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Ant Group e reguladores chineses fecham acordo sobre a reestruturação da fintech

Por| 03 de Fevereiro de 2021 às 20h45

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Divulgação / Ant Group
Divulgação / Ant Group
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A Ant Group - a gigantesca fintech do Grupo Alibaba - concordou com os temos de um plano de reestruturação determinado pelos reguladores do governo chinês. Com isso a companhia se tornará uma holding financeira, o que pode amenizar fortemente os problemas regulatórios de seu fundador, Jack Ma, com as autoridades monetárias da China.

Segundo a agência de notícias Reuters, o plano prevê colocar todos os negócios da Ant Group em uma mesma holding, incluindo o setor de processamento de pagamentos e ofertas de tecnologia em áreas como Blockchain e entrega de alimentos. As informações vieram de uma fonte que participou das negociações e que pediu para não ser identificada, por questões de confidencialidade.

Antes disso, o canal Bloomberg News já havia informado que a Ant Group havia chegado a um acordo com os reguladores chineses sobre a reestruturação proposta. Um anúncio sobre esse novo plano, que resultará na sujeição da empresa a requisitos de capital semelhantes aos dos bancos, pode ocorrer antes do início do feriado do Ano Novo Lunar na China, que ocorre no próximo dia 11 de fevereiro.

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Na mira do governo

Depois de um "sincericídio" contra os bancos e fiscalizadores financeiros da China, Jack Ma entrou na mira do governo daquele país. Desde então, seu império digital, o Grupo Alibaba, vem sofrendo uma ofensiva regulatória tão pesada que fez com que o executivo sumisse da vista do público nos últimos meses. E isso foi notado com mais força depois que ele cancelou a sua participação de um programa de TV.

Segundo o jornal Financial Times, em novembro último, Ma foi substituído como juiz no episódio final de um game show para empreendedores chamado de Africa's Business Heroes - atração em que ele era um dos principais entusiastas. A cobertura da notícia sobre a ausência de Ma do programa e da vista do público gerou especulações no Twitter - que está bloqueado na China. No entanto, o tema não foi um trending topic significativo nas redes sociais da China continental, onde tópicos sensíveis estão sujeitos a censura.

Mais famoso empresário de Tecnologia da China, Ma não aparecia em público desde um fórum realizado no final de outubro em Xangai. Lá, ele atacou o sistema regulatório da China, em um discurso que o colocou em rota de colisão com autoridades, resultando na suspensão de um IPO de US$ 37 bilhões do Ant Group e que seria a maior oferta pública de ações da história.

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Os reguladores chineses se concentraram nos negócios de Ma desde seu discurso de outubro, incluindo o lançamento de uma investigação antitruste no Alibaba. Além disso, ordenaram que a Ant Group tornasse seus empréstimos e outros negócios de financiamento ao consumidor mais transparentes e exigiram a criação de uma holding em separado para atender às exigências de abertura capital. Para completar, foram compilados relatórios, incluindo um sobre como a fintech havia usado produtos financeiros digitais como o Huabei, um serviço de cartão de crédito virtual, para incentivar os pobres e os jovens a acumular dívidas.

Resultado: o Ant Group precisou suspender seu IPO dois dias antes da ansiosamente aguardada estreia nos mercados de Xangai e Hong Kong. E Jack Ma deixou de adicionar, pelo menos, US$ 27 bilhões ao seu patrimônio líquido.

Mas eis que depois de um sumiço de três meses, Jack Ma deu as caras no último dia 20 de janeiro, quando ele participou de uma cerimônia para professores de áreas rurais na China. E foi suficiente para fazer com que as ações do Grupo Alibaba subissem mais de 8% na Bolsa de Hong Kong.

Um acordo sobre a reestruturação da fintech aliviaria as preocupações dos investidores sobre a crescente repressão regulatória aos negócios multibilionários de Ma.

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Fonte: Reuters