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Alibaba tem crescimento ameaçado por mudanças de hábitos de consumo na China

Por| Editado por Claudio Yuge | 18 de Outubro de 2021 às 21h30

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Sohu
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Pressionada por Pequim nos últimos meses devido a questões regulatórias, o Alibaba vem enfrentando outro problema, a concorrência que tem crescido de forma acelerada. Nos últimos 15 anos, a empresa de Jack Ma dominou o ramo de comércio eletrônico na China, mas a medida que novos concorrentes surgiram, os consumidores também mudaram os hábitos de compra.

O Alibaba continua liderando o mercado de compras online, mas o seu market share caiu de 78% em 2015 para 51% em 2021, segundo a empresa eMarketer. As principais companhias de tecnologia  da China têm investido bastante no setor de e-commerce nos últimos anos.

A Tencent, por exemplo, incorporou a funcionalidade de lojas online em seu aplicativo de mensagens instantâneas, o  WeChat, além de adotar o uso de conceitos de gamificação na experiência de compra dos usuários na sua plataforma de comércio eletrônico, o Pinduoduo e contou com o live streaming e os vídeos curtos do Douyin (versão chinesa do TikTok) para promover sua presença no setor.

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O principal concorrente do Alibaba, JD.com, anunciou recentemente que fechou uma parceria com a plataforma chinesa de logística, DADA Group para testar sua nova modalidade de venda. O JD.com criou uma funcionalidade que permite aos clientes comprarem nas lojas off-line mais próximas, tais como supermercados, farmácias ou lojas de conveniência, proporcionando uma experiência de compras on-line mais conveniente e rápida.

Segundo o CEO do Alibaba, Daniel Zhang, o aumento da concorrência foi um dos principais obstáculos da empresa no ano passado. Com a competição em crescimento, a gigante investiu nas áreas de criação de conteúdo, live streaming e descontos. Porém, as receitas da plataforma continuam em baixa em comparação com os rivais, mas ela ainda desfruta de várias vantagens por ser a companhia dominante no ramo.

Mudança dos hábitos de consumo na China

Enquanto muitos consumidores chineses ainda vão diretamente ao Taobao ou ao Tmall do Alibaba para procurar produtos, outros são atraídos para as compras enquanto interagem digitalmente ou consomem conteúdo online. A contadora Le Xinru, de Guanzhou, faz parte dos usuários que fogem do método tradicional de compras on-line, ela utiliza plataformas de I para fazer compras de produtos incluindo alimentos e aparelhos eletrônicos, ao invés de plataformas tradicionais de e-commerce.

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Le disse que navega pelo Douyin durante mais de uma hora todos os dias, enquanto faz suas tarefas de rotina. A plataforma poupa-lhe tempo com as suas recomendações bem adaptadas, disse ela.

Xiong Wanting, uma comerciante de 25 anos de Suizhou na China central, costumava vender suculentas no Taobao antes de migrar para o Douyin, há um ano. Xiong disse que gostava da possibilidade de exibir os seus produtos em vídeo, enquanto era difícil para ela conseguir seguidores suficientes na plataforma do Alibaba.

Já o comerciante baseado em Pequim, Mike Ling, disse ter aberto um negócio de iogurte, há alguns anos, tanto no Taobao do Alibaba como no JD.com. No ano passado o cenário mudou para Ling, quando grande parte de seus clientes começou a chegar através do WeChat Mini fazendo com que ele reduzisse os gastos com anúncios em plataformas tradicionais de e-commerce.

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O WeChat também se tornou um forte protagonista no comércio eletrônico, com mais de um bilhão de usuários que navegam e compram mercadorias sem sair da plataforma. O aplicativo de mensagens disse que o valor total das vendas de mercadorias através de seus mini-programas, que funcionam como aplicativos lite incorporados no software, mais do que dobrou em 2020 em relação aos US$ 123,5 bilhões (R$ 680,9 bilhões) em 2019.

Enquanto isso, visando expandir a base de clientes, outras empresas têm mirado nas cidades menos desenvolvidas. A Pinduoduo, por exemplo, tem crescido nas regiões de tier 3 e 4 da China através dos seus preços baixos. Seguindo os passos da concorrente, o Alibaba mudou seu foco em 2020 para outro aplicativo, o Taobao Deals, que se uniu às fábricas para desenvolver novos produtos a preços baixos. 

"O maior ponto de crescimento da indústria é a oportunidade de crescimento dos consumidores nas cidades de nível inferior", disse Wang Hai, vice-presidente do Alibaba.

Fonte: WSJ