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Boeing 737 MAX | FAA é acusada de falhas no processo de certificação da aeronave

Por| 25 de Fevereiro de 2021 às 12h58

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Reprodução/ Boeing
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Por mais que os modernos e controversos Boeing 737 MAX estejam em operação novamente, toda a investigação por trás de suas falhas fatais que causaram grandes acidentes em 2018 e 2019 seguem a todo vapor. Segundo o Departamento de Transportes dos Estados Unidos, a FAA (Federal Aviation Administration), órgão responsável pela aviação no país, falhou em critérios importantes dentro do processo de certificação da aeronave.

Os Boeing 737 MAX são jatos comerciais modernos que possuem um sistema chamado MCAS, um dispositivo de segurança que assume o controle do avião em determinados momentos colocando o seu bico para baixo a fim de efetuar manobras de desvio em certas condições. Nos dois acidentes graves envolvendo essa aeronave, um na Indonésia, em 2018, e outro na Etiópia, em 2019, chegou-se à conclusão de que os pilotos não sabiam como reverter as ordens do recurso, o que ocasionou a morte de 346 pessoas.

Segundo relatório emitido pelo Departamento de Transportes, por mais que o FAA tivesse cumprido os protocolos de registro do avião, a interpretação de como o sistema funcionava deixou margem para erros por parte das companhias aéreas e demais órgãos reguladores pelo mundo. Para efeito de comparação, aqui no Brasil, a ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil) exige que qualquer aeronave nova, antes de ser utilizada, seja fornecida aos pilotos para um número grande de horas de treinamento. Com isso, claro, os acidentes poderiam ter sido evitados.

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Os documentos enviados pelo Departamento revelam, também, que o Gabinete de Supervisão de Segurança da Boeing tinha recursos limitados — apenas 47 funcionários — e recomendou mudanças em um programa denominado ODA (Organization Designation Authorization Organização de Designação e Autorização, em tradução livre), no qual a FAA delega partes de seu processo de certificação de aeronaves a empresas terceiras. A Boeing usou o ODA para certificar o 737 MAX e aeronaves anteriores, como o 787 e o 777, o que significa que inspecionou seus próprios aviões sob a orientação da FAA.

Depois disso, criou-se um órgão independente para a averiguação da ação da FAA e da Boeing sobre o ocorrido. Esse comitê, por sua vez, identificou que tudo foi feito dentro dos conformes. "O Comitê concluiu que o sistema de certificação da FAA é eficaz e um contribuidor significativo para o sistema de aviação mais seguro do mundo. A FAA está bem ciente dos desafios à segurança em meio a uma indústria em rápida mudança e expansão", disse o comitê.

Como está o Boeing 737 MAX hoje?

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Como desdobramento de tudo o que cercou a certificação do Boeing 737 MAX, o Departamento de Transportes enviou 14 recomendações à FAA que fortaleceriam o sistema de certificação de aeronaves.

Com relação ao Boeing 737 MAX, a FAA solicitou que, agora, todos os clientes da fabricante deem treinamentos rigorosos para seus pilotos, principalmente sobre o MCAS, algo que já é feito no Brasil. Hoje, o avião já opera por aqui e em países como o Canadá, Estados Unidos e Reino Unido.

Fonte: CNET