Figma vai abrir capital na bolsa: o que muda para você e o futuro do design
Por Fernanda Santos |

A Figma, ferramenta usada para criar e colaborar em projetos de design, deu o primeiro passo para se tornar uma empresa de capital aberto. Nesta terça-feira (1º), a empresa entrou com o pedido oficial para abrir ações na bolsa de Nova York, onde pretende usar o código FIG.
- Afinal, o que é IPO? Entenda o processo de abertura de capital de empresas
- 99Pay aposta em IA e superapp para crescer no mercado financeiro digital
O documento ainda não define uma data exata para o início da negociação nem o preço das ações, mas já traz detalhes financeiros e estratégicos sobre a operação, que pode levantar até US$ 1,5 bilhão, segundo projeções da imprensa especializada.
O que é a Figma?
Fundada em 2012 por Dylan Field e Evan Wallace, a Figma se destacou por oferecer uma plataforma de design totalmente baseada na nuvem. Ela permite que equipes colaborem em tempo real na criação de interfaces, protótipos e fluxos de produto, sem depender de instalações locais ou software pesado.
Além do editor principal, a empresa oferece ferramentas como o FigJam (quadro branco colaborativo), Dev Mode (para desenvolvedores ajustarem detalhes finais de interfaces), Figma Slides (para apresentações) e, mais recentemente, Figma AI e Figma Sites, com foco em automação e criação de páginas web.
Com mais de 13 milhões de usuários ativos mensais, e uma base que vai além de designers, incluindo profissionais de marketing, produto, engenharia e educação, a Figma está presente em 95% das empresas listadas na Fortune 500.
Por que o IPO da Figma chama atenção?
A abertura de capital marca uma nova fase para a companhia, que esteve nos holofotes em 2022, quando a Adobe anunciou a intenção de comprá-la por US$ 20 bilhões. O negócio, no entanto, foi cancelado em 2023 após resistência de órgãos reguladores da Europa e do Reino Unido, e a Adobe acabou pagando US$ 1 bilhão de multa.
Agora, ao seguir um caminho independente rumo à bolsa, a Figma pretende ampliar seu alcance e investir ainda mais em produtos baseados em Inteligência Artificial. O CEO Dylan Field afirmou que o IPO é uma forma de “envolver a comunidade no futuro da empresa” e manter a missão de “fechar a lacuna entre imaginação e realidade”.
Números que mostram o crescimento da Figma
Segundo os dados divulgados, a empresa faturou US$ 599 milhões em 2023 e chegou a US$ 749 milhões em 2024, um crescimento de 48% em um ano. No primeiro trimestre de 2025, a receita atingiu US$ 228 milhões, mantendo o ritmo de expansão.
Apesar de ter encerrado 2024 com um prejuízo líquido de US$ 732 milhões (em parte devido a compensações com ações para funcionários), a empresa voltou a lucrar em 2025, registrando US$ 44,9 milhões de lucro apenas no primeiro trimestre.
O que significa uma oferta pública de ações?
Uma oferta pública inicial (ou IPO, na sigla em inglês) acontece quando uma empresa decide abrir parte de seu capital na bolsa de valores, vendendo ações para o público. Isso permite que ela capte recursos para investir em novos produtos, aquisições ou expansão internacional, além de dar liquidez a acionistas e funcionários.
No caso da Figma, a expectativa é que o IPO fortaleça ainda mais sua posição como uma das líderes globais em design digital, especialmente em um momento de retomada dos mercados de tecnologia.
O que muda para os usuários?
Para quem já usa a Figma no dia a dia, seja para criar um site, prototipar um app ou montar uma apresentação, o IPO não traz mudanças imediatas. Mas ele sinaliza que a empresa terá mais recursos para investir em inovação, Inteligência Artificial e melhorias na plataforma.
Além disso, com uma estrutura mais robusta e visibilidade no mercado financeiro, é possível que a Figma acelere a expansão de seus serviços no Brasil e em outros países emergentes.
Saiba mais:
- Como a Inteligência Artificial afeta o meio ambiente e o que fazer sobre isso
- R$ 4,5 milhões para ideias inovadoras: Tesouro Direto lança novo edital
-
O que é e como funciona uma bolsa de valores?
VÍDEO: Você realmente precisa de 120 Hz de atualização de tela? Faz diferença, na prática?