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Compra da iRobot pela Amazon é cancelada após investigação da Comissão Europeia

Por| Editado por Wallace Moté | 29 de Janeiro de 2024 às 15h43

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Reprodução/iRobot
Reprodução/iRobot
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A compra da empresa de robôs aspiradores iRobot por parte da Amazon foi cancelada. A informação foi confirmada por ambas as marcas por meio de nota conjunta, após o processo ter gerado questionamentos por parte da Comissão Europeia. 

De acordo com o que informou a iRobot, o cancelamento da aquisição aconteceu pela "falta de caminhos regulatórios" para aprovação por parte da União Europeia. 

A compra foi anunciada pela primeira vez em 2022, mas em 2023 foi iniciada uma investigação por parte da Comissão, para apurar possíveis prejuízos à concorrência no mercado de robôs aspiradores. 

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A alegação é que diversas marcas rivais da iRobot já possuem itens listados na Amazon, e por isso seus anúncios poderiam ter a visibilidade reduzida. A multinacional tinha até o dia 10 de janeiro para convencer a Comissão do contrário, mas não fez qualquer tipo de concessão antes do prazo se encerrar. 

A interrupção no processo de compra acarretará no pagamento de uma taxa de rescisão por parte da Amazon para a iRobot, em um montante de US$ 94 milhões — cerca de R$ 465 milhões em conversão direta. Este valor será usado para pagar parte de um empréstimo de US$ 200 milhões (~R$ 989 milhões) que a iRobot tomou no ano passado.  

Ao mesmo tempo, a iRobot anunciou que desligará cerca de 350 funcionários, que correspondem a cerca de 31% da força de trabalho da empresa. A maioria destas pessoas será notificada até o fim do mês de março. 

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Colin Angle, um dos fundadores da marca em 1990 e ocupante do cargo de CEO, também se afastará do cargo. Além disso, a iRobot também pausará projetos que não façam parte da sua linha principal de robôs aspiradores, como o desenvolvimento de purificadores de ar e cortadores de grama. 

Representantes mostraram descontentamento

Em comunicado oficial, Angle apontou que o fim do acordo é “desapontador”, mas a marca continuará a construir robôs e outras inovações de casa inteligente. 

Já David Zapolsky, vice-presidente sênior e conselheiro geral da Amazon, mostrou seu descontentamento com a situação:

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“Fusões e aquisições como essa ajudam empresas como a iRobot a competir melhor no mercado global, particularmente contra companhias que não estão sujeitas aos mesmos requisitos regulamentares. [...] Regras indevidas e desproporcionais desencorajam empresários, que deveriam ver as aquisições como um caminho para o sucesso.”

No passado, algumas aquisições do tipo já foram negadas por motivos parecidos. É o caso do acordo entre a Adobe e a Figma que foi interrompido no ano passado, por exemplo, ou da ARM por parte da Nvidia.

Já na recente compra da Activision Blizzard por parte da Microsoft, foram feitas algumas concessões a autoridades dos Estados Unidos e do Reino Unido para garantir a aprovação do processo. 

Por outro lado, a própria Amazon já conseguiu agregar empresas menores sem problemas regulatórios, como na compra da companhia de campainhas Blink, ou da empresa de segurança Ring. Em ambos os casos, os produtos continuaram sendo vendidos normalmente no site da Amazon, e os nomes das marcas foram mantidos. 

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Fonte: iRobot