Temperatura do oceano na Flórida está igual a de uma banheira
Por Fidel Forato • Editado por Luciana Zaramela |
Mesmo nos dias mais quentes, a temperatura dos oceanos não costuma ser tão quente. Só que esta não é a realidade do arquipélago Florida Keys, localizado no sul do estado da Flórida (EUA). Por lá, a temperatura da superfície da água alcançou o mesmo patamar de uma confortável banheira de hidromassagem, ultrapassando os 38 °C, segundo a agência de notícias Reuters.
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O registro atípico de altas temperaturas não é um fato isolado neste verão estadunidense, com a prevalência de uma extensa onda de calor. No estado do Arizona, moradores sofreram queimaduras ao cair no chão na última semana. Inclusive, este mês deve entrar para a história como o mais quente da história recente, marcando o início da Era da Ebulição Global.
Banheira de hidromassagem da Flórida
As informações sobre a temperatura das águas que banham a Flórida foram obtidas através de bóias, com medidores de temperatura, como as localizadas no Everglades National Park. Na região, a temperatura mais alta foi 38,44 °C. Só que outras bóias no sul da Flórida registraram variações entre 32 °C e 38 °C.
Para comparar, em média, as temperaturas esperadas para o verão norte-americano estão entre 23 °C e 31 °C, segundo a National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA).
Impacto do aquecimento dos oceanos
Conforme aponta a Organização Meteorológica Mundial (OMM), parte da Organização das Nações Unidas (ONU), as temperaturas médias dos oceanos estão aumentando, em um ritmo constante, desde maio deste ano. Parte do processo é desencadeada pelo aquecimento global, acelerado pela ação humana, e a outra parte está conectada ao fenômeno El Ninõ, em atividade mais consolidada desde junho.
Diante dos aumentos de temperatura nas águas da Flórida, tanto a OMM e a NOAA já alertaram para o possível impacto do aquecimento na vida marinha, o que pode colocar em risco os ecossistemas oceânicos.
Também terá impacto nos setores do mercado que vivem da pesca, reduzindo o volume de pescados. Em outra frente, as águas mais quentes podem aumentar a incidência de tempestades e até mesmo da formação de furacões na região.
Fonte: Reuters