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Governo Biden impõe novos limites aos fornecedores da Huawei

Por| 12 de Março de 2021 às 13h45

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Governo Biden impõe novos limites aos fornecedores da Huawei
Governo Biden impõe novos limites aos fornecedores da Huawei
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A saída de Donald Trump, definitivamente, não vai facilitar a vida da Huawei nos EUA. Isso porque a administração de Joe Biden alterou nesta semana as licenças das empresas que vendem para a fabricante chinesa. Dessa forma, ficou ainda mais restrito o número de empresas que podem fornecer itens a serem usados em dispositivos 5G. As informações são da agência de notícias Reuters.

As mudanças impostas pelo governo Biden podem interromper os contratos existentes das atuais fornecedoras com a Huawei, que foram acordados sob licenças anteriores. As ações mostram que o novo mandatário norte-americano está reforçando uma linha dura nas exportações para a Huawei, cujos equipamentos de telecom para construção de redes 5G foram incluídos em uma lista suja do Departamento de Comércio dos EUA por questões de segurança nacional.

Uma das fontes ouvidas pela Reuters afirma que, embora as novas restrições a essas licenças prejudiquem alguns fornecedores, elas também tornam a competição entre as empresas mais justa, uma vez que algumas receberam licenças sob políticas menos restritivas.

De acordo com uma das licenças, que entrou em vigor em 9 de março, os itens destes fornecedores não podem ser usados ​​"com ou em qualquer dispositivo 5G" da Huawei. Trata-se de uma interpretação ampla que proíbe o componente de entrar em um dispositivo 5G, mesmo que não tenha nada a ver com o 5G em funcionamento.

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Outra licença alterada - e que passou a valer no dia 8 de março - não foi autorizada para uso militar, em redes 5G, infraestrutura crítica, data centers corporativos, nuvem ou aplicativos espaciais. O edital também diz que determinados itens devem ter densidade de 6 gigabytes ou menos, além de outros requisitos técnicos.

Ambas as licenças revisadas dizem que, antes de exportá-la para a Huawei, a fabricante - ou outras companhias que estejam na lista suja - devem implementar um plano de controle de peças e disponibilizar os registros de estoque ao governo dos Estados Unidos mediante solicitação. As empresas que são colocadas na relação restritiva do Departamento Comercial, conhecida como “Lista de Entidades”, precisam que seus fornecedores obtenham licenças junto ao governo norte-americano para vender para elas. E, geralmente, essas licenças acabam sendo negadas.

Aprova. Não aprova...

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No governo Trump, as restrições a Huawei eram agressivas, mas inconsistentes. Quando a empresa buscava um acordo comercial, o então presidente abria as portas para mais vendas. No entanto, as sanções foram apertando quando as tensões aumentaram, principalmente por causa da pandemia da Covid-19 e também pela repressão do governo chinês à Hong Kong, ambas no ano passado.

Em janeiro, a Reuters teve acesso a um documento que apontava cerca de 300 pedidos de vendas para a Huawei - com valores estimados em US$ 296 bilhões - ainda estavam pendentes de aprovação pelo Departamento de Comércio dos EUA. No entanto, não está claro quantos deles foram aprovados ou reprovados pelo governo.

As novas condições impostas pelo governo Biden desta semana tornam as licenças mais antigas mais consistentes com as políticas de licenciamento mais rígidas implementadas nos últimos dias do governo Trump. Em janeiro deste ano, o então presidente norte-americano decidiu que negaria 116 licenças com valores nominais de US$ 119 bilhões e aprovaria apenas quatro, no valor de US$ 20 milhões. A maioria dos negados se enquadra em três categorias amplas: memória, telefones e outros dispositivos e aplicativos de rede.

Entre 2019 e 2020, o governo dos EUA aprovou licenças para as empresas venderem US$ 87 bilhões em bens e tecnologia para a Huawei, segundo o documento analisado pela Reuters. As licenças geralmente são válidas por 4 anos.

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Uma porta-voz do Departamento de Comércio dos EUA não quis comentar, dizendo que as informações de licenciamento estão sujeitas à confidencialidade. A Huawei também não se manifestou.

Queda livre

Se na infraestrutura 5G a Huawei atua com mais consistência - ainda que tenha sido banida em alguns países - no setor de smartphones a empresa enfrenta uma queda livre desde o ano passado e isso já vem atingindo até mesmo o seu principal mercado. Um relatório recente divulgado pela Couterpoint mostra que a gigante caiu para a terceira posição na China, cedendo o primeiro lugar para a Oppo em janeiro de 2021.

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E embora fosse esperada uma queda no marketshare da Huawei na China devido às sanções, o fato é que seus números degringolaram de uma forma mais sensível do que o esperado. No segundo trimestre de 2020, a empresa tinha 46% do mercado, valor que pouco se alterou nos próximos meses. No entanto, uma diminuição significativa ocorreu nos últimos momentos do ano passado. A perda da Huawei foi distribuída entre seus concorrentes, e ela manteve apenas 30% de participação. O que mostra que os efeitos das sanções dos EUA começaram a apertar de verdade.

Um dos efeitos dessas restrições - e que causou a queda sensível da Huawei no mercado chinês - foi a venda de uma de suas mais populares submarcas, a Honor, ocorrida no ano passado. Ao perder a linha, a marca abriu mão da participação das vendas dos aparelhos da subsidiária, o que impactou em seus números, naturalmente. Dessa queda, o domínio da Huawei foi dissolvido entre as demais grandes fabricantes do país. A Oppo abocanhou boa parte das vendas offline, enquanto a Xiaomi se sobrepôs no mercado digital.


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Fonte: Reuters