Apple fica isenta de novos impostos para produtos importados da China
Por Felipe Demartini | 18 de Setembro de 2018 às 12h20
A Apple foi isentada das novas tarifas alfandegárias que estão sendo importas pelo governo dos Estados Unidos a produtos originários da China. Em uma lista divulgada nesta semana pelo Departamento de Comércio norte-americano, iPhones, iPads e Watches foram deixados de lado, bem como equipamentos eletrônicos de empresas como Amazon, Google e Fitbit, em um sinal de que o governo atendeu às reivindicações das empresas do setor.
Os Estados Unidos se encontram, atualmente, em uma guerra comercial contra a China, com um dos primeiros golpes sendo a aplicação de novos tributos para produtos originários do país. As tarifas alfandegárias serão de 10% a 25% de acordo com a categoria do dispositivo, com equipamentos de rede, cloud computing e infra-estrutura, além de máquinas especializadas para fabricação de semicondutores, sendo as mais oneradas pelas mudanças.
Por mais que a nova política alfandegária fosse uma ameaça real, muitos analistas de mercado acreditavam que as empresas sediadas nos EUA, mesmo que com fortes raízes na China, estariam de fora do problema. E a lista de produtos a receberem os maiores impostos confirmou isso e, também, está alinhada às preocupações do governo americano quanto à proteção e integridade nacional, devido à proliferação de produtos chineses no território do país. Mais do que forçar a mão na luta comercial, então, Trump também estaria fazendo isso no campo da segurança digital.
Os novos impostos serão aplicados aos produtos a partir do dia 24 de setembro, com uma tarifa única de 10%. Depois, entra em vigor o regime que prevê um aumento de até 25% nos impostos em alguns casos, com a expectativa de arrecadação de US$ 200 milhões em receita. E, de acordo com Trump, essa pode ser apenas a ponta do iceberg, o que mostra que, para a Apple, a segurança ainda está longe de ser uma realidade.
Após o envio de uma carta aberta ao presidente e também declarações públicas, o CEO da Apple, Tim Cook, mostrou alívio com a isenção, afirmando que tributos desse tipo “não são bons para os Estados Unidos”. Em uma entrevista dada à rede de televisão americana CNBC na manhã desta terça (18), ele afirmou esperar que as exceções sejam parte do começo de uma resolução das disputas comerciais entre os dois países.
Cook também elogiou o bom senso dos legisladores, que parecem ter entendido que, apesar de muitos eletrônicos serem importados da China, eles não necessariamente são produzidos lá. Cook citou, por exemplo, que os smartphones e outros eletrônicos da Apple são apenas montados no país asiático, enquanto muitas de suas peças são fabricadas, inclusive, nos Estados Unidos. Uma tarifa extra, na visão dele, teria impacto altamente danoso sobre os negócios e implicaria diretamente em um aumento de preços para o consumidor.
Essa noção, entretanto, pode não se tornar realidade. Donald Trump já disse que, se a China retaliar e também aplicar tarifas ou sanções a produtos trazidos dos Estados Unidos, novas taxas alfandegárias podem ser aplicadas. E, com isso, iPhones e iPads podem muito bem entrar na dança, bem como todo e qualquer smartphone ou produto eletrônico que chegue aos EUA a partir da nação asiática.