após a pandemia, diz pesquisa

Por| Editado por Claudio Yuge | 16 de Novembro de 2022 às 12h00

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EKATERINA BOLOVTSOVA/Pexels
EKATERINA BOLOVTSOVA/Pexels

O modelo de trabalho remoto foi difundido durante o período de isolamento pessoal em 2020, no auge da pandemia de covid-19. Apesar de ser uma medida emergencial, a modalidade foi aderida com sucesso e, mesmo após a reabertura do mercado, continua crescendo. Após dois anos de rotina em casa, porém, algumas empresas decidiram exigir a volta aos escritórios.

A Revelo, plataforma de recrutamento, divulgou os dados da Pesquisa de Trabalho Remoto 2022, em que 537 profissionais e 35 empresas foram entrevistadas. No estudo, foi avaliado o que os profissionais de tecnologia pensam sobre voltar a trabalhar presencialmente, quais as vantagens e desvantagens de cada modalidade e como as empresas enxergam a situação.

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Brasileiros preferem o home office

Os dados da pesquisa de 2021 apontavam que as empresas queriam voltar ao escritório, mas nem todos os funcionários concordavam com a decisão. Dentre os fatores que fazem os brasileiros preferir o modelo remoto, estão: flexibilidade, conforto e a diminuição do tempo perdido em transporte — de maneira que muitas pessoas ganharam mais qualidade de vida exercendo as suas funções em casa.

Do ponto de vista das empresas, em parte o home office foi responsável por descentralizar talentos das grandes capitais, facilitando a obtenção de mão de obra qualificada no setor tecnológico — que está cada vez mais concorrido. Além disso, foi possível reduzir custos de operações, principalmente com infraestrutura e aluguéis.

O trabalho remoto, porém, tem suas desvantagens. Para os profissionais, envolve desde falta de infraestrutura em casa até problemas com produtividade e solidão. Já para as empresas, os fatores de maior preocupação estão relacionados a baixo engajamento, problemas de comunicação e distrações.

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Confira os principais percepções que a pesquisa revela sobre os dados de 2022 em comparação com o ano passado, a seguir;

59,8% dos entrevistados não mora na cidade em que trabalha

Dentre os 537 entrevistados, o maior percentual de participação foi de Desenvolvedores, com 74,9% do total, seguidos por Analistas de Dados, Designers, Gerentes de Produtos, entre outros. A maioria dos profissionais tem idade entre 25 a 34 anos (44,3%), seguida por 35 a 44 anos (29,1%), 19 a 24 anos (13,8%) e 45 a 54 anos (9,3%).

A pesquisa aponta que 59,8% dos entrevistados não mora na cidade em que sua empresa possui escritório ou sede, contra 40,2% que sim. O número em 2022 é 12,3% maior que o de profissionais que afirmam morar em outras cidades no ano passado — demonstrando o crescimento modelo de trabalho remoto, mesmo após a reabertura do mercado.

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Conforme já foi dito, o modelo remoto permite uma maior amplitude geográfica na busca e contratação de profissionais da área. Segundo o Relatório de Profissionais de Tecnologia do Brasil, também desenvolvido pela Revelo, cresceu a distribuição geográfica de desenvolvedores de 2020 para 2021. Houve uma queda de 17,7% no número de desenvolvedores residentes no sudeste, porém aumentos que vão de 50% a 42% nas outras regiões do país.

Trabalho remoto cresceu na pandemia, mas se manteve em alta mesmo após a reabertura do mercado

Dados da pesquisa apontam que, durante a pandemia, 83,6% das pessoas trabalhavam em home office, com 9,3% em modelo híbrido e 7,1% no presencial. Os números apontam um crescimento de 434% nos profissionais em trabalho remoto neste período.

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Já os dados atuais apontam que o cenário não teve grandes alterações, com destaque para o regime híbrido que subiu para 16,4% — equivalente a um crescimento de 80%. Os profissionais de tecnologia que trabalham à distância permanecem como maioria (73,4%), enquanto o regime presencial continua sendo o com menor aderência (10,2%).

Quando questionados sobre o seu modelo de trabalho preferido, 83,4% dos entrevistados afirmaram ser o modelo de trabalho remoto. Outros 16,2% responderam ser o regime híbrido e apenas 0,4% disseram preferir o presencial. A maioria também afirmou que preferiria mudar de emprego caso sua empresa exigisse à volta aos escritórios (79,1%) e que negariam uma proposta de emprego nova que fosse no modelo em pessoa (59,6%).

Integração com colegas de trabalho é a principal razão para escolher o modelo presencial

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A pesquisa aponta uma variedade maior nos fatores que fazem os profissionais a preferirem o home office. O top 5 inclui: economia de tempo em deslocamento (25,7%), flexibilidade no dia a dia (21,4%), possibilidade de realizar suas atividades em lugares e cidades diferentes (21,4%), ambiente favorável para concentração e foco (11,5%) e ter mais tempo com a família (11,2%). Em 2021, a perda de tempo no trânsito era o principal motivo com 72% das respostas.

Os funcionários, porém, possuem algumas ressalvas ao trabalho remoto que incluem o distanciamento físico com outras pessoas (26,4%) e, consequentemente, a falta de conexões mais “leves” e tomar um “cafezinho” (23,3%) com os colegas de profissão. Em seguida, estão a dificuldade de se desligar 100% do trabalho (12,1%), além de trabalhar horas extras (11,7%).

De acordo com os entrevistados, a principal vantagem do trabalho presencial é a interação com os colegas no escritório (65,9%). Outros 9,1% citam a estrutura e equipamentos, como as mesas, cadeiras e computadores, que contribuem para o dia a dia das atividades. A pesquisa ainda destaca: as festas e happy hour com os colegas, além de um espaço agradável para trabalhar. O principal ponto negativo do modelo está relacionado a horários inflexíveis (46,7%).

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Vagas 100% presenciais são escolha da diretoria

Atualmente a maioria das empresas adota os métodos de trabalho remoto (50%) e híbrido (47,5%), com apenas 2,5% dos entrevistados trabalhando presencialmente. A pesquisa questionou as empresas sobre qual era o fator decisivo para manter o regime presencial e a maioria das respostas apontou ser uma preferência da diretoria. Os entrevistados dessa modalidade também afirmaram que considerariam demitir um colaborador caso ele se recusasse a voltar a trabalhar no escritório da empresa.

Os entrevistados ainda apontaram que as maiores dificuldades para contratar profissionais para trabalhar presencialmente ou de forma híbrida, são: a desistência de candidatos (42,1%), escassez de profissionais (26,3%), tempo gasto em trânsito (15,3%) e alta pretensão salarial (10,5%).

Rendimento é mais satisfatório no trabalho remoto

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Apesar de as mudanças no mercado de trabalho, o modelo de trabalho remoto é uma tendência que veio para ficar e o modelo preferido, principalmente entre os profissionais de tecnologia. A pesquisa solicitou que os entrevistados atribuíssem uma nota de 0 a 5 ao rendimento nos modelos de trabalho, em que 0 é igual a “muito ruim” e 5 significa “muito bom”. O trabalho remoto recebeu a maior quantidade de pontuações “5”.

O modelo híbrido tem destaque, principalmente para empresas que possuem obrigatoriedades presenciais, assim como oferecem a possibilidade de melhorar as interações interpessoais entre os colegas de trabalho. No entanto, o modelo remoto ainda tende a ser o principal, visto que 62,5% dos entrevistados assumiram que pretendem abrir mais de 6 vagas em home office.