Smartphones atingirão a barreira dos R$ 10 mil, afirma IDC Brasil
Por Wellington Arruda | •
A última terça-feira (5) foi marcada pelo Dia Internacional da Internet Segura, relembrando a galera dos perigos na internet nos dias de hoje. E os últimos meses não foram nada tranquilizadores, mesmo. Mas, segundo as previsões da IDC Brasil, as soluções de segurança, que envolvem o uso de cloud e inteligência artificial, devem seguir avançando.
O estudo IDC Predictions Brasil 2019 calcula que, em 2019, soluções de segurança atingirão US$ 671 milhões no país, e que os MMS (Managed Security Services, ou Serviços Gerenciados de Segurança) ultrapassarão gastos de US$ 538 milhões, gerando competição entre provedores e operadoras.
A questão, discutida com CIOs entrevistados para o estudo, revela que os sistemas de segurança também devem implementar machine learning para facilitar processos, como o uso de chatbots com AI e sistemas antispam. Foi citado, inclusive, que o tema “segurança”, que antes ocupava posições entre as cinco primeiras nas listas de prioridades das empresas, se tornou prioridade no ano passado e neste ano.
Toda essa visão, claro, também afeta o mercado de dispositivos. No caso dos smartphones, tratando-se de segurança, o uso de tecnologias como chips independentes podem ser um atrativo para quem deseja se manter intacto. Por outro lado, dispositivos atuais que carregam tais soluções tendem a ter seus preços elevados.
A Apple, por exemplo, tem a tecnologia que costuma chamar de “Secure Enclave”, que está ligada à arquitetura do chip principal (como um minichip secundário) e “que foi desenvolvida para proteger os dados do código” e de biometria (ou seja, Touch ID e Face ID).
Já a Google tem o chip dedicado “Titan M”, que é “um chip de segurança de nível corporativo personalizado criado para o Pixel 3 para proteger seus dados”. Ele oferece segurança no bootloader, criptografia, mais segurança em transações e “é construído com resistência a ataques internos”, segundo a página de suporte da companhia. A companhia oferece atualizações recorrentes de segurança.
A Samsung também costuma atualizar seus dispositivos mensal e trimestralmente, mas com uma base de produtos muito maior do que Apple e Google. A companhia diz que a plataforma Knox “consiste na sobreposição de mecanismos de defesa e segurança que protegem contra invasões, malwares e mais ameaças maliciosas˜.
Não que dispositivos mais baratos estejam desprotegidos. Neste caso, as soluções mais avançadas ficam para os que normalmente flutuam na faixa dos R$ 4 mil em épocas de lançamento.
A tendência dos R$ 10 mil
De acordo com o estudo da IDC Brasil, “lançamentos de smartphones atingirão a barreira dos R$ 10 mil”, com médias até 18% mais altas. E isso não está nada errado: o iPhone XS Max de 512 GB custa exatos R$ 9.999, e talvez a gente possa considerar isso como uma “meta” atingida. O primeiro smartphone de R$ 10 mil do Brasil, inclusive, foi lançado no final de 2018.
Já a Samsung, também em 2018, lançou a versão de 512 GB do Galaxy Note 9 por R$ 6.499. No caso do smartphone do próprio distribuidor do Android, que não comercializa nenhum deles no nosso país, a versão Pixel 3 XL com 128 GB pode ser encontrada por US$ 999 – que é exatamente uma espécie de “padrão” (ultrapassado, em partes) atingido nos EUA.
Foi divulgado também que o mercado de dispositivos (envolvendo smartphones, tablets, impressoras e outros eletrônicos) deverá representar 38% de todo o investimento em TI no Brasil em 2019, gerenciando cerca de US$ 24,5 bilhões.
No terceiro trimestre de 2018 (período de julho a setembro), 11,49 milhões de aparelhos (10,8 milhões de smartphones e 617 mil feature phones) foram comercializados por aqui. O período “travado” (-5,5% em relação ao mesmo período de 2017), por outro lado, revelou que a preferência dos consumidores se voltou a produtos que custa entre R$ 1.100 e R$ 1.999, registrando crescimento de 56% no comparativo ano a ano.
Outro dado interessante divulgado pela companhia sobre o Q3 2018 é que o ticket médio dos smartphones subiu 19,9% em comparação com o terceiro trimestre de 2017, atingindo R$ 1.340. Como motivação para os aumentos em determinadas áreas, novos recursos de câmera, processamento e displays maiores são citados.
Em 2019, muitas fabricantes já preparam lançamentos que devem abrigar tecnologias de reconhecimento facial e leitura biométrica, displays de maior tamanho com áreas separadas para as câmeras de selfie e até mesmo dispositivos “sem nada”, então é interessante ficar de olhos abertos.