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COVID-19 e os impactos na bolsa, no dólar, nos eletrônicos e no e-commerce

Por| 18 de Março de 2020 às 20h30

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Agência Brasil
Agência Brasil

O mundo enfrenta um caos sem precedentes com a crise causada pela pandemia do novo coronavírus. E, além das questões de saúde, o mercado financeiro tem sentido, e muito, os problemas causados por esse vírus. Nesta quarta-feira (18), por exemplo, o índice Ibovespa, a bolsa de valores de São Paulo, atingiu às 13h18, quando a perda era de 10,26%, fazendo com que o circuit breaker, mecanismo de paralisação das negociações para que o mercado se reorganize, fosse acionado. Além disso, o dólar atingiu o patamar mais alto da história por mais um dia, chegando a R$ 5,22.

Com esse cenário, muitos produtos acabam tendo seus preços alterados, sobretudo os eletrônicos. Mas, qual é, de fato, a mudança ocasionada pelo dólar tão alto? Como isso também pode afetar o e-commerce, uma vez que as lojas e shoppings devem ser fechados e as pessoas não poderão ir às ruas?

Eletrônicos

Muitos eletrônicos que são vendidos no Brasil são importados e, claro, a moeda predominante é o dólar. Com a paralisação das entregas não apenas dos produtos prontos, mas também dos componentes para a montagem de aparelhos aqui, a tendência é que não apenas o alto preço da moeda americana, mas também a falta de itens e insumos façam com que os valores aumentem substancialmente. “Qualquer matéria-prima eventualmente é afetada, podemos ter o trigo um pouco mais caro, o combustível, qualquer produto vindo do exterior”, disse o professor do Departamento de Economia da Universidade de Brasília (UnB) José Carlos de Oliveira, em entrevista ao Correio Braziliense.

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Uma consultoria chinesa especializada na produção de suprimentos, a Trendforce já apresentou um relatório em que aponta que a produção de smartphones no primeiro trimestre de 2020 deve cair 12%, comparado ao mesmo período do ano passado. Outras categorias como monitores, TVs e notebooks também sofrerão com a produção. Segundo a consultoria, terá uma redução de milhões de unidades produzidas. Esses produtos também estão entre os mais buscados e vendidos no Brasil.

Segundo o pessoal do e-commerce Brasil, aqui no país o impacto direto nas vendas, seja no mundo físico ou online, será grande. Algumas grandes fabricantes como LG, Samsung e Motorola já tiveram parte da produção suspensa pela falta de suprimentos e componentes eletrônicos que são importados da China. A alternativa foi dar férias coletivas, no caso da fábrica da LG em Taubaté-SP. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), 70% das empresas associadas já sofrem com o recebimento de materiais da China.

E-commerce

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Em paralelo, o e-commerce pode se beneficiar não com a queda da bolsa e com a alta do dólar, mas sim, com o período de baixa movimentação nas ruas e com uma possível quarentena. No curto prazo, as lojas devem ter um boom nos atendimentos e vendas online ou por telefone, mas, no médio prazo, a falta de abastecimento pode ser uma inimiga difícil de combater.

Dados obtidos pela Quantum Metric mostram que o comércio eletrônico nos EUA, entre 1º de janeiro e 29 de fevereiro de 2020, registrou um aumento médio na taxa de crescimento da receita semanal de 52% em relação a 2019. Na mesma comparação, considerou um aumento de 8,8% nas taxas de conversão.

A Amazon, por exemplo, anunciou nesta segunda (16) que irá contratar mais de 100 mil funcionários para dar conta da atual demanda nos Estados Unidos. A empresa também afirmou que vai investir US$ 350 milhões para aumentar os pagamentos aos atuais e novos funcionários nos EUA e Canadá em US$ 2 dólares a hora. Para o Reino Unido, o reajuste será de 2 libras e na União Europeia a empresa vai pagar cerca de 2 euros a mais.

Mesmo que alguns dos pacotes de ajuda anunciados pelo Ministro da Economia, Paulo Guedes, tenham como foco o consumo das pessoas, é possível, que, tão logo, não tenhamos onde gastar esse dinheiro pela falta de produtos ou pelo preço exorbitante que eles podem alcançar. Por isso, é importante que não deixemos a COVID-19 atingir um alto número de infectados em um tempo muito curto, pois os reflexos na economia podem ser catastróficos.

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E você, já começou a sentir mudanças nos preços dos eletrônicos e demais produtos? Conte para a gente nos comentários!

Fonte: Correio Braziliense, Exame, e-Commerce Brasil, Infomoney