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Diretor de segurança da Apple é acusado de suborno para obter portes de armas

Por| 24 de Novembro de 2020 às 11h12

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Diretor de segurança da Apple é acusado de suborno para obter portes de armas
Diretor de segurança da Apple é acusado de suborno para obter portes de armas
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O diretor de segurança da Apple, Thomas Moyer, foi indiciado por suborno após, supostamente, ter oferecido 200 iPads em troca de quatro licenças de porte de armas para funcionários da Maçã. A acusação é resultado de uma investigação de dois anos do departamento de polícia de Santa Clara, distrito onde fica localizado o campus da companhia, e também envolve dois oficiais locais.

O suposto suborno, com valor equivalente a US$ 70 mil, teria ocorrido em agosto de 2019 e também levaram ao indiciamento do capitão da polícia local, James Jensen, e do subxerife Rick Sung. Eles teriam sido os responsáveis pela solicitação dos iPads a Moyer para liberação dos portes de arma que, anteriormente, haviam sido negados pelas autoridades locais. O objetivo da Apple seria manter seguranças com armamento oculto nos escritórios da empresa no próprio distrito de Santa Clara.

Essa, inclusive, seria uma atividade comum, praticada principalmente por Sung, com auxílio eventual de Jensen. No estado americano da California, licenças de armamento são dadas quando o solicitante tem uma “boa razão” para possuir uma arma de fogo; os oficiais pediriam algo de valor para dar anuência ao pedido, com Moyer e a Apple não sendo os únicos a participarem do suposto esquema de suborno.

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De acordo com o processo, os iPads seriam fornecidos como uma doação da Apple ao departamento de polícia de Santa Clara. Entretanto, o negócio não chegou a acontecer devido à emissão de um mandado de busca pelo procurador geral do estado, um ato que fez com que Sung e Jensen ficassem sabendo da investigação e interrompessem todos os trabalhos irregulares ligados à emissão ou não de licenças para porte de arma.

Em comunicado, a Apple disse ter realizado uma investigação interna assim que ficou sabendo das alegações, sem encontrar nenhum indício de irregularidades nas negociações entre as autoridades e seu diretor de segurança. Enquanto isso, a defesa de Moyer alega que ele é inocente e que está sendo acusado como “dano colateral” de uma disputa entre o departamento de polícia local e o escritório do procurador geral do estado.

Em breve comunicado à imprensa, os representantes do executivo afirmaram que provarão a inocência de seu cliente nos tribunais, colocando fim aos procedimentos descabidos contra ele. Moyer trabalha para a Apple desde 2005 e assumiu o posto de diretor de segurança da empresa em novembro de 2018, sendo o responsável pela proteção de escritórios e lojas da companhia ao redor do mundo, investigações internas, operações relacionadas ao envio ou recebimento de protótipos confidenciais e auxílio a funcionários durante crises causadas por desastres naturais ou ações de criminosos.

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Ex-militar, com experiência, inclusive, na Guerra do Golfo, Moyer ficou conhecido na imprensa em 2018 quando, assim que assumiu o posto de executivo de segurança, enviou um comunicado considerado ameaçador aos funcionários sobre o compartilhamento de informações confidenciais da empresa com terceiros. Na ocasião, a Apple, como hoje, sofria com vazamentos e divulgações antecipadas de detalhes sobre seus produtos, com o diretor, no texto, afirmando que esse tipo de ação era criminosa, com consequências reais que se tornariam parte da vida e da identidade dos trabalhadores responsáveis para sempre.

Este também não é o primeiro problema envolvendo o departamento de segurança da Apple. Em 2011, o então diretor do setor, John Theriault, deixou o cargo após denúncias de que seus funcionários se passaram por policiais durante uma investigação relacionada à perda de um protótipo do iPhone. Além do comunicado relacionado à auditoria interna, porém, a Maçã não falou mais sobre o caso.

Fonte: Bloomberg