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"Faraó dos Bitcoins" aplicava dinheiro do tráfico de drogas, aponta MPF

Por| Editado por Claudio Yuge | 06 de Outubro de 2021 às 15h30

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Reprodução/Yahoo Finances
Reprodução/Yahoo Finances

O esquema de investimento irregular em criptomoedas chefiado por Glaidson Acácio dos Santos, conhecido como o "Faraó dos Bitcoins", ganhou um novo capítulo. Agora, o Ministério Público Federal suspeita que a operação recebia dinheiro de traficantes de drogas e milicianos.

As novas informações sobre o caso constam na denúncia do Ministério Público Federal (MPF) aceita pelo juiz Vitor Valpuesta, da 3ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro. Glaidson e sua esposa, a venezuelana Mirelis Zerpa, e mais 14 pessoas se tornaram réus sob acusação de fraude ao sistema financeiro nacional, gestão temerária e organização criminosa, com as operações sendo realizadas a partir da empresa G.A.S Consultoria e Tecnologia, cujo "Faraó" é o dono.

A Polícia Federal descobriu, durante as investigações de fraudes realizadas pela G.A.S. Consultoria e Tecnologia, que dois moradores da comunidade do Lixo, em Cabo Frio, no Rio de Janeiro, fizeram depósitos em dinheiro na conta bancária da corretora que, somados, totalizam R$ 1,7 milhão.

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Os dois depósitos aconteceram neste ano, em 30 de junho. Os dois homens não possuem emprego ou qualquer ocupação que justifique os depósitos de R$ 900 mil de R$ 800 mil efetuados para a G.A.S., com a denúncia especulando que o valor é proveniente do tráfico de drogas.

Além disso, as suspeitas são reforçadas por um evento ocorrido em abril, onde uma investigação ligada ao tráfico de drogas da Polícia Federal (PF) apreendeu R$ 7 milhões em espécie em um helicóptero na Região dos Lagos. A quantia, que estava sendo transportada por um casal, era de posse da G.A.S. Consultoria, que até mesmo chegou a acionar a Justiça para reaver o valor.

Quanto ao envolvimento de milicianos com as atividades do Faraó dos Bitcoins, em setembro, uma operação da Polícia Civil do RJ encontrou contratos da GAS na casa de um homem apontado como operador da milícia que atua em Rio das Pedras é Muzema, na Zona Oeste do Rio, com investimentos provenientes dessas organizações chegando aos R$ 2 milhões.

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Além desse novo desenvolvimento, Glaidson, nesta quarta (6) irá participar de uma audiência especial designada pela juíza federal Rosália Monteiro Figueira, da 3ª Vara Federal Criminal, sobre a entrada de celulares e alimentos na prisão onde ele está detido, a Cadeia Pública Joaquim Ferreira de Souza, no Complexo de Gericinó, em Bangu, durante setembro.

Na cela onde o "Faraó" estava detido, foram encontrados quatro aparelhos telefônicos e alimentos diversos, como picanha e linguiçaG1. Após a descoberta, a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) transferiu o ex-garçom para a penitenciária Laércio da Costa Pellegrino, popularmente conhecida como Bangu 1, onde agora ele está confinado em uma cela individual.

Entendendo o caso

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O esquema de pirâmide operado por Glaidson prometia lucros de 10% ao mês nos investimentos em bitcoins durante dois anos, sem poder retirar o aporte antes do fim do prazo. As denúncias no MPF, porém, afirmam que a G.A.S nem sequer reaplicava o dinheiro em criptomoedas com os lucros, na verdade, sendo pagos a clientes através da entrada de capital de outras pessoas atraídas pela proposta de investimento.

Nos últimos seis anos, segundo as investigações, a movimentação financeira das empresas envolvidas nas fraudes apresentou cifras bilionárias, sendo que pelo menos 50% desses valores foram movimentados nos últimos 12 meses.

Glaidson foi preso no dia 25 de agosto na operação Kryptos, executada em conjunto pelo Ministério Público Federal (MPF), Receita Federal e Polícia Federal. Na busca e apreensão realizada em sua casa, foram encontrados mais de R$ 13,8 milhões em dinheiro vivo, R$ 150 milhões em Bitcoins, armazenados em carteiras físicas de criptomoedas e 21 carros de luxo, entre eles veículos das marcas BMW e Porsche.

Desde a prisão de Glaidson, mais de 11 clientes da consultoria entraram na justiça do Rio de Janeiro pedindo para que os bens da companhia sejam bloqueados. Pelo menos 5 dessas ações obtiveram pareceres favoráveis, já somando um montante arrestado R$ 290 mil.

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Fonte: G1Extra, Site da PF