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Apple é acusada de tentar modificar leis contra uso de trabalhos forçados

Por| 23 de Novembro de 2020 às 11h37

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Xavier Wendling/Unsplash
Xavier Wendling/Unsplash
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A Apple está sendo acusada de tentar enfraquecer um projeto de lei do congresso dos Estados Unidos, voltado para ampliar a responsabilidade das companhias do país sobre o uso de cadeias de produção que contem com trabalhos forçados. De acordo com reportagem da imprensa americana, a empresa estaria usando sua influência, por meio de lobbystas, para modificar as normas e manter a estrutura atual dos negócios.

A Maçã, inclusive, não seria a única, mas foi a principal acusada de fazer isso por congressistas não identificados pela reportagem do The Washington Post. De acordo com os relatos, as reuniões sobre o assunto estariam acontecendo sob portas fechadas e, por isso, as exatas regras que estariam sendo atacadas pela Apple não foram reveladas, já que isso poderia revelar as fontes do periódico. Outras companhias envolvidas em tentativas desse tipo também não foram citadas.

O chamado Ato de Prevenção Contra o Trabalho Forçado Uyghur foi aprovado por 406 votos a três no congresso americano em setembro e, agora, aguarda aprovação do senado para que possa seguir para sanção presidencial. As ações da Apple teriam ocorrido na primeira instância e, aparentemente, não tiveram resultado — não se sabe, agora, se os lobbystas da companhia também estão agindo junto a senadores e outros representantes maiores do governo americano.

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Se aprovada como está, a norma obrigaria as empresas a terem a certeza de que seus fornecedores não utilizam mão-de-obra escrava Uyghur, uma minoria islâmica que é predominante na região de Xinjiang, onde estão muitas das fábricas que servem a indústria ocidental e asiática de tecnologia. De acordo com as estimativas do governo americano, seriam 1 milhão de priosioneiros em campos de concentração no país, com muitos sendo forçados a trabalharem em fábricas para sustentarem a economia chinesa, que depende fortemente do fornecimento de todo tipo de produto a outros países.

A lei também obriga empresas americanas a realizarem auditorias periódicas e rescindir contratos caso irregularidades sejam encontradas. Enquanto isso, de acordo com a reportagem, a Apple estaria trabalhando em um conjunto de legislações mais “favorável”, que não trouxesse consequências reais em caso de violação nesta que é considerada a primeira norma efetiva contra o uso de trabalhos forçados no fornecimento de produtos e componentes vindos da China.

Em resposta, a Apple afirmou estar dedicada a garantir que todos em sua cadeia de produção sejam tratados com dignidade e respeito. A empresa afirmou apoiar as leis contra a mão-de-obra escrava Uyghur e disse pretender continuar trabalhando com o governo americano para garantir que a legislação siga adiante. Além disso, a Maçã disse conduzir investigações constantes sobre as práticas de seus fornecedores, com a última tendo ocorrido no início do ano sem encontrar evidências de trabalhos forçados em suas linhas de montagem, que continuam sendo acompanhadas de perto.

Enquanto isso, a ideia de que a Apple teria lobbystas trabalhando sobre a legislação foi confirmada por documentos oficiais submetidos por ela ao governo, que obrigam empresas a revelarem ações desse tipo, mas sem que a postura seja divulgada. A prática é legal nos Estados Unidos, e pelo menos no que toca o registro das atividades, a Maçã teria seguido todas as normas vigentes.

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Fonte: The Washington Post