Ações da Apple ficam abaixo da média pela primeira vez em dois anos
Por Joyce Macedo | 04 de Agosto de 2015 às 12h28
Desde que foi adicionada ao seleto clube do Dow Jones Industrial Average, em março deste ano, a Apple tem sido um peso sobre o índice, respondendo por 14% de suas perdas nos últimos quatro meses e meio. Depois de ver suas ações caírem ainda mais na última segunda-feira (3), a Maçã ficou abaixo da sua média móvel de 200 dias pela primeira vez desde setembro de 2013.
A média móvel é um dos indicadores de tendência mais antigos utilizados na análise técnica, que nada mais é do que a prática de medir as flutuações futuras do preço de uma ação, analisando a sua atividade passada. No caso da Apple, a média móvel analisa a média das cotações dos últimos 200 dias. As ações da empresa têm enfrentado problemas desde que a companhia anunciou outro recorde trimestral no período encerrado em junho, que ficou aquém das elevadas expectativas de Wall Street.
Ao lado do Nasdaq Composite e do Standard & Poor’s 500, o índice Dow Jones Industrial Average (DJIA) é um dos principais indicadores dos movimentos do mercado norte-americano. Dos três indicadores, o DJIA é o mais publicado e discutido. O cálculo deste índice é baseado na cotação das ações de 30 das maiores e mais importantes empresas dos Estados Unidos.
A Apple entrou no DJIA para substituir a operadora AT&T na listagem, porém, de acordo com uma análise da Bloomberg, as coisas seriam diferentes caso a AT&T permanecesse no índice durante esses últimos meses. Enquanto as perdas da Apple têm reduzido o Dow Jones em 67 pontos, durante esse mesmo período a AT&T apresentou um ganho de 7,7%.
Além de vender menos iPhones do que o esperado no último trimestre, a Apple também está enfrentando julgamentos antecipados pelo possível lançamento da sua próxima linha de smartphones, o iPhone 6s. Alguns investidores estão demonstrando preocupação com o upgrade, que pode não resultar no crescimento esperado pela Apple na comparação anual.
Analistas do mercado também têm especulado que a preocupação com o mercado chinês pesou sobre a negociação das ações da Maçã nas últimas semanas. Sucesso na China graças ao iPhone 6 Plus, a Apple perdeu a liderança na indústria chinesa de smartphones. De acordo com dados da empresa de pesquisas Canalys, a companhia da Maçã foi ultrapassada pela Xiaomi, que teve um aumento de 15,9% na quota de mercado e agora ocupa a primeira posição do ranking de maiores fabricantes do país.
Embora a Canalys não tenha especificado a quota de mercado no segundo trimestre da Apple na China, dados da Counterpoint Research estimam que esse índice chegue a 12,2%. Isso coloca a empresa na terceira posição de maiores fabricantes do cenário de smartphones na China. Em primeiro aparece a Xiaomi, com 15,8%, seguida pela Huawei, com 15,4%.
Apesar dos recentes anúncios, o CEO da Apple, Tim Cook, tem uma visão otimista sobre tudo isso. Durante o anúncio do relatório de lucros trimestrais da empresa, ele disse que apenas 27% da sua base de usuários de iPhone realizou um upgrade para a série 6 de smartphones. "Nós vemos isso como um sinal muito otimista sobre o futuro, e há muito espaço livre para upgraders", disse o executivo, sugerindo de maneira não tão sutil que a série de iPhones 6S tem oportunidade para crescer e ganhar mercado.
Quanto à China, Cook disse que a volatilidade nos mercados de ações do país não diz respeito a ele. O executivo observou que a participação do mercado de ações entre os cidadãos chineses é muito pequena e que a Apple experimentou um crescimento de 90% no país durante o último trimestre.
Fonte: Apple Insider