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OpenAI acusa Elon Musk de querer controle total sobre a empresa

Por| Editado por Douglas Ciriaco | 06 de Março de 2024 às 09h46

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Duncan Hull/Wikimedia Commons
Duncan Hull/Wikimedia Commons
Elon Musk

A OpenAI rebateu as acusações de Elon Musk, que processou a criadora do ChatGPT sob acusação de quebra de contrato ao se tornar lucrativa, visto que a ideia da iniciativa seria a de não ter fins lucrativos. Com cópias de e-mails antigos, porém, a empresa nega todas as queixas do bilionário e ainda acusa Musk de querer o controle total do projeto e até sugerir fusão com a Tesla.

Resposta da OpenAI

A nota oficial é assinada pelo CEO Sam Altman e pelos cofundadores Greg Brockman, Ilya Sutskever, John Schulman e Wojciech Zaremba, que ainda continuam no projeto. A OpenAI tenta desfazer todas as acusações de Musk e menciona que o bilionário queria um investimento ainda maior na empresa, que pudesse chegar à marca de US$ 1 bilhão.

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Num dos e-mails, Musk diz que “cobriria qualquer um que não conseguisse prover”, mas a empresa revela que o dono da Tesla conseguiu fornecer pouco menos de US$ 45 milhões ao projeto, enquanto o restante juntou mais de US$ 90 milhões.

Tentativa de controle

Em seguida, a nota aborda o fato de que todos os cofundadores, incluindo Musk, concordaram que criar uma organização lucrativa seria necessária para juntar todos os fundos necessários no desenvolvimento de uma inteligência artificial geral (AGI)

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Porém, o atual dono do Twitter queria a mudança nos termos dele: em 2017, sugeriu que tivesse participação majoritária, controle do Conselho e ainda fosse CEO. O restante do grupo não queria que tanto poder ficasse nas mãos de uma só pessoa e ainda acusa Musk de suspender o financiamento do projeto durante as negociações — Reid Hoffman teria atuado para cobrir os salários e custos operacionais enquanto isso.

Depois, o bilionário sul-africano sugeriu uma fusão do projeto com a Tesla, que funcionaria como uma fonte de dinheiro para competir com o Google. Por fim, Musk teria deixado a OpenAI dizendo que a probabilidade de sucesso era zero e tinha planos de criar uma alternativa à AGI na Tesla, ainda alegando que era necessário acumular bilhões de dólares por ano para fazer a ideia funcionar.

A última réplica veio com relação à ideia de manter o código aberto das tecnologias da iniciativa. Num dos e-mails, Ilya Sutskever reforçou que faria sentido deixar a tecnologia “menos aberta” enquanto estavam próximos à construção de uma AGI, e Musk concordou com uma das mensagens. 

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Entenda o caso

Elon Musk processou a OpenAI sob a acusação de o projeto ter “traído” a ideia inicial de ser uma organização sem fins lucrativos e de código aberto. No texto, o bilionário diz que a estrutura “foi substituída por um CEO puramente voltado para o lucro e um Conselho com conhecimento técnico inferior em políticas públicas de AGI e IA”. 

Além disso, o CEO da Tesla e da SpaceX ataca a parceria com a Microsoft, que mantém grandes investimentos no projeto, e alega que a iniciativa teria se transformado numa “subsidiária de código fechado” da Gigante de Redmond.

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O processo surgiu há poucos dias, mas a rusga já é de longa data, principalmente entre o dono da Tesla e o CEO Sam Altman. Musk foi um dos cofundadores da OpenAI e deixou o projeto em 2018 por discordâncias sobre a mudança para um projeto lucrativo (algumas parecem ter sido explicadas com os e-mails divulgados pela empresa).

Na época, o projeto era uma organização sem fins lucrativos voltada para criar uma AGI que beneficiasse a sociedade. No entanto, em 2019 a iniciativa mudou a sua estrutura e criou a OpenAI Inc, que funciona como uma subsidiária de lucro limitado.

O controle total do projeto ainda fica por conta do Conselho, composto por quatro integrantes, mas haveria uma alternativa para receber mais investimentos, como foi o que aconteceu com a Microsoft. Sam Altman foi colocado como CEO dessa e, apesar de turbulências no ano passado com uma demissão e readmissão, segue no cargo até hoje.