Microsoft compra 4% de participação na Bolsa de Londres por R$ 10,6 bilhões
Por Giovana Pignati | Editado por Claudio Yuge | 14 de Dezembro de 2022 às 21h40
Nesta segunda-feira (12), a Microsoft anunciou a compra de 4% de participação na Bolsa de Valores de Londres (LSEG, na sigla em inglês) por US$ 2 bilhões, o equivalente a cerca de R$ 10,6 bilhões. A transação deve ser concluída no primeiro trimestre de 2023. A aquisição é mais um demonstrativo do estreitamento na relação entre grandes empresas de tecnologia e companhias financeiras.
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A parceria estratégica ainda inclui um contrato comercial de dez anos para migrar a plataforma de dados da LSEG, e demais infraestruturas tecnológicas, para o Microsoft Cloud. Durante a vigência do contrato, a empresa financeira se comprometeu com um gasto mínimo em relação à nuvem, no valor total de £ 2,3 bilhões (R$ 15,1 bi).
Segundo a Microsoft, o foco nesse primeiro momento será o fornecimento de "interoperabilidade" entre o Workspace da Bolsa e o Microsoft Teams, Excel e Power Point, além de outros aplicativos e uma nova versão da plataforma da empresa financeira.
Em comunicado, a Microsoft disse que a união representa “um marco significativo para o futuro dos mercados financeiros e se baseia nos investimentos da Microsoft nos mercados de capitais e, de forma mais ampla, no setor de serviços financeiros”. Estima-se que a parceria deve gerar uma receita adicional de US$ 5 bilhões (R$ 26,5 bi) para a empresa na próxima década.
Relação entre empresas de tecnologia e financeiras
O crescimento das relações entre grandes empresas globais de tecnologia em nuvem, como Microsoft, Google, Amazon e IBM, com companhias financeiras e bolsas de valores, desperta a atenção de órgãos reguladores.
Em novembro de 2021, tanto o Google quanto a Amazon firmaram parcerias com bancos e instituições financeiras para mudar os sistemas de negociação para plataformas baseadas em nuvem. O Google investiu US$ 1 bilhão (R$ 5,3 bi) no CME Group e a Amazon fechou um acordo de muitos anos com a Nasdaq.
Segundo reporta o site Reuters, a preocupação dos reguladores se dá pelo excesso de confiança das empresas financeiras em poucos provedores de serviços de computação em nuvem, dado o potencial impacto no setor caso um desses provedores sofra problemas.
Recentemente a União Europeia aprovou uma lei que introduz salvaguardas para provedores de computação em nuvem em serviços financeiros. Em resposta, a Bolsa de Valores de Londres disse que o vínculo com a Microsoft é uma parceria para colher os benefícios do “preço baseado no consumo”, e não um acordo tradicional do setor de serviços de processamento de dados.
“Continuaremos a manter nossa estratégia multinuvem e a trabalhar com outros provedores”, disse David Schwimmer, presidente-executivo da LSEG.
Fonte: Reuters