Após boicote, CEO da Uber abandona conselho econômico de Donald Trump
Por Luciana Zaramela | 02 de Fevereiro de 2017 às 21h05
Depois que a hashtag#DeleteUber deu o que falar no Twitter, a reputação da empresa das caronas pagas ficou um tanto manchada. Mesmo alegando que tudo não passou de um mal-entendido e tentando "fazer as pazes" com os usuários que se sentiram lesados, a Uber ainda sente efeitos dolorosos depois de ter baixado o preço das corridas em virtude de uma greve de taxistas nos EUA.
Nesta quinta-feira (2), Travis Kalanick, CEO da Uber, acaba de se afastar do conselho consultivo de Donald Trump sobre economia. O executivo mudou completamente de rumos estratégicos após tomar a atitude e enviar um email explicando o feitio a todos os funcionários da empresa.
"Hoje mais cedo eu falei brevemente com o presidente sobre a ordem executiva anti-imigração e seus problemas para nossa comunidade", escreveu. "Também disse a ele que eu não estaria disposto a participar de seu conselho econômico. Fazer parte do grupo não significa apoiar o presidente ou sua agenda, mas infelizmente, tudo foi erroneamente interpretado dessa forma".
Entenda a história
O último fim de semana foi polêmico nos EUA, com a posse de Donald Trump, e isso refletiu diretamente na indústria tech, mais especificamente no Vale do Silício. Com toda essa movimentação que posiciona a esmagadora maioria das empresas de tecnolgia americanas contra o presidente, acabou sobrando para a Uber.
Houve um mal-entendido por parte de muitos usuários depois que um protesto anti-Trump estava ocorrendo no aeroporto JFK, em Nova York. Taxistas nova-iorquinos fizeram uma paralização recusando levar passageiros para o aeroporto, em uma forma de também apoiar o protesto contra o presidente. Mais do que depressa, o Uber anunciou em seu Twitter que iria derrubar o seu "preço dinâmico" — o que aumenta o preço das viagens em horários de pico — para as viagens saindo ou com destino ao JFK durante a paralização.
A promoção foi vista como uma afronta à mobilização contra o republicano e sua decisão anti-imigrantes. Diversos usuários entenderam mal a ideia da empresa, interpretando que aquela atitude era meramente lucrativa, e divulgaram a hashtag #deleteuber, que permeou o Twitter no final de semana.
A Uber percebeu o tamanho do problema e tomou medidas para coibir os efeitos de sua promoção, mas pelo visto, foi tarde demais.
Com informações do GeekWire