123 Milhas pede recuperação judicial e informa dívida de R$ 2,3 bi
Por Felipe Demartini • Editado por Douglas Ciriaco |

A 123 Milhas entrou nesta terça-feira (29) com um pedido de recuperação judicial, após informar uma dúvida de R$ 2,3 bilhões ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). Junto, veio também uma solicitação para que as ações judiciais de cobrança contra ela sejam suspensas por um período inicial de 180 dias.
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É mais um capítulo de uma história iniciada na última semana, depois que a empresa anunciou a suspensão da emissão de passagens e pacotes de viagem de uma tarifa promocional, com data de embarque flexível. O pedido, feito à 1ª Vara Empresarial de Belo Horizonte (MG), vem depois de a empresa afirmar que tentou renegociar coletivamente a troca dos produtos, sem sucesso.
Assim, afirma a companhia, a solicitação de recuperação judicial vem como forma de garantir que a empresa possa cumprir seus compromissos com clientes, ex-colaboradores e fornecedores, sem que ações judiciais individuais dificultem esse processo. A ideia, diz em comunicado, é concentrar todos os valores devidos em um só juízo para que soluções e o equilíbrio da situação financeira sejam obtidos mais rapidamente.
Investigações, demissões e liminares atingem 123 Milhas
A solicitação aparece em meio a outras notícias negativas relacionadas à situação da 123 Milhas. Nesta segunda-feira (28), por exemplo, vieram relatos de uma demissão em massa, enquanto, desde o fim da última semana, liminares e ordens judiciais emitidas em estados como Paraíba e Rio de Janeiro determinaram o reembolso integral ou a emissão das passagens canceladas pela empresa.
Tudo decorre do anúncio feito em 21 de agosto, quando a 123 Milhas suspendeu a emissão de passagens e pacotes da linha Promo que tinham embarques previstos entre setembro e dezembro deste ano. Na ocasião, a empresa apontou para fatores como a alta taxa de juros e a alta pressão da demanda por voos como motivos para a ação, oferecendo vouchers de valor equivalente para os clientes.
A decisão gerou atenção de organizações como o Procon e a Senacon (Secretaria Nacional do Consumidor), chegando também à Brasília, com a convocação dos sócios da 123 Milhas para deporem na CPI das Pirâmides Financeiras, que também solicitou quebras de sigilo financeiro dos envolvidos. Os Ministérios do Turismo e da Justiça também já disseram que estão investigando o caso.