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Facebook tem prejuízo de US$ 12 bi com Metaverso e dá sinais de crise

Por| Editado por Claudio Yuge | 27 de Outubro de 2022 às 14h20

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David Paul Morris/Bloomberg/Getty Images
David Paul Morris/Bloomberg/Getty Images
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Completando um ano desde seu anúncio, o Metaverso não tem sido sinônimo de comemoração para a Meta, empresa-mãe do Facebook. Nesta quarta-feira (26), o Reality Labs, divisão responsável por desenvolver o metaverso, registrou novo prejuízo de US$ 3,67 bilhões, cerca de R$ 19,4 bilhões em conversão direta. Ao longo do ano, o projeto já causou uma perda de US$ 12 bilhões (R$ 63,4 bilhões) para a holding.

Em um comunicado, a empresa anunciou que o próximo ano deve ser ainda mais difícil: "Prevemos que o prejuízo do Reality Labs em 2023 vai crescer significativamente na comparação com este ano". A receita total do setor também caiu em relação ao mesmo período do ano passado, com receita atual de US$ 285 milhões (R$ 1,5 bilhão), contra US$ 558 milhões (R$ 2,9 bilhões) no 3º trimestre de 2021.

A holding espera acelerar os investimentos no segmento para atingir os objetivos de aumentar a receita operacional da empresa a longo prazo. No início de outubro, o metaverso recebeu algumas novas ferramentas, incluindo o acesso ao universo virtual através do computador, tornando-o acessível para mais usuários.

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Os investidores estão pressionando para que a Meta mude o foco da operação. O presidente da Altimeter Capital, fundo de investimentos, pediu que a holding pare de apostar no metaverso e direcione suas pesquisas para soluções em inteligência artificial (IA). Para Brad Gerstner, fundador e CEO do fundo, além de mudar a área de foco, a empresa deveria demitir 20% dos funcionários — ele ressalta que o investimento no metaverso não deveria ultrapassar US$ 5 bilhões (R$ 26,4 bilhões) ao ano.

Meta registra queda e apresenta sinais de crise

A Meta registrou uma perda de 4% na receita em comparação com o mesmo período do ano passado, sendo o segundo trimestre seguido em queda. A empresa atingiu o menor patamar desde fevereiro de 2016, em que a queda de 19,8% fez a companhia perder cerca de US$ 68 bilhões (R$ 359 bilhões) em valor de mercado.

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A gigante de tecnologia chegou ao valor recorde de US$ 1 trilhão (R$ 5,2 trilhões), em setembro de 2021, devido aos ganhos da pandemia. Nesta quarta-feira (26), porém, a companhia fechou o mercado com valor de US$ 348,8 bilhões (R$ 1,8 trilhão). Devido ao aumento de custos, o lucro líquido também registrou recuo de 46% em relação a 2021 — caindo para US$ 5,6 bilhões (R$ 29,5 bilhões).

A empresa atribui os resultados à desvalorização do dólar, mas outros fatores também influenciam o desempenho do Meta. A alta da inflação reduz o número de publicidades nas plataformas, principal fonte de renda da holding. A atualização da Apple que alterou as configurações de privacidade também atrapalharam as ferramentas utilizadas pelo Facebook e Instagram.

Em um comunicado, a Meta afirmou que a empresa está fazendo mudanças significativas em todas as equipes para operar com mais eficiência — o que pode resultar no corte de funcionários. "Estamos mantendo algumas equipes em termos de pessoal, encolhendo outras e investindo no crescimento do número de funcionários apenas em nossas maiores prioridades", diz o texto.

Guilherme Zanin, analista da corretora Avenue, disse ao Estadão que a Meta demonstra sinais de estagnação: "Agora, ela sai do patamar de crescimento e se torna uma empresa madura, com dificuldades para crescer e sentindo o ambiente econômico difícil". O especialista calculou a perda do Facebook de acordo com os números pós-fechamento do mercado norte-americano, em que a queda de 20% representa a diminuição de US$ 68 bilhões (R$ 359 bilhões) no valor de mercado da empresa.

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Fonte: Estadão; Estadão (2)