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"Loucura" de Elon Musk faz ações da Tesla caírem 8%

Por| 17 de Agosto de 2018 às 20h50

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"Loucura" de Elon Musk faz ações da Tesla caírem 8%
"Loucura" de Elon Musk faz ações da Tesla caírem 8%
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Hoje definitivamente não foi um bom dia para a Tesla: as ações da empresa caíram mais de 8% só durante a manhã desta sexta (17), deixando os acionistas em pânico. Motivos para a queda não faltam, já que a empresa é alvo de uma investigação da Comissão de Segurança e Comércio dos Estados Unidos, mas tudo indica que dessa vez o responsável pelo problema é o próprio CEO da companhia.

No dia 7 de agosto, Elon Musk tuitou que estava considerando fechar o capital da Tesla em U$ 420 dólares por ação, e que já teria assegurado o capital para fazer isso acontecer. Mas, apesar do tuíte soar como uma decisão final, o tal “capital assegurado” não era assim tão seguro. Em uma carta enviada para os acionistas, Musk explica que teve uma reunião com representantes da Arábia Saudita para assegurar o capital necessário para a manobra, mas que, apesar de avançado, o acordo ainda não estava fechado. Isso acabou deixando-os com uma percepção ruim do modo como Musk estava conduzindo a empresa.

Essa percepção só piorou na noite de quinta (16), quando o New York Times publicou uma entrevista em que o CEO varia entre momentos de euforia e profunda tristeza, chegando até mesmo a verter lágrimas. Na entrevista, Musk admite que ele tem trabalhado cerca de 120 horas semanais para o crescimento da empresa, e que esse ritmo o está impedindo de passar tempo com os filhos. Alguns membros do conselho já estavam preocupados com a necessidade do executivo tomar comprimidos de Ambien para conseguir dormir, e alguns até já começavam a suspeitar de que ele começara a tomar drogas mais pesadas. Assim, é possível compreender por que a entrevista para o Times foi considerada não apenas (mais) um desastre de relações públicas, mas também como um sinal de insegurança no futuro da Tesla para os acionistas.

O plano de fechar o capital da empresa faz sentido, pois permitiria focar em objetivos futuros, sem se preocupar com os resultados financeiros de cada trimestre. Isso também eliminaria a possibilidade de manipulação das ações da empresa com vendas a descoberto, evitando que terceiros utilizassem o mercado para espalhar boatos que derrubariam o preço das ações para gerar lucro. Mas a necessidade do CEO anunciar a ideia pelo Twitter antes de finalizar qualquer acordo gerou mais problemas do que o esperado, já que o governo dos EUA o intimou para explicar de onde vem todo o capital para isso.

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O mais impressionante de toda essa história é que ela acontece justamente quando a empresa parece estar conseguindo resolver seus problemas. Os resultados do segundo trimestre mostraram que a Tesla não só atingiria seus objetivos de produção como ainda iria ultrapassar as projeções de lucro para o ano fiscal, e Musk até mesmo se desculpou para com os analistas e acionistas que ele havia tratado de maneira rude nos últimos meses. Tudo parecia se encaminhar para um segundo semestre tranquilo — até o fatídico tuíte de 7 de agosto. Além disso, o fato de um ex-funcionário também ter vindo a público denunciando um esquema de tráfico de drogas na empresa também não está ajudando em nada na imagem pública da companhia.

Esses fatores fizeram com que Kara Swisher, colunista do New York Times, ficasse em dúvida se Elon Musk havia enlouquecido. Provavelmente não, mas ele não tem se ajudado a convencer ninguém de que isso é verdade.

Fonte: Gizmodo