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Pavel Durov diz que Telegram não é "paraíso anárquico" e inicia mudanças no app

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Reprodução/TechCrunch
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O CEO do Telegram, Pavel Durov, se pronunciou após quatro dias de prisão na França. Nesta quinta-feira (5), o fundador disse que a plataforma não é “uma espécie de paraíso anárquico”, mas reconheceu que o crescimento rápido facilitou o abuso do mensageiro e se comprometeu em fazer melhorias para conter as arbitrariedades.

A fala aconteceu em um canal do executivo, hospedado no próprio Telegram. No comunicado, Durov destacou que a plataforma está comprometida com reguladores para encontrar o “equilíbrio certo” entre a privacidade e a segurança. 

“Defendemos nossos princípios: nossa experiência é moldada por nossa missão de proteger nossos usuários em regimes autoritários. Mas sempre estivemos abertos ao diálogo”, observa. “Às vezes, não conseguimos concordar com o regulador de um país sobre o equilíbrio certo entre privacidade e segurança. Nesses casos, estamos prontos para deixar aquele país.”

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Ele também pontuou que as “alegações” de que o Telegram é “uma espécie de paraíso anárquico” são “absolutamente falsas”, e mencionou a publicação de relatórios de transparência diários e parcerias com ONGs para processar solicitações urgentes com mais agilidade para justificar. Mas reconheceu que a rede não é perfeita e iniciou mudanças.

“O aumento abrupto na contagem de usuários do Telegram para 950 milhões causou dores de crescimento que tornaram mais fácil para criminosos abusarem de nossa plataforma. É por isso que estabeleci como meu objetivo pessoal garantir que melhoremos significativamente as coisas nesse sentido. Já iniciamos esse processo internamente, e compartilharei mais detalhes sobre nosso progresso com vocês muito em breve”, anuncia.

Prisão na França

O executivo comentou que foi interrogado por quatro dias após ser detido em Paris, na França. “Disseram-me que eu poderia ser pessoalmente responsável pelo uso ilegal do Telegram por outras pessoas, porque as autoridades francesas não receberam respostas do Telegram”, explica.

Diante do ocorrido, ele pontuou que o acontecimento “foi surpreendente”, uma vez que a rede social possui um representante oficial da União Europeia e que as autoridades francesas tinham várias maneiras de entrar em contato. “Como cidadão francês, eu era um convidado frequente no consulado francês em Dubai”, ressaltou.

Ele ainda defendeu que, caso um país esteja “insatisfeito” com um serviço de internet, o ideal seria abrir uma ação legal contra a própria plataforma.

No fim de agosto, a promotoria francesa revelou 12 acusações contra o CEO do Telegram. Confira:

  • Cumplicidade por “coordenar uma plataforma online com objetivo de permitir transações ilegais num grupo organizado”;
  • Recusa em comunicar informações e documentos necessários para operações de interceptação permitidas pela lei, mesmo após pedido das autoridades;
  • Cumplicidade na posse de imagens pornográficas de menores de idade;
  • Cumplicidade na distribuição, oferta ou disponibilidade de imagens pornográficas de menores em grupos organizados;
  • Cumplicidade na aquisição, transporte, posse, oferta ou venda de substâncias narcóticas;
  • Cumplicidade por fraudes organizadas;
  • Associação criminosa com vista à prática de crime com punição de 5 ou mais anos de prisão;
  • Lavagem de dinheiro;
  • Prover ferramentas de criptografia para garantir confidencialidade sem declarações certificadas;
  • Prover ferramenta de criptografia sem declaração prévia;
  • Importar uma ferramenta de criptografia para garantir autenticação ou monitoramento de integridade sem declaração prévia.
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Durov foi liberado da custódia em 28 de agosto e, segundo a promotoria local, passará por “interrogatório inicial e possível indiciamento” na corte, como forma de seguir com as investigações.

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