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Startups amargam crise com queda de 62% em investimento no capital de risco

Por| Editado por Claudio Yuge | 29 de Julho de 2022 às 20h20

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unsplash/Annie Spratt
unsplash/Annie Spratt

A crise econômica que atinge o mundo pós-pandemia abala a confiança do investidor. A alta da inflação e o aumento de juros geram no mercado um cenário de forte volatilidade e deixa uma sensação de incerteza quanto a uma possível recuperação de curto prazo. Isso tem impactado diretamente o setor de startups, devido à diminuição do interesse em investimentos de riscos.

O capital de risco (ou venture capital), é um tipo de investimento realizados em empresas novas de pequeno a médio porte, principalmente startups. Essa categoria de empreendimento é extremamente arriscada, mas quando acertada possui grande potencial de crescimento e retorno financeiro.

A intenção dos investidores que se arriscam no venture capital é desenvolver o negócio de olho em uma futura venda ou abertura na bolsa de valores, ocasiões em que acontecem o retorno das aplicações.

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Por ser uma modalidade de investimento mais arriscada, em cenários de crise econômica o venture capital é deixado de lado. Isso pode ser confirmado com os dados revelados em uma pesquisa realizada pela KPMG e pela Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (ABVCAP), entre abril e junho, o setor movimentou R$ 5,2 bilhões — uma queda de 62% em relação ao mesmo período do ano passado.

A redução na captação de recursos prejudica o setor de startups e exige ações mais duras dos gestores. Demissões em massa das empresas é indicação de que a crise econômica atingiu o segmento com bastante força. Desde abril empresas como a Ebanx, Facily, Olist e QuintoAndar iniciaram uma onda de demissões, com algumas ultrapassando mais de 300 cortes; neste ano mais de 2 mil profissionais que trabalhavam em startups perderam seus empregos.

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Venture capital em queda, private equity em alta

Mesma pesquisa que revelou crise no segmento de venture capital, mostra que o setor de private equity está em alta, com mais de R$ 16 bilhões, um crescimento superior a 600%. “O fluxo de investimento em private equity caiu drasticamente nos últimos anos”, disse Piero Minardi, sócio da Warburg Pincus e presidente da ABVCAP. “Agora, está voltando a subir de novo”.

Se formos considerar os números apenas do segundo trimestre de 2022, o resultado é ainda melhor. O investimento em private equity no período foi de R$ 11,3 bilhões, uma alta de 2,7% em relação aos meses de janeiro a março.